Via Jornal da Região - Oeiras, 26 de Janeiro a 1 de Fevereiro de 2010
Um ponto de encontro. Um espaço de cultura. Um local onde falamos do concelho de Oeiras, de Portugal e do Mundo.
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
terça-feira, 28 de abril de 2009
A desumanização dos pequenos nadas
Está a alastrar a moda de não se usar “por favor” e “obrigada”. Também entidades oficiais deixaram de usar “Sra. Dona” na correspondência. Somos incomodados via telefónica por jovens formatados em autênticos autómatos e se alguns de nós não desligamos logo é porque sabemos que estão a ganhar a vida. Por outro lado, quando ligamos para uma empresa ou serviço público ficamos pendurados até acabarem as instruções das máquinas que nos respondem, em total desrespeito pela pessoa que está do outro lado.
Somos incomodados por vizinhos que deixam os cães a ladrar dia e noite, fazem todo o tipo de barulho, atiram com portas, gritam nas escadas e põem a música ou as televisões muito alto mostrando um défice de educação. As ruas estão inundadas com estacionamento em curvas, em cima dos passeios, em ruas sem saída e as autoridades não interferem até no sentido de prevenir a mobilidade em caso de acidente.
A escola deixou de ser um local de respeito não se exigindo que os alunos respeitem os professores e até há alunos e encarregados de educação que batem nos professores sem que lhes aconteça nada.
Esta é uma pequena lista da desumanização das relações entre pessoas. Ninguém liga aos pequenos nadas, ninguém está obrigado a respeitar o semelhante. Dizem que isto é o espelho das nossas autoridades. Para quando a obrigatoriedade de sermos bem educados e os prevaricadores serem realmente chamados à atenção e até punidos pelo seu comportamento?
(Este artigo foi publicado hoje no Público nas Cartas ao Director)
segunda-feira, 16 de março de 2009
Edifícios: segurança e preservação
Parece não haver legislação que obrigue à conservação do edificado, nem tão pouco fiscalização para que as poucas regras que ainda existem sejam cumpridas dentro dos prazos. Assim, assiste-se um pouco por todo o País (e Lisboa com a sua Baixa degradada é, infelizmente, um “bom” exemplo) a uma paisagem de prédios degradados e a cair porque, atempadamente, não se responsabilizou ninguém pelo abandono da propriedade sejam particulares ou do Estado.
Nem foram criadas alternativas para remediar situações de proprietários realmente carenciados. Pelo contrário: parece que há um silêncio consentido para que o edificado um dia caía sozinho ou empurrado, para logo ser aprovada qualquer coisa de maior volumetria e até com caves mesmo em áreas de risco.
E se isto continua a não ser corrigido nas edificações antigas, nas de um só proprietário/senhorio, também não há qualquer fiscalização para que haja boas práticas de conservação da propriedade horizontal. Existe já um número assinalável de prédios sem “organização” que responsabilize os moradores/proprietários, pela manutenção dos prédios, incluindo elevadores seguros, chaminés a funcionarem, condutas de gás certificadas etc. etc. E só quando há um azar se fala na irresponsabilidade dos moradores esquecendo que não há autoridade nem do poder central nem das autarquias que, com eficácia fiscalize e faça cumprir as regras mínimas de segurança e manutenção. Para quando uma fiscalização eficaz que ajude a termos um parque edificado mais seguro e mais bonito?
Fotos: M C Moreira
Este artigo foi publicado hoje nas Cartas ao Director do Jornal Público.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Pequenas notícias do meu País!
Lê-se um jornal, ouve-se um noticiário e entra-se em depressão. Que País é este onde os postos de saúde da PSP fecham porque os médicos não são pagos, o serviço 24 tem tido graves problemas, os enfermeiros afirmam e provam que estão em dívida milhares de horas extraordinárias e há extensões de saúde e urgências básicas que tardam em abrir!
Depois há edifícios públicos sem alarmes contra incêndios, sem segurança, prédios a cair por todo o lado e muitos deles de entidades oficiais e há aldrabices na emissão das cartas de marinheiros e falsos casamentos.
As nossas escolas são frias gelando alunos, professores e todo o restante pessoal e continua a faltar pessoal não só nas escolas como em muitos outros serviços públicos. Mas, o governo, apesar do número alarmante de desempregados continua a anunciar – até com pompa – a redução de efectivos obrigando os utentes em perdas de tempo para tratar mesmo de coisas simples.
Não são só tempos de crise: são sobretudo tempos de irresponsabilidade.
Maria Clotilde Moreira / Algés
[Foi publicado a 6 de Fevereiro nas Cartas ao Director do PÚBLICO]
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Público
domingo, 28 de dezembro de 2008
Umas ajudas ao Senhor Sócrates
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Isto está mal, mas se o Senhor começar realmente a consertar pelo princípio talvez a crise seja superada e nos tornemos um exemplo na Europa.
Primeiro a terra: apadrinhe as iniciativas de cultivo da terra e patrocine redes de recolha dos produtos e a sua venda nas cidades. Por exemplo: acabe com a importação da laranja do Uruguai e dê lugar à laranja algarvia que apodrece no chão (José Júdice – Pública 21/9). E as batatas da nossa província?
