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O "Diário de Notícias" fez as contas ao PEC e ao que quererá dizer a anunciada medida de redução das deduções fiscais (saúde, educação, habitação, como na canção de José Mário Branco) e concluiu que, traduzida em miúdos, apesar de o Governo repetir que não haverá aumento de impostos, o que significa é que as classes médias irão pagar mais IRS.
É uma curiosa expressão, esta das "classes médias". Parece que o salário mensal "médio" dos portugueses é qualquer coisa como 680 euros. Quanto é que uma família portuguesa terá que ganhar para ascender ao invejável estatuto de "classe alta" e quanto terá que deixar de ganhar para descer de divisão para a das "classes baixas"? Como diria o outro, "é só fazer as contas". E há boas razões para fazê-las, porque, apurou o DN, "todos os agregados familiares com rendimentos anuais acima de 7 250 euros (518 euros mensais) pagarão mais IRS". Aos poucos, como numa sessão de "strip tease", o PEC vai-se assim desnudando aos olhos esbugalhados dos portugueses, deixando à vista as suas partes politicamente mais pudendas. E o problema é que não são bonitas de ver.
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