Boa noite aos leitores do OL;
Permitam-me este pequeno intervalo no debate político.
Reporto mais uma vez problemas reais causados por uma administração local que chama ao exercício de cidadania dos munícipes - ruído (quer a data e local da afirmação senhora vereadora?).
O meu bairro foi um dos (in)felizes contemplados com a instalação das famosas Ilhas Ecológicas (triste exemplo de desperdício de dinheiros públicos, nunca é demais repeti-lo) por desactivação das casas-do-lixo existentes em cada um dos edifícios.
Sempre achei curiosa esta designação. A classificação de ecológica sinónimo de amiga do ambiente leva-me sempre à associação a conceitos como natureza, ar puro, desportos ao ar livre e de manutenção, etc.
Ainda não sei, analisando as fotografias que partilho convosco se algum dos meus vizinhos pensou da mesma forma e levou a ideia ao extremo de levar uma bicicleta para fazer "RPM" bem junto do espaço ecológico que a CMO nos presenteou sem nunca o termos solicitado.
Também não sei em que pensaram outros residentes e munícipes que ao longo dos últimos meses colocaram juntos das Ilhas Ecológicas objectos pouco…ecológicos e estranhos como cadeiras e mesas (para um jantar romântico ao ar livre na Ilha?), colchões (alguém decidiu namorar ao luar na Ilha?), numerosos brinquedos praticamente novos de crianças exigentes, etc, etc.
Enfim a variedade de objectos que têm sido colocados no exterior destes equipamentos daria para equipar um T2...
Estas Ilhas trouxeram pouca ecologia ao bairro e muito lixo para a rua.
Nunca mas nunca tal foi visto anteriormente no bairro. Os objectos ficavam recolhidos nos respectivos compartimentos privativos dos edifícios e se algum vizinho distraído não o fazia, outros chamavam os serviços respectivos da CMO para a a recolha.
Lixeiras à vista NUNCA!
Recordo mais uma vez as conclusões de estudo da própria CMO de 1994 (o sublinhado é meu) e atente-se como continua actual:
Fonte “Naturlink “
“Sofia Gomes/CMO:
… O sistema porta-a-porta é adequado a vivendas e edifícios com arrecadação de contentores, as chamadas casas do lixo. É adequado porque as pessoas não têm que se deslocar aos ecopontos e porque não é necessário colocar recipientes na via pública. Os bairros e a maioria das ruas não estão preparados para receber ecopontos. Eles tiram visibilidade nos cruzamentos, causam dificuldades de estacionamento e são impedimentos de passagem nos passeios”. Ou seja, um ecoponto é uma barreira arquitectónica e os nossos espaços já estão demasiado ocupados com sinais de trânsito, contentores do lixo e outras coisas que funcionam como obstáculos à livre circulação das pessoas. Sem contar com o estacionamento, que é cada vez mais um problema das zonas urbanas, e com o facto de cada material exigir um camião do lixo que demora cerca de dez minutos a recolher. Multiplique-se isto por quatro, o número habitual de contentores num ecoponto. A agravar a situação, muitas vezes os ecopontos estão demasiado cheios e “como os resíduos não cabem lá dentro, ficam de fora, originando pequenas lixeiras”.
Elas aí estão.
Voltarei a este tema da recolha e tratamento de resíduos no nosso Concelho divulgando aqui no OL e em primeira mão um dossier que me foi entregue sobre um potencial problema ambiental cujo (pela dimensão e consequências) entregarei nos próximos dias à Quercus.