domingo, 22 de agosto de 2010

Os horários dos outros

Este texto saiu hoje no Público – Cartas à Directora.



Quando, muitos de nós, cedo pela manhã, compramos o Jornal, tomamos o pequeno almoço na pastelaria ou apenas uma bica, apanhamos o transporte público… e entramos no nosso local de trabalho limpo e arejado, nunca pensamos que estes pequenos nadas são suportados por alguém que trabalhou de noite, longe da família. Para que este nosso Mundo avance muitos homens e mulheres terão de trabalhar enquanto descansamos. Encolhemos os ombros e suspiramos: é a vida.


Seria de esperar que o desconforto destes horários necessários fosse minimizado com tempos de trabalho mais curtos e folgas periódicas para que, por um lado não haja divórcio total com a realidade diurna e por outro lado para retemperar as forças. Mas o que esta sociedade impõe são condições de retrocesso a um passado de escravatura ou dos primórdios da era indústrial. E até os trabalhadores de colarinho branco são envolvidos nesta exploração numa sociedade que se diz evoluída, e que dispõe de tanta e boa tecnologia. Para quando tempos de trabalho mais curtos, mais oportunidades de empregos, enfim uma sociedade mais feliz?

1 comentário:

Anónimo disse...

Existem muitas pessoas ... a defender que os horários de trabalho se devem estender pela noite dentro, até de madrugada (como os bares da noite...), incluindo agora os super-mercados.

Dizem que comprar laranjas, pão e carne, deverá ser feito nas mesmas horas em que se compram meias, perfumes e outras coisitas ...

É a «humanização» do século XXI a caminho de XXV e do 31 ...