quarta-feira, 2 de maio de 2012

Panfletos de publicidade, lixos e desperdícios

Publicado no Correio do leitor do Jornal de Oeiras no dia 1 de Maio





   Com muita frequência temos as caixas de correio cheias de publicidade para tudo e de múltiplas origens. O mais certo destes panfletos é irem imediatamente para o lixo, quando não são atirados para o chão da rua. Em dois dias já contei mais de 20 desdobráveis informando sobre telemóveis, colchões e sofás, sapatos, vestidos e roupa interior, pinturas interiores e exteriores e muitas produtos relacionados com a alimentação. Por um lado estamos a desperdiçar papel e tintas e a encher os contentores, mas também é verdade que este “comércio” dá trabalho a algumas pessoas, que os fazem e distribuem.
   A Câmara de Oeiras, continua a desenvolver uma campanha de boas práticas de deposição dos lixos nos sítios e nos horários a isso destinados, mas a quantidade de lixo doméstico deixado de qualquer maneira na via pública em volta dos contentores, demonstra que falta muito para uma quantidade apreciável de moradores no Município de Oeiras terem correctas práticas de cidadania. E os papelões? E os vidrões? Também à volta destes há muito caos.
   Todos os dias nos deparamos com mobílias, frigoríficos e restos de remodelações perto dos contentores do lixo que ali ficam dias à espera que alguém informe os respectivos serviços para os virem recolher. E o que nos chama a atenção são as muitas coisas abandonadas parecerem que estão ainda em estado de serem aproveitadas. Diz quem sabe, que a recuperação dessas peças é caro e há poucas pessoas que sabem ainda recuperá-las e, depois, quem as vai querer se elas já não estão na moda? Nem dadas haverá quem as queira.
   O aumento do lixo e dos desperdícios será a resposta do mundo evoluído em que vivemos? Não aproveitar: comprar novo o último grito colocado no mercado será sinal de uma sociedade consciente? Uma coisa é certa: estas atitudes são mesmo o reflexo do actual mundo novo.

Maria Clotilde Moreira / Algés 
 

1 comentário:

Leite Pereira disse...

Tem toda a razão. No Porto existe uma organização, IMAÚS, que procede à recolha gratuita dos ditos trastes, recupera-os e vende-os para sustentar a organização que possui. Julgo que também existem em Lisboa.