quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O Plano de Pormenor da Margem Norte do Rio Jamor

Confesso que à primeira vista não me choca.  

A maqueta (como todas as maquetas) tem a sua beleza.

Assim fosse a realização.

O projecto não seria uma mal maior para a zona conhecida pela famigerada Lusalite (que me faz recordar um querido amigo de infância que já partiu vítima dos efeitos das poeiras de amianto) e degradação geral, se bem integrado e salvaguardados espaços de usufruto publico.  

Seria bom que houvesse recursos e recursos vindo maioritariamente de investidores privados dispostos a correr riscos no negócio e não apenas dinheiros públicos ou negociatas do tipo PPP, ‘nós pagamos, vocês jogam, vocês ganham, nós voltamos à casa de partida, vocês perdem, nós indemnizamos’.

E o Plano de Pormenor para a restante zona ribeirinha da Cruz-Quebrada até à praia de Algés?

Quem põe na ordem os senhores todos poderosos da APL que encheram de betão uma boa parte da zona ribeirinha de Algés e a vedaram ao usufruto dos munícipes? 

 E o espaço a oeste da antiga Docapesca, parceria da CMO e da CML para a realização da Volvo Ocean que  hoje  lá está,  abandonado e vedado ao público?

Prepotência e desperdício de dinheiros públicos.

A Fundação Champalimaud, bem perto, pela função, pelas benfeitorias realizadas no espaço e que colocou ao dispor do público, mostra bem a boa utilização que se pode fazer dos recursos quando geridos por pessoas sérias e inteligentes.

Voltarei a este tema da zona ribeirinha.

Algés, a minha freguesia, tem outros problemas que não deixarei  de trazer a público e questionar nos locais apropriados. 

Uma pequena amostra: 

·  o lixo da recolha de lixos e recicláveis, frequências de recolha e horários das mesmas,
· equipamento de propaganda eleitoral  (mamarracho)  invasor da via de circulação automóvel e pedonal (à 4 anos) que anunciava a construção do Centro de Saúde Algés que era ‘já,  já,  já’, é que é já… a seguir’. Um perigo para a segurança de todos nós que ninguém tem a coragem de ‘dinamitar’.
·   o elefante branco/foguetão/Igreja de Miraflores,
·   o ‘espaço urbano’ a norte da Rua da Eira,  contornando a rotunda das árvores doentes/ do Alto de Algés (esta rotunda custou 100.000€), que derrocou, ninguém se responsabilizou e nenhuma garantia de obra accionou. Dezenas de milhares de euros para o lixo. A zona está uma degradação. Mais um bom exemplo das loucuras que se fazem em altura de inaugurações para efeitos eleitorais. Gostava de ver o contrato de adjudicação desta obra.
· o parque de estacionamento que está ao abandono no final da Rua Conde de Rio Maior que entronca com a Av.ª  dos Bombeiros Voluntários de Algés, explorado pelo ‘ Lar dos Protegidos  do Isaltino de Morais’  (Parques Tejo).  

Enfim, quem está minimamente atento ao que se fez e faz em Oeiras, sabe bem que o Concelho não é apenas o passeio marítimo, o parque dos Poetas e a Confraria do Vinho de Carcavelos e do 'Leitão de Caxias'.

JS

4 comentários:

Clotilde Moreira disse...

O Parque da Ribeira só enche quando é o Alive. E parece que há outro - Sra. da Graça??? - que parece que só tem lá um jeep (dizem as más linguas). Entretanto mudaram as fardas aos funcionários mas não resolvem o perigo do mau estacionamento.

Isabel Magalhães disse...

Um post mais do que pertinente e que espero seja lido por quem de direito.


NB - Há dias fui a Miraflores e também me questionei sobre a Igreja "foguetão"...

- Quanto é que aquilo já custou?

- Quem é que pagou?

Clotilde Moreira disse...

...equipamento de propaganda eleitoral (mamarracho) invasor da via de circulação automóvel e pedonal (há 4 anos) ....ninguém tem a coragem de ‘dinamitar’...

Pois é, mas nem a Junta de Freguesia nem os fregueses têm conseguido convencê-los (?) a “empurrar” o “painel/mamarracho” para dentro porque existem canalizações já feitas e, como estavam à espera de resolver este assunto depressa, foi ficando até porque é caro este “empurranço”. E agora como está quase – quase é só esperar um bocadinho mais.

Isabel Magalhães disse...

E por falar de "choques"...

1. O projecto vai destruir completamente a Praia da Cruz Quebrada;

2. Deixa de haver acesso à Marginal para peões e transportes privados (carros, bicicletas, motorizadas) sobre a ponte que atravessa o rio Jamor junto ao cruzeiro;

3. A A5 deixa de ter acesso ao estádio nacional.