terça-feira, 10 de julho de 2012

Divagações ao Sol de Julho


 Há anos uns empresários empreendedores, congregaram interesses vários, convidaram uns cantores e bandas apelativas e resolveram fazer umas festas pelo País fora e ganharem uns euros e renome. Implantaram-se os Festivais onde, principalmente os jovens, ouvem as bandas da moda.  
   Também aqui, perto da cidade havia (e ainda há) um terreno muito atractivo que tem sido assunto de disputas entre várias entidades que, de vez enquanto, vão falando em grandes projectos para ele, embora alguns digam que surgiu de um aterro menos legal.
   E lá surgiu um Promotor que congregando importantes patrocinadores tem trazido “sucessos” musicais nacionais e internacionais (?) para esta zona, além de muita confusão de trânsito e barulho para as gentes que por perto vivem. E como todos devem participar pede, às entidades locais, apoio logístico na desmatação do recinto, preparação e limpeza do terreno, recolha de lixo, electricidade, segurança… que custam dinheiro, mais licenças e mais um apoio mesmo monetário. E claro também dá contrapartidas entre outras em bilhetes, o Logo e o nome difundido pelo estrangeiro. E durante um fim-de-semana haverá diversificação cultural, internacionalização da Grande Lisboa com mais de oito mil turistas e até há quem defenda que poderá ser um dos eventos-alavanca para nos projectar no estrangeiro.
     Tudo somado ainda serão uns bons milhares de Euros que as entidades locais irão entregar e, dada a escassez de meios com que todos lutamos, esta opção irá reflectir-se certamente no corte de apoios com que algumas colectividades sobrevivem. Ah! mas são eventos internacionais! 

 Maria Clotilde Moreira / Algés

Artigo publicado hoje no Jornal de Oeiras       

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