Confesso que à primeira vista não me choca.
A maqueta (como todas as maquetas) tem a sua beleza.
Assim fosse a realização.
O projecto não seria uma mal maior para a zona conhecida pela famigerada Lusalite (que me faz recordar um querido amigo de infância que já partiu vítima dos efeitos das poeiras de amianto) e degradação geral, se bem integrado e salvaguardados espaços de usufruto publico.
Seria bom que houvesse recursos e recursos vindo maioritariamente de investidores privados dispostos a correr riscos no negócio e não apenas dinheiros públicos ou negociatas do tipo PPP, ‘nós pagamos, vocês jogam, vocês ganham, nós voltamos à casa de partida, vocês perdem, nós indemnizamos’.
E o Plano de Pormenor para a restante zona ribeirinha da Cruz-Quebrada até à praia de Algés?
Quem põe na ordem os senhores todos poderosos da APL que encheram de betão uma boa parte da zona ribeirinha de Algés e a vedaram ao usufruto dos munícipes?
E o espaço a oeste da antiga Docapesca, parceria da CMO e da CML para a realização da Volvo Ocean que hoje lá está, abandonado e vedado ao público?
Prepotência e desperdício de dinheiros públicos.
A Fundação Champalimaud, bem perto, pela função, pelas benfeitorias realizadas no espaço e que colocou ao dispor do público, mostra bem a boa utilização que se pode fazer dos recursos quando geridos por pessoas sérias e inteligentes.
Voltarei a este tema da zona ribeirinha.
Algés, a minha freguesia, tem outros problemas que não deixarei de trazer a público e questionar nos locais apropriados.
Uma pequena amostra:
· o lixo da recolha de lixos e recicláveis, frequências de recolha e horários das mesmas,
· equipamento de propaganda eleitoral (mamarracho) invasor da via de circulação automóvel e pedonal (à 4 anos) que anunciava a construção do Centro de Saúde Algés que era ‘já, já, já’, é que é já… a seguir’. Um perigo para a segurança de todos nós que ninguém tem a coragem de ‘dinamitar’.
· o elefante branco/foguetão/Igreja de Miraflores,
· o ‘espaço urbano’ a norte da Rua da Eira, contornando a rotunda das árvores doentes/ do Alto de Algés (esta rotunda custou 100.000€), que derrocou, ninguém se responsabilizou e nenhuma garantia de obra accionou. Dezenas de milhares de euros para o lixo. A zona está uma degradação. Mais um bom exemplo das loucuras que se fazem em altura de inaugurações para efeitos eleitorais. Gostava de ver o contrato de adjudicação desta obra.
· o parque de estacionamento que está ao abandono no final da Rua Conde de Rio Maior que entronca com a Av.ª dos Bombeiros Voluntários de Algés, explorado pelo ‘ Lar dos Protegidos do Isaltino de Morais’ (Parques Tejo).
Enfim, quem está minimamente atento ao que se fez e faz em Oeiras, sabe bem que o Concelho não é apenas o passeio marítimo, o parque dos Poetas e a Confraria do Vinho de Carcavelos e do 'Leitão de Caxias'.
JS