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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Gulbenkian diz que Câmara de Oeiras falhou pagamento de mostra sobre Darwin

Gulbenkian diz que Câmara de Oeiras falhou pagamento de mostra sobre Darwin


A Fundação Calouste Gulbenkian diz que a Câmara de Oeiras não cumpriu o plano de pagamentos ao qual se comprometeu quando aceitou financiar a exposição “A Evolução de Darwin” em 500 mil euros. A autarquia deveria ter pago este valor em duas prestações até Dezembro de 2008, mas ainda está em falta com 125 mil euros.
(…)
Este esclarecimento vem na sequência da notícia do PÚBLICO da passada segunda-feira, sobre o alegado “mau estado” de conservação dos materiais que chegaram a Oeiras em Agosto, com destino ao futuro Museu de Ciência do concelho.
Segundo documentos internos da autarquia, o acervo, que depois da Gulbenkian esteve exposto em Granada (Espanha) e na Casa Andresen do Porto, corresponde a “material expositor na sua maioria em mau estado, desconjuntado, apodrecido, algumas coisas partidas e sem qualquer aproveitamento”.
Os técnicos camarários dizem mesmo que o material recebido não serve para voltar a montar a exposição.
Em respostas enviadas ao PÚBLICO por email, a Câmara de Oeiras disse apenas que os materiais “estão acondicionados nas melhores condições, tal como vieram da exposição do Porto”. No entanto, de acordo com os documentos internos, muitos materiais já chegaram ao Porto estragados e nem sequer foram expostos.
Sobre o pagamento à Fundação, a Câmara de Oeiras admitiu que “foi pago até ao momento 75% sobre a verba estabelecida no protocolo”, sem referir quaisquer razões para o montante em falta.
Na carta, Diogo de Lucena refere ainda que “apesar do incumprimento da câmara a Fundação fez a entrega desse material, incluindo peças de enorme valor museológico e patrimonial que não estavam inicialmente previstas no plano da exposição”, referindo-se nomeadamente a uma escada de ADN que integrou a exposição no Porto.


“A Fundação continua disponível para colaborar na realização do projecto do museu”, remata o administrador.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Câmara de Oeiras financiou A Evolução de Darwin

Material da mostra sobre Darwin custou 375 mil euros e não serve para expor

30.01.2012 - 10:11 Por Marisa Soares


A exposição registou grande afluência de público na Gulbenkian e no Porto
(Nuno Ferreira Santos)


A Câmara de Oeiras financiou a exposição A Evolução de Darwin ,promovida com grande sucesso pela Gulbenkian, em 2009, na condição de ficar com parte do acervo para o futuro Museu da Ciência do concelho. Mas o material que recebeu no ano passado está "em mau estado" e, segundo técnicos camarários, não serve para voltar a montar a exposição.

Com pompa e circunstância, a autarquia assinou um protocolo com a Gulbenkian, em 2008, no qual se comprometia a contribuir com meio milhão de euros (do qual já pagou 375 mil euros) para a exposição comemorativa dos 200 anos de Charles Darwin, em troca de parte dos materiais da exposição. Além disso, a fundação apoiaria tecnicamente o município na montagem da exposição no futuro Museu da Ciência, que deverá ficar sedeado na Fábrica da Pólvora de Barcarena.

Depois da Gulbenkian, a exposição seguiu para Granada, Espanha, e para a Casa Andresen, no Porto, onde esteve até Julho de 2011. O que chegou a Oeiras em Agosto foi "material expositor na sua maioria em mau estado, desconjuntado, apodrecido, algumas coisas partidas e outras sem qualquer aproveitamento", lê-se em documentos internos da câmara. Em resposta escrita ao PÚBLICO, a autarquia diz apenas que os materiais "estão acondicionados nas melhores condições, tal como vieram da exposição do Porto". O problema é que muitos deles já chegaram ao Porto estragados e nem sequer foram expostos.

A maior parte do conteúdo científico e das réplicas de animais que integravam a exposição pertencem a outras entidades - como o Museu de História Natural de Lisboa ou o Aquário Vasco da Gama -, que no fim reclamaram as peças. Por este motivo, o que foi para Oeiras é "muito mais uma lista de material de equipamento de suporte físico à exposição" do que "o conteúdo de uma exposição", revelam os documentos municipais.

A Oeiras chegaram vitrinas, prateleiras, vidros, painéis, floreiras, suportes, alguns computadores, alguns monitores LCD, bancos e outras estruturas de suporte. Mas o material para expor é reduzido: existe uma "ilha de bichos", uma figura de Darwin em cera, parte do Beagle (navio utilizado pelo naturalista nas suas pesquisas) e alguns pássaros, bem como fotocópias de livros do cientista.

A lista de material recebido não corresponde na íntegra à listagem anexa ao protocolo, negociado entre o ex-chefe de gabinete de Isaltino Morais, Nuno Manalvo, e o administrador da Gulbenkian Diogo de Lucena. Mesmo assim, a lista inicial "não é suficiente para construir uma exposição", referem os técnicos municipais.

Em Outubro, a câmara pediu à fundação que fosse criada uma equipa técnica mista para fazer o inventário e a avaliação patrimonial do material depositado em Oeiras, com vista ao "cabal esclarecimento" do valor do acervo e das condições de viabilidade de concretização do projecto do Museu da Ciência. O PÚBLICO questionou a Gulbenkian sobre este processo, mas a instituição escusou-se a prestar quaisquer declarações.