Opinião
Sem desculpas
Portugal vive um Alcácer-Quibir financeiro, mas esse desastre não aconteceu ontem. Sócrates arranjou com o chumbo do PEC 4 uma desculpa para atribuir a outros o ónus do inevitável resgate externo, mas quem esteve ao leme do Governo nos últimos seis anos não pode culpar terceiros por erros e próprios.
É verdade que aconteceu em Setembro de 2008 uma grave crise económica mundial e que esse terramoto colocou a nu os crimes do BPN, que nos vão custar pelo menos 1,1% do PIB, ainda não contabilizados nas contas públicas.
É verdade também que a crise grega abriu uma caixa de Pandora sobre os países mais frágeis do euro que levou à desconfiança dos credores e à especulação sobre os juros, levando a taxas que o País não pode pagar.
A culpa do Governo foi não ter conseguido travar a espiral despesista do Estado, sem contrapartida para os contribuintes, cada vez mais pressionados. Sócrates seguiu uma política antiga: parte dos gastos do Estado foram escondidos debaixo do tapete, quer nos passivos das empresas públicas, quer nas ruinosas parcerias público-privadas.
O fim do dinheiro fácil e barato acabou com o Governo de Sócrates e deixa o País à beira da falência. A ressaca vai ser dolorosa e demorará anos. E custará ainda muitos PEC.
9 comentários:
Passos Coelho vai necessáriamente ter que apresentar um PAC V, VI, VII, VIII, IX, X e por ai adiante. O mote está dado: "não me comprometo com um não aumento de impostos" diz o futuro primeiro ministro.
Mudam os protagonistas, repete-se a história. O poleiro muda de galo mas o cantar repete-se. Como dizia o antigo moleiro e na sua sabedoria popular "é tudo farinha do mesmo saco".
Num futuro muito próximo o que vai definir o futuro de Portugal não vão ser os resultados eleitorais, não vão ser as politicas do próximo primeiro. O que vai difinir o nosso futuro é aquilo que a Alemanha ditar, aquilo que os grandes agentes económicos internacionais ditarem, isso é que vai ser a lei. Se não aceitarmos, pois bem, primeiro acaba-se o dinheiro para pagar aos funcionários público (imagine-se os camarários sem receberem salário), depois as reformas deixam de ser pagas (imagine-se a Senhora dona Clotilde a ter que voltar a trabalhar e sem tempo para fazer as suas reportagens fotográficas tão fundamentais para o concelho de Oeiras) e por ai adiante até à falência total de Portugal. O que até podia não ser mau; regressávamos à troca por troca, a Sra Isabel M. poderia trocar uns quadros por umas batatas, e o povo volktava à agricultura, recuperando os campos abandonados etc. No fundo seria um mundo novo de oportunidades.
Boa noite.
Júlio M. Vaz
Olha que sorte! Ainda tenho qualquer coisa para trocar por batatas. E o anónimo troca o quê? Suspeito que não tenha nada para trocar e no dia em que lhe puserem a camisa de forças vai parar à ala dos indigentes do Júlio de Matos.
Anónimo perdão, Júlio Vaz, um servo ao dispor de Vexa. Quanto à sua questão, infelizmente não tenho muito capital e também eu terei que entrar no esquema da troca directa, apostarei no sector dos materiais de construção e peças auto, isto caso perca os meus clientes na profissão que hoje exerço. Aprecio o seu refinado sentido de humor, um must...
Júlio M. Vaz
O Senhor tonto já voltou?
Agora DISFARÇADO de Júlio M. Vaz, será o bisneto de Bernardino Machadoe filho de Maria Clara?
Resposta ao anónimo das 00:27
Ontem, para não lhe dizer algo que o anónimo merece a respeito da forma baixinha, rasteirinha, deselegante que usa quando aqui escreve, optei por usar o meu 'sentido de humor' mas o que, de facto, lhe quero dizer mais uma vez - e isto é tão básico que, creia, até me custa dizê-lo - o que está à discussão são os artigos, os assuntos publicados (mais pertinentes, menos pertinentes, não interessa! quem não gosta não é obrigado a ler o 'Oeiras Local') e nunca as pessoas que no blogue colaboram e a sua vida pessoal ou profissional.
Proceder de outra forma como recorrentemente faz, abona pouco a seu favor, ainda que pretensamente escondido sob pseudónimos de nomes alheios.
O Sr. Coelho já fez saber que para além do IVA a subir em dois pontos base, vamos ver cortados o 13º mês mais fortes cortes na Administração Pública. Mais um violento ataque das politicas de direita ao povo trabalhador.
Pedro Correia
Pronto... começou a contra-informação. O que PPC disse - há momentos - foi que primeiro tem que saber o estado das finanças do País.
Não é contra informação, é a realidade nua e crua. O Sr. Coelho vai verificar que as finanças estão um desastre, como já anteriormente tinha verificado o Sr. Barroso a seguir ao governo do Sr. Guterres, e vai subir o IVA e cortar nos trabalhadores da Administração Pública. Sempre o elo mais fraco, os trabalhadores, os funcionários que sim, estão em terriveis dificuldades. O Sr. Coelho é o próximo primeiro e é bom que nos preparemos para a luta. Não são os funcionários que têm que pagar pelos especuladores segazes de lucro fácil, nem pelos grandes banqueiros e muito menos serem objectos nas mãos da Sra. Merkel. O Sr. Coelho está já a revelar-se um fantoche ás mãos do grande capital e dos grandes financeiros e poderosos da Europa.
Ora vejamos: É preciso poupar? Atirem funcionários públicos para o desemprego, professores enfermeiros e tudo o mais, cortem-se salários tirem-lhes o 13º mês, as férias, aumentem-lhes as horas de trabalho, cortem-lhes os apoios sociais, os abonos e tudo isto vai levar a uma escalada impar do confronto social, porque o povo que trabalha já não aguenta mais isto!!!!!
Pedro Correia
Portugal vai ter que continuar a assumir os seus compromissos. Espera-se é que quem vier a seguir emagreça o estado e não continue a ir apenas ao bolso dos mais desfavorecidos. Mais concretamente, que haja uma melhor redistribuição da 'riqueza' para que diminua o fosso abismal entre os muito ricos e os muito pobres, e que se acabe com os tachos e o compadrio instalados durante o desgoverno socialista.
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