quarta-feira, 13 de junho de 2012

A crise



   Nas notícias que todos os dias nos chegam há um factor comum a quase todos os países em crise: a aposta desenfreada que foi feita no imobiliário e em grandes obras públicas tendo-se criado uma situação de dívida, difícil de resolver.
   O nosso País não é excepção e aqui no nosso Município de Oeiras há bastantes exemplos de um volume de construção de habitação e escritórios que ultrapassam as necessidades conduzindo já há existência de um número apreciável de andares à espera de moradores. Também, como apontam algumas notícias, concretizaram-se várias opções rodoviárias que não foram bem esquematizadas e não resolveram os problemas de uma correcta mobilidade.
   Mas, apesar da clara constatação que grandes obras deverão ser muito bem ponderadas e até esperar por uma retoma dos mercados, Oeiras já está a fazer propaganda à sua megalomania de Município excelso e, além de outras coisas, o Alto da Boa Viagem – Vale do Jamor começam a ser noticias (?), acrescentando-se as marinas…
   Nestes tempos de crise que estão mesmo a obrigar à paragem de grandes investimentos, não se poderia aproveitar todo o saber e experiência que os Serviços da Câmara possuem para concretizar acções de recuperação do património edificado no nosso Município, na dinamização da ocupação das muitas casas devolutas, na correcção e melhoria das acessibilidades, nos transportes… mesmo que para isso o Município de Oeiras tivesse um papel de parceiro dinâmico e harmonioso entre outras Entidades e não o arauto que tem querido ser?   

Maria Clotilde Moreira  / Algés

Artigo publicado no Jornal de Oeiras de ontem 


6 comentários:

Leite Pereira disse...

Senhora D. Maria Clotilde
Tem toda a razão mas essa sua proposta não dá votos.
Aliás não era só em Oeiras era em todo o País.

Clotilde Moreira disse...

Obrigada pela sua compreensão e apoio. Talvez se muitos ajudarem se possa sensibilizar os autarcas. Claro que devia ser por todo o País se não acabamos num Portugal de ruinas.

Leite Pereira disse...

Com essa sua proposta para além de reconstruirmos e renovarmos o nosso património ainda criamos emprego produtivo, quero com isto dizer com mão de obra e material nacional. Pelo contrário com os TGS a mão de obra é estrangeira bem como o equipamento (por ex.Siemens)

Graça Pereira disse...

Completamente de acordo! São estas gestões mal pensadas e medidas que dão o fracasso que todos nós conhecemos...Aqui, no Norte há uma auto-estrada ás moscas onde quase ninguém passa...pensarão talvez utilizá-la algum dia para a aterragem de um avião em apuros?
Em apuros, andamos todos nós...
Beijo
Graça

Clotilde Moreira disse...

No fim de Maio estive em Guimarães e Braga e fiquei muito mal surpreendida com a quantidade de vias, pontes e tuneis no meio das cidades. Pode ser que isto mude.
Clotilde

Leite Pereira disse...

vivo em Guimarães e daqui tenho autoestradas para todo o lado. Vou com alguma frequência a Vila Real e durante o dia se encintrar 3 automóveis é um grande movimento. De noite mete medo pois faz-se a viagem sem que se veja um carro. Muitas vezes me interrogo da razão de tanta autoestrada. É certo que o Norte, todo estava mal servido de vias rodoviárias mas o problema teria sido facilmente solucionado com simples vias rápidas. Há vários anos que se está a proceder ao alargamento da AE Porto Braga num troço de cerca de 20 Km. Faço esta AE mais do que uma vez por semana no sentido para o Porto e nunca vi engarrafamentos. Qual a razão do alargamento e quem o paga? Tudo isto não inavalida que se visite o Norte. Boas paisagens e boa comida.