Publicado no Correio do leitor do Jornal de Oeiras no dia 1 de Maio
Com muita frequência temos as caixas de correio
cheias de publicidade para tudo e de múltiplas origens. O mais certo destes
panfletos é irem imediatamente para o lixo, quando não são atirados para o chão
da rua. Em dois dias já contei mais de 20 desdobráveis informando sobre
telemóveis, colchões e sofás, sapatos, vestidos e roupa interior, pinturas
interiores e exteriores e muitas produtos relacionados com a alimentação. Por
um lado estamos a desperdiçar papel e tintas e a encher os contentores, mas
também é verdade que este “comércio” dá trabalho a algumas pessoas,
que os fazem e distribuem.
A Câmara de Oeiras, continua a desenvolver uma
campanha de boas práticas de deposição dos lixos nos sítios e nos horários a
isso destinados, mas a quantidade de lixo doméstico deixado de qualquer maneira
na via pública em volta dos contentores, demonstra que falta muito para uma
quantidade apreciável de moradores no Município de Oeiras terem correctas
práticas de cidadania. E os papelões? E os vidrões? Também à volta destes há
muito caos.
Todos os dias nos deparamos com mobílias,
frigoríficos e restos de remodelações perto dos contentores do lixo que ali
ficam dias à espera que alguém informe os respectivos serviços para os virem
recolher. E o que nos chama a atenção são as muitas coisas abandonadas
parecerem que estão ainda em estado de serem aproveitadas. Diz quem sabe, que a
recuperação dessas peças é caro e há poucas pessoas que sabem ainda
recuperá-las e, depois, quem as vai querer se elas já não estão na moda? Nem
dadas haverá quem as queira.
O aumento do lixo e dos desperdícios será a
resposta do mundo evoluído em que vivemos? Não aproveitar: comprar novo o
último grito colocado no mercado será sinal de uma sociedade consciente? Uma
coisa é certa: estas atitudes são mesmo o reflexo do actual mundo novo.
Maria Clotilde Moreira / Algés
1 comentário:
Tem toda a razão. No Porto existe uma organização, IMAÚS, que procede à recolha gratuita dos ditos trastes, recupera-os e vende-os para sustentar a organização que possui. Julgo que também existem em Lisboa.
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