A correspondência da nossa Câmara Municipal quando dirigida a Senhoras não tem o Dona (D.) mas simplesmente Exma. Senhora Júlia, ou Maria Isabel etc (aliás como muitas outras entidades). Verifiquei também que no site da própria CMO uma Vereadora porque não tem título académico é Sra. Elisabete Oliveira. Dirigi-me ao blogue "Em defesa da língua portuguesa" por considerar que os seus responsáveis são bons conhecedores da nossa língua, perguntando se o Dona (D.) tinha desaparecido do português contemporâneo.
A resposta deu-me informações que confirmam que se deve preceder o nome feminino de Dona:
A resposta deu-me informações que confirmam que se deve preceder o nome feminino de Dona:
Entendendo que a minha Autarquia deve utilizar correctamente a língua portuguesa sugeri, na reunião pública da CMO em Outubro, que na identificação dos membros do executivo camarário se usasse o procedimento como para os membros da Assembleia Municipal de Oeiras o qual é seguido por outras autarquias. Isto é, indicando apenas os nomes dos seus membros sem os títulos académicos. Agora na correspondência parece-me que todos os Serviços da Autarquia devem seguir correctamente a língua portuguesa, utilizando-se, na ausência de título académico, o Dona antes do nome feminino. Seria um bom exemplo de gentileza e de boa educação.
Pessoas amigas que, como eu, não entendem a maneira de contacto actualmente utilizada em que a cidadã é chamada de Senhora Diniz ou Senhora Maria Silveira quando nos ligam para casa ou somos atendidos por certos funcionários, chamaram-me a atenção para um texto da escritora Alice Vieira publicado no Jornal de Noticias de 7 do mês de Outubro na secção Opinião sobre esta “moda?” de não se tratar por Senhora Dona as senhoras, as mulheres em Portugal. Transcrevo apenas algumas passagens do artigo:
“”Cada país (cada língua, cada cultura) tem a sua maneira específica de se dirigir às pessoas… passam de imediato - sejam casadas, solteiras, viúvas ou amigadas, sejam velhas ou novas, gordas ou magras, feias ou bonitas, ricas ou pobres - à categoria de "Senhora Dona”.
(…) sou logo tratada por "Senhora Alice." Respondo sempre: " trate-me por tu, se quiser; ou só pelo meu nome, se lhe apetecer; mas nunca por Senhora Alice".
Pois qual não é o meu espanto quando, aqui há dias, na televisão, oiço o Senhor Primeiro Ministro referir-se assim à mulher (também odeio a palavra "esposa"…) do Comendador Manuel Violas. "A Senhora Celeste…" (não sei se é este o nome da senhora, mas adiante).
Fico parva. Nos cursos todos que tirou, ninguém lhe ensinou que as senhoras são todas "Senhoras Donas"? “”…
Pessoas amigas que, como eu, não entendem a maneira de contacto actualmente utilizada em que a cidadã é chamada de Senhora Diniz ou Senhora Maria Silveira quando nos ligam para casa ou somos atendidos por certos funcionários, chamaram-me a atenção para um texto da escritora Alice Vieira publicado no Jornal de Noticias de 7 do mês de Outubro na secção Opinião sobre esta “moda?” de não se tratar por Senhora Dona as senhoras, as mulheres em Portugal. Transcrevo apenas algumas passagens do artigo:
“”Cada país (cada língua, cada cultura) tem a sua maneira específica de se dirigir às pessoas… passam de imediato - sejam casadas, solteiras, viúvas ou amigadas, sejam velhas ou novas, gordas ou magras, feias ou bonitas, ricas ou pobres - à categoria de "Senhora Dona”.
(…) sou logo tratada por "Senhora Alice." Respondo sempre: " trate-me por tu, se quiser; ou só pelo meu nome, se lhe apetecer; mas nunca por Senhora Alice".
Pois qual não é o meu espanto quando, aqui há dias, na televisão, oiço o Senhor Primeiro Ministro referir-se assim à mulher (também odeio a palavra "esposa"…) do Comendador Manuel Violas. "A Senhora Celeste…" (não sei se é este o nome da senhora, mas adiante).
Fico parva. Nos cursos todos que tirou, ninguém lhe ensinou que as senhoras são todas "Senhoras Donas"? “”…
Afinal, tenho razão em solicitar à minha Autarquia que tenha em atenção a nossa língua, a nossa cultura. Eu – e sei de um número crescente de cidadãos – desligamos o telefone ou corrigimos estes funcionários a quem as entidades responsáveis teimam em dar má formação profissional.