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quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O correio dos leitores

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Caros amigos

Mais uma vez aqui vai para publicarem, se assim entenderem.

Aproveitando a iniciativa in illo tempore, do José António, a propósito de couves...e hortas.


HORTAS sim. Mas porque carga de água não hão-de ser, novamente, no nosso tempo. Será que os Oeirenses se julgam menos saloios só porque, na sua grande maioria são ou descendem de provincianos, transmontanos e quejandos.

Durante séculos estas terras, algumas de barros (termo comum até meados do séc. XX), outrora reguengas, senhoriais, aforadas, baldias foram mourejadas (sim, por mouros) de pão, de vinhas, de pomares e também de hortas indispensáveis ao aprovisionamento das mesas dos palácios e dos casebres (casas saloias de que poderemos voltar a falar).

Bolas...já dobrei o meio-século na idade. Mas não tinha chegado cá sem o que a horta e a capoeira produziam. Bem sei que agora temos as "cinoiras" (lembram-se da Beatriz Costa na Aldeia da Roupa Branca) de França e os frangos da "Sicassal".

Em cima vai uma imagem de hortas, de há algum tempo, no Vale da Terrugem, perto do Alto do Lagoal. Ainda no passado Natal, um dos simpáticos hortelãos ofereceu-me umas belas pencas que deram acompanhamento ao bacalhau da véspera e roupa velha do dia.

Soube de uma experiências de horta social desenvolvida na Outorela pela CMO. Porque espera a autarquia para prosseguir e dinamizar a instalação de pequenos lotes de terra e a sua atribuição em regime de comodato, por exemplo, a quem a queira fabricar, aproveitando espaços não ocupados ou os vales das ribeiras onde não deveria ser possível construir (estão a ver aquelas Torres por cima de Paço de Arcos, junto da Ribeira), de acordo com o Plano Director Municipal. As hortas sociais também podem ser um excelente instrumento pedagógico junto das novas gerações.

Porém, lamentavelmente, há quem confunda desenvolvimento sustentado com progresso. Ruralidade, só lá para o interior do país abandonado.

Atrevia-me a fazer um desafio aos colaboradores e visitantes deste blog. Identifiquemos por imagens e palavras sítios deste Concelho onde há quem resista e persista em continuar a produzir alimentos.

Fernando Lopes