Depois injecte os milhões que anda a oferecer aos bancos no preenchimento da falta de pessoal que existe nas escolas – contratação de auxiliares de educação e de professores diminuindo o número de alunos por turma o que ajudaria a relação aluno/professor/escola … Há falta de médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal auxiliar nos nossos hospitais. Ah! Olhe, até falta pessoal nos Museus. Precisamos que os quadros das Forças de Segurança tenham mais efectivos.
Na área dos transportes há necessidade de melhores e mais alargados meios de ligação para não deixar tão isoladas pequenas aldeias e lugarejos.
Muitos outros exemplos poderão ser dados para a promoção do emprego e da sua estabilidade. Com um salário seguro muitos portugueses iniciarão uma nova família. Outros poderão comprar todos os dias um pouco mais de alimentos e outros aventurar-se-ão em novos empreendimentos e, como uma boa bola de neve, as coisas boas irão crescendo.
Olhe Senhor Sócrates: decrete horários humanos para que as pessoas tenham possibilidade de, nos seus tempos livres, usufruírem do trabalho de outros e, sempre rolando e interligando criaremos riqueza gastando com uns o que ganhamos com outros.
Pergunte (Rui Tavares, Público de 17/12), informe-se. Há muitas sugestões e a maior parte bem simples de concretizar. Se precisar de mais ideias pergunte às donas de casa portuguesas, tão treinadas em esticar ordenados. Deixe de lado a globalização e concentre-se nos homens e mulheres da nossa Terra, no seu direito ao trabalho, ao salário, enfim, à felicidade.
Clotilde Moreira – Algés

Isto está mal, mas se o Senhor começar realmente a consertar pelo princípio talvez a crise seja superada e nos tornemos um exemplo na Europa.
Primeiro a terra: apadrinhe as iniciativas de cultivo da terra e patrocine redes de recolha dos produtos e a sua venda nas cidades. Por exemplo: acabe com a importação da laranja do Uruguai e dê lugar à laranja algarvia que apodrece no chão (José Júdice – Pública 21/9). E as batatas da nossa província?
Depois injecte os milhões que anda a oferecer aos bancos no preenchimento da falta de pessoal que existe nas escolas – contratação de auxiliares de educação e de professores diminuindo o número de alunos por turma o que ajudaria a relação aluno/professor/escola … Há falta de médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal auxiliar nos nossos hospitais. Ah! Olhe, até falta pessoal nos Museus. Precisamos que os quadros das Forças de Segurança tenham mais efectivos.
Na área dos transportes há necessidade de melhores e mais alargados meios de ligação para não deixar tão isoladas pequenas aldeias e lugarejos.
Muitos outros exemplos poderão ser dados para a promoção do emprego e da sua estabilidade. Com um salário seguro muitos portugueses iniciarão uma nova família. Outros poderão comprar todos os dias um pouco mais de alimentos e outros aventurar-se-ão em novos empreendimentos e, como uma boa bola de neve, as coisas boas irão crescendo.
Olhe Senhor Sócrates: decrete horários humanos para que as pessoas tenham possibilidade de, nos seus tempos livres, usufruírem do trabalho de outros e, sempre rolando e interligando criaremos riqueza gastando com uns o que ganhamos com outros.
Pergunte (Rui Tavares, Público de 17/12), informe-se. Há muitas sugestões e a maior parte bem simples de concretizar. Se precisar de mais ideias pergunte às donas de casa portuguesas, tão treinadas em esticar ordenados. Deixe de lado a globalização e concentre-se nos homens e mulheres da nossa Terra, no seu direito ao trabalho, ao salário, enfim, à felicidade.
Clotilde Moreira – Algés
Artigo publicado hoje no Jornal Público – Cartas ao Director.
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Maria Clotilde Moreira
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
PREOCUPAÇÕES
Pé ante pé, eles estão aí. Não se vêem, não se ouvem, mas já se começa a sentir que não estão preocupados connosco. Os interesses deles são outros.
Fecham aqui, desactivam ali, deslocalizam no outro lado. Falam do PIB, em ratios e rankings, na convergência e em projectos estruturantes, em parcerias públicas ou privadas. Falam os do governo e os empresários com o calor de salva pátrias. Aparentam que não se combinaram, mas os finalmentes são os mesmos.
O pior é que nivelam por baixo, criam sistemas sem acesso ao cidadão comum, diminuem o pouco que é de muitos e aumentam o muito que é de poucos.
Não há perspectivas para os nossos jovens, estabilidade para quem ainda tem trabalho, nem tranquilidade para os velhos. Estes até são apontados como pesos desequilibradores das contas da saúde e da segurança social.
Que País é este que se esquece dos homens e aposta, apenas, em certa classe de eleitos. Eles estão aí, repito e como disse Bertolt Brecht só quando te levarem é que compreendes que será tarde.
Clotilde Moreira
Algés
Publicado no Jornal Público em 8/7/2007 nas cartas ao Director
Publicado no Jornal Público em 8/7/2007 nas cartas ao Director
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