http://www.omirante.pt/noticia.asp?idEdicao=54&id=52707&idSeccao=423&Action=noticia
Exmo. Sr. Francisco Moita Flores
Nesta hora da Sua fuga silenciosa e antecipada,
com saída pela porta das traseiras, (ainda não sei se pela noite e com
nevoeiro), não posso deixar de lhe dirigir umas singelas e sentidas
palavras. Seria razão suficiente a minha condição de cidadão e munícipe -
que acompanhou desde o primeiro dia a S/entrada na cidade de Santarém,
fazendo um porta-a-porta, em pré campanha, com (aparente) humildade pela
mão de algumas personalidades locais, de boa reputação, honradas e
honestas, ciosos de uma mudança credível, que lhe serviram (ou de que
V.Exa se serviu) de impulsão, e que depois se viram traídos e
abandonados - para escrever este modesto manifesto.
Nesta minha condição de simples cidadão e de
simples munícipe, V. Exa. não me iludiu por muito tempo. Logo, no
decorrer do primeiro mandato, nas páginas dos Jornais locais “Ribatejo”
de 09-11-2007 e “O Mirante” de 22-11-2007, eu denunciei claramente «o
todo» que V. Exa. valia como presidente da câmara e a mais valia que
representava para o Município. E «o todo», era nada.
Rapidamente se percebeu que a S/humildade,
cheirava a falso e, com a mesma velocidade, veio à tona, a S/demagogia,
arrogância, prepotência (tendências da formação policial, das quais não
se consegue ver livre) e incapacidade de gestor.
Para gerir uma Câmara, uma empresa (grande, média
ou pequena) não basta saber-se escrever. Mesmo, trazendo para a Câmara
de Santarém um punhado de amigos, acólitos, “importados” de Lisboa, ou
recrutados “ad hoc” em circuito fechado. Literatura, prosas, ficção,
novelas e romances, áreas em que V. Exa. navega “como peixe na água”, e
que eu muito aprecio, (nem tudo é mau), não ajudam nada. Antes pelo
contrário. Deram uma mistura fedorenta e venenosa. Em muito desajudaram a
gestão da Câmara que V. Exa. se propôs e prometeu timonar com
competência, zelo e dedicação, preterindo-a, ocupando muito do tempo que
lhe deveria ser dedicado, para se deleitar em programas televisivos de
interesse social mais que duvidoso, porque estes, sim, dão muita
visibilidade. No tempo que permaneceu como presidente da Câmara, a
dívida cresceu ao ritmo da S/visibilidade televisiva.
Era bom que todos os munícipes de Santarém (e
agora, os de Oeiras) conhecessem bem os nefastos e ruinosos resultados
dos seus mandatos, à frente da Câmara.
Uns não sabem, porque não querem saber, outros
porque abominam políticos e demagogos, outros, por comodidade e,
finalmente, ainda outros que, sabendo, mesmo que o queiram denunciar,
não podem dispor dos meios de comunicação social com a mesma facilidade
com que V. Exa. os usa. Parodoxalmente remunerado.
As megas festas nas margens do rio Alviela, as
palmadinhas nas costas dos Presidentes das juntas de freguesia de cores
políticas variadas, as promessas falsas e demagógicas de obras de
interesse local (veja-se o caso do polidesportivo de Pernes), tudo isto
se transformou em gigantes e infindáveis pesadelos para os fornecedores,
órgãos directivos de associações e Presidentes de Juntas de freguesia
que embalaram na S/conversa populista e promessas irresponsáveis. Um
“mãos largas”, que tudo dava a todos.
A razão porque lhe escrevo, vai para além da
minha condição de cidadão e de munícipe. Eu fui duplamente enganado. Fui
vítima como fornecedor. De muitas dezenas de milhar de euros. De
trabalhos que a minha empresa forneceu ao município, com contratos
legalmente estabelecidos, com o S/aval e a tradicional “palmadinha nas
costas” da praxe, e que, três anos decorridos, não recebeu um cêntimo
sequer. Não obstante os referidos contratos serem escrupulosamente
cumpridos pela minha empresa.
Não obstante V.Exª me ter dado, em
02/Fevereiro/2012, “olhos-nos-olhos” a S/palavra, que me pagaria até 30
de Junho de 2012, depois de muitas reuniões e de muitas promessas por
cumprir. Testemunha viva desta promessa feita no S/gabinete, é o
presidente da Junta de freguesia de Vaqueiros, Sr Firmino Oliveira,
(ingénuo e cioso de mostrar obra feita), onde os trabalhos foram
prestados.
Eis que, chegado o último dia do prazo
estabelecido, (30/Junho/2012), o presidente da Câmara de Santarém, havia
desertado. E o substituto não cumpriu a palavra do chefe. E,
provavelmente, nem conhece o compromisso do chefe, desertor.
Tanto amor e tanta fidelidade jurada à Sua amada
Santarém, deu numa separação com fuga. Já com outro amor à espreita, lá
para a linha; à beira-mar. Com tantos amores fugazes, faz-me lembrar o
célebre capitão Roby. A seguir a Oeiras outras se seguirão, se Deus lhe
der vida e saúde. Isto de amores duradouros e prolongados, fá-lo cair no
marasmo. E V. Exa., dinâmico, ambicioso e preocupado pelo bem-estar das
populações, não se conforma que lhe limitem o crédito.
Independentemente de saber como vai pagar. Que se lixem os fornecedores.
Que chore a traída Santarém, os scalabitanos, os eleitores, os
fornecedores da Câmara e toda esta “corja” que são uns ingratos. Deve
ser esta a S/retórica.
Quem ler as S/crónicas dominicais no «Correio da
Manhã» e as relacionar com a realidade dos últimos oito anos da Câmara
de Santarém, não vai acreditar que estamos a falar da mesma pessoa. “Faz
o que eu digo, não faças o que eu faço”. Só assim poderemos
interiorizar quanta hipocrisia mina aquelas frases, filosóficas e
rendilhadas.
Sei que V. Exa. lida muito mal com a crítica.
Lembro-me da célebre frase, vomitada por um não menos célebre (pelas
piores razões) e medíocre ministro e político: «quem se mete com o.....,
leva».
Assim sendo, fico à espera. Porém, antes disso, cumpra a Sua palavra. Pague-me.
Manuel Gomes Valério-Cabeça Gorda
2000-792 VAQUEIROS-S C.C. 01605203
01/Julho/2012
3 comentários:
Sem qualquer conotação política à mistura, Deus nos valha que este tipo venha para cá... já chega de corruptos, falsos e incompetentes.
Parece que - como se dizia nos idos de 70 - vamos de Mao a Piao!
Por alguma razão o PSD concelhio apoia o homem.
A ida para Oeiras tem para ele uma vantagem pois está mais perto dos estúdios da TV onde passa grande parte do seu tempo
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