Hoje, 12h47m
A Voz da Razão
Estava tudo a correr tão bem: nos dois primeiros meses de 2011, a execução orçamental não era apenas boa. Era muito boa e, pasme-se, superior ao esperado. O défice descia. A despesa também.
Verdade que os portugueses continuavam a ser espremidos, mas os portugueses gostam de ser espremidos. O clima era tal que um semanário titulava na primeira página que o FMI já não vinha. E até Sócrates, com compreensível mágoa, lamentava a relutância da Oposição em canonizá-lo.
A festa acabou: com a apresentação de um novo pacote de austeridade, que só por maldade pode ser visto como uma confissão de incompetência, o PSD não está disponível para dar mais uma mão ao governo. Um capricho intolerável de quem não percebe que as pessoas não têm que acertar à primeira ou à segunda; nem à terceira ou à quarta; mas talvez só à quinta ou à sexta; ou quem sabe à décima. Claro que, neste processo de teste e erro sobre o país, existe sempre a possibilidade de matarmos a cobaia. Mas a falta de espírito científico do PSD é a prova de que o plano tecnológico do engº Sócrates não chegou a toda a gente.
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