quarta-feira, 30 de outubro de 2013

ANA E ANTÓNIO


O momento que estamos a atravessar fez-me lembrar este poema de Mário Castrim. 
 
 
Ana e António
 
A Ana e o António trabalhavam 
na mesma empresa.
Agora foram ambos despedidos.
Lá em casa, o silêncio sentou-se
em todas as cadeiras
em volta da mesa vazia.
«Neo-Realismo!» dirão os estetas
para quem ser despedido
é o preço do progresso.
Os estetas, esses, nunca
serão despedidos.
Ou julgam isso, ou julgam isso.
 
Mário Castrim

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