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quarta-feira, 2 de abril de 2014

José Mário Branco - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades




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Enviado por Maria Clotilde Moreira / Algés, a quem agradecemos

terça-feira, 1 de abril de 2014

segunda-feira, 30 de abril de 2012

quinta-feira, 26 de abril de 2012

terça-feira, 24 de abril de 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

domingo, 22 de abril de 2012

Esta Gente / Essa Gente


O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente

Gente que não seja decente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente

Gente com mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente

Gente que enterre o dente
que fira de unha e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente

O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente

Essa gente dominada por essa gente
não sente como a gente
não quer
ser dominada por gente

NENHUMA!

A gente
só é dominada por essa gente
quando não sabe que é gente 
 

Ana Hatherly, in "Um Calculador de Improbabilidades"
 

sábado, 21 de abril de 2012

A HISTÓRIA DA MORAL



Você tem-me cavalgado
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.

Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.



Alexandre O’Neill

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Quadras de António Aleixo



Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência!

Uma mosca sem valor
poisa c’o a mesma alegria
na careca de um doutor 
como em qualquer porcaria.

Co'o mundo pouco te importas
porque julgas ver direito.
Como há-de ver coisas tortas
quem só vê o seu proveito?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

ERA ABRIL


Acordei
Era Abril
Vesti-me
De Liberdade

O Sol
Era vermelho
Incendiou-me
A vontade

Andei pelas ruas
Vagueando alegria

Era Abril
Nessa dia

De Helena Paz – Poemas da Velha Casa

terça-feira, 17 de abril de 2012

O Futuro



I
sto vai meus amigos isto vai
um passo atrás são sempre dois em frente
e um povo verdadeiro não se trai
não quer gente mais gente que outra gente.


Isto vai meus amigos isto vai
o que é preciso é ter sempre presente
que o presente é um tempo que se vai
e o futuro é o tempo resistente.

Depois da tempestade há a bonança
que é verde como a cor que tem a esperança
quando a água de Abril sobre nós cai.

O que é preciso é termos confiança
se fizermos de Maio a nossa lança
isto vai meus amigos isto vai.




José Carlos Ary dos Santos

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Não Traio



Não traio.
Porque insistes?
Não traio.

Desde criança que meu Pai me ensinou
não haver tempestade
na terra ou nos céus
que não traga
a praga
de um falso herói
salvador da Cidade.
Ou a esperança de um semideus
com um raio
na Mão
que tudo destrói
para pintar depois o sol e o Chão
de outra realidade.
Mas nunca encontrarás traidores
entre os que sempre como eu sonhamos combustões
de novas flores
com pétalas de asas de liberdade
que só nascem e crescem regadas pelos gritos e lágrimas
das multidões.

Povo, continua! Não pares a tua tempestade.


 
José Gomes Ferreira

domingo, 15 de abril de 2012

Liberdade, onde estás?



Liberdade, onde estás? Quem te demora?
Quem faz que o teu influxo em nós não Caia?
Porque (triste de mim!) porque não raia
Já na esfera de Lísia a tua aurora?

Da santa redenção é vinda a hora
A esta parte do mundo que desmaia.
Oh! Venha... Oh! Venha, e trémulo descaia
Despotismo feroz, que nos devora!

Eia! Acode ao mortal, que, frio e mudo,
Oculta o pátrio amor, torce a vontade,
E em fingir, por temor, empenha estudo.

Movam nossos grilhões tua piedade;
Nosso númen tu és, e glória, e tudo,
Mãe do génio e prazer, oh Liberdade!



Bocage
(Setúbal, 15 de Setembro de 1765 – Lisboa, 21 de Dezembro de 1805)

sábado, 14 de abril de 2012

A Cor da Liberdade


Não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei-de morrer sem saber.

Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora escondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

Jorge de Sena

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Ana e António



A Ana e o António trabalhavam
na mesma empresa.
Agora foram ambos despedidos.
Lá em casa, o silêncio sentou-se
em todas as cadeiras
em volta da mesa vazia.

«Neo-realismo!» dirão os estetas
para quem ser despedido
é o preço do progresso.

Os estetas, esses, nunca
serão despedidos.

Ou julgam isso, ou julgam isso.


Mário Castrim
 

Cantata de Paz

Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar

Vemos, ouvimos e lemos
Relatórios da fome
O caminho da injustiça
A linguagem do terror

A bomba de Hiroshima
Vergonha de nós todos
Reduziu a cinzas
A carne das crianças

D'África e Vietname
Sobe a lamentação
Dos povos destruídos
Dos povos destroçados

Nada pode apagar
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
Pecado organizado.



Sofia de Melo Breyner Andresen