A troika e a sopa de pão
Os troikanos que compõem a troika e agora nos andam a visitar com regularidade, sabem muitas teorias que aprenderam nas Universidades mas sabem pouco da vida. E grave é que, quem os recebe aqui, a tudo diz que sim.
Para os troikanos um e um são dois e não sabem que em Portugal, muitas vezes, uma sopa de pão e uma sardinha engana a fome a cinco pessoas (o pai, a mãe, dois filhos e a avó velha e entrevada). A sopa com mais um pouco de água, umas ervas de cheiro, umas côdeas e, nos dias de sorte, um fio de azeite torna-se num manjar e quando há uma sardinha, ainda hoje, o rabo é para o pai, as abas da barriga para os filhos. A mãe chupa a cabeça e a avó nada.
É pena é que ministros e outros se esqueçam que apesar de terem estudado as tais aritméticas infalíveis não é cortando, despedindo, desmembrando que se cria riqueza. (…)
(A riqueza resulta de trabalho organizado, do aproveitamento das potencialidades da nossa terra, de critérios de aquisições fora de fronteiras, de exportações da nossa competência. E tudo isto se pode fazer dando trabalho a muitos, pagando-lhes salários justos para estes poderem comprar àqueles e os empresários, entre pagar e receber, amealharem poupanças para alargarem os negócios).
Um exemplo: se um casal estiver empregado com salários suficientes para, depois de pagar “o pão, a renda de casa, as escolas dos filhos, os transportes…” tiver ainda possibilidade de tomar um café todos os dias, o empresário dos cafés venderá mais a esta pastelaria que tem fregueses diários e esta poderá empregar mais um trabalhador.
Todos sabemos que existe um número apreciável de portugueses que se apropriaram (e apropriam ainda) dos chamados tachos para eles e os seus familiares terem uma boa vida, esquecendo-se que também tiveram uns avós que passaram fome porque havia ricos que se esqueciam dos trabalhadores.
Para os troikanos um e um são dois e não sabem que em Portugal, muitas vezes, uma sopa de pão e uma sardinha engana a fome a cinco pessoas (o pai, a mãe, dois filhos e a avó velha e entrevada). A sopa com mais um pouco de água, umas ervas de cheiro, umas côdeas e, nos dias de sorte, um fio de azeite torna-se num manjar e quando há uma sardinha, ainda hoje, o rabo é para o pai, as abas da barriga para os filhos. A mãe chupa a cabeça e a avó nada.
É pena é que ministros e outros se esqueçam que apesar de terem estudado as tais aritméticas infalíveis não é cortando, despedindo, desmembrando que se cria riqueza. (…)
(A riqueza resulta de trabalho organizado, do aproveitamento das potencialidades da nossa terra, de critérios de aquisições fora de fronteiras, de exportações da nossa competência. E tudo isto se pode fazer dando trabalho a muitos, pagando-lhes salários justos para estes poderem comprar àqueles e os empresários, entre pagar e receber, amealharem poupanças para alargarem os negócios).
Um exemplo: se um casal estiver empregado com salários suficientes para, depois de pagar “o pão, a renda de casa, as escolas dos filhos, os transportes…” tiver ainda possibilidade de tomar um café todos os dias, o empresário dos cafés venderá mais a esta pastelaria que tem fregueses diários e esta poderá empregar mais um trabalhador.
Todos sabemos que existe um número apreciável de portugueses que se apropriaram (e apropriam ainda) dos chamados tachos para eles e os seus familiares terem uma boa vida, esquecendo-se que também tiveram uns avós que passaram fome porque havia ricos que se esqueciam dos trabalhadores.
15 comentários:
Acertivas palavras, plena convicção e um rezumir da noção mais simples e humana do que é a base da economia. Estes Troikanos que vêm ao nosso país fazer as experiências que vêm nos livros, que nos tornam cobaias dos ensinamentos académicos deviam conhecer um pouco da ideologia de Leon Trótski. Com ele os Toikanos não brincariam ás experiências.
Mas hoje, séc XXI o mundo é outro e a sociedade evoluio e modou. É por isso que no PCP não aceitamos estes troikanos e dizemos NÃO à austeridade. Dizemos sim ao investimento publico de cariz industrial. Dizemos sim ao aumento de emprego com o apoio do Estado. Dizemos não à precaridade e á perca de direitos adquiridos, enfim, gente séria é outra coisa.
Pedro Correia
Bom dia, Clotilde;
"E grave é que, quem os recebe aqui, a tudo diz que sim."
Mas houve "dois" que lá podiam ter ido dizer não e não foram; acharam mais "cómodo" ficar em casa.
Quanto ao resto o mais de acordo possível; mais postos de trabalho maior riqueza. É por isso que não sou contra os hipermercados abertos ao domingo. Um horário alargado dá trabalho a mais gente.
Julgava que os tipos do PCP eram todos intelectuais, o que pressupõe que escrevessem bem... estava enganado:
"rezumir"
"ás"
"evoluio"
"modou"
"publico"
só em dois parágrafos...
Portanto, e segundo o ilustre auto-assumido militante do PCP - que tanto defende o Sócrates - os bons, os honestos, estão todos no PCP; os outros estão distribuídos pelos restantes partidos. Este senhor pertence a outra galáxia. Só pode! :D
É que nem sequer vou perder o meu tempo com assuntos menores quando tão graves assuntos há para debater, não posso porém deixar passar em claro a referência que o anónimo das 11:00 faz aos militantes do PCP, definindo-os como intelectuais. Hahaha Há há há (repararam no trocadilho?). Também os há e muitos, acredito que a massa operária desses imensos homens e mulheres, que trabalham na indústria, nos campos sabem mais da cultura do trabalho e da vida do que quem manda esses piropos. O que é ser intelectual? Fico a aguardar a definição por parte do anónimo, depois sim, podemos discutir ideologias. PCP, sempre.
Pedro Correia
Excelente post!
quem vai ser o novo presidente da cmo.
Intelectual:
- Que é do domínio da inteligência;
- Relativo à inteligência;
- Espiritual;
- Pessoa que tem gosto predominante pelas coisas do espírito.
Pronto, está esclarecido: intelectual afinal não tem mesmo nada a ver com os gajos do PCP, seja pela inteligência, seja pelas coisas do espírito...
estou de acordo com a Senhora Isabel Magalhães mais postos de trabalho maior riqueza mas de certeza que a Sra gosta de ao Domingo gosta de estar em casa a descansar com a sua família porque não faz as suas compras nas pequenas superfícies em vez de dar dinheiro a belmiros e outros.
Resposta [30 de Setembro de 2011 13:46];
Vamos por pontos para ver se percebe bem a minha resposta.
1. O que está aberto a comentário são os assuntos e não quem os escreve, publica e/ou comenta:
2. Escolheu-me mal como alvo porque só mostrou falar do que não sabe e de quem não conhece.
Sou uma ex-profissional do Turismo e durante mais de duas décadas trabalhei sábados, domingos e feriados (muitas vezes fora da minha área de residência) e isso não me impediu de criar e educar os meus filhos. E se fosse católica praticante ainda dava para ir à Missa. Não trabalhar no dia de Natal foi uma conquista da "revolução" porque os postos de Turismo estavam abertos o ano inteiro.
Posto isto e face à interminável lista de trabalhadores que não descansam ao domingo e feriado acho extremamente curiosa a sua preocupação apenas com o pessoal dos Hiper. Porque será?
Quanto às 'pequenas superfícies' onde me aconselha a fazer compras, olhe que há milhentas que há muitos anos estão abertas ao domingo e feriado.
Continue connosco e não deixe de nos brindar com tão profícuas considerações.
Há um ditado que diz «Diz-me com quem tu andas que eu direi quem tu és».Não estou aqui para ofender ninguém,se ofendi a sra,eu peço imensa desculpa mas eu posso dizer quem sou.Sou funcionário da CMO mais precisamente da Recolha Noturna a quais nos tem tirado inúmeras regalias trabalhando que nem as pessoas imaginam que qualquer dia temos de pagar para trabalhar á chuva e ao frio sem nenhum acréscimo remuneratório e tende de trabalhar de dia nas obras para ter mais um sustento para criar dois filhos tendo a minha mulher hipótese de estar ao fim de semana com eles tendo sido retirado.Sei que é mais uma compensação mas nada tirando assim a hipótese de pode-los ver crescer estando com eles ao fim de semana e enfim.Agora em relação as pequenas superfícies talvez se olhar para a loja da esquina como tanto a senhora e inúmeras pessoas talvez elas estejam mais vezes abertas
Resposta [30 de Setembro de 2011 19:02];
O sr não me ofendeu. O sr partiu do princípio que o ataque é a melhor defesa e teve azar no alvo porque eu trabalhei por turnos durante mais de 20 anos, muitas vezes à noite e fora da minha área de residência. E, com a sua resposta veio dar-me razão: o Mundo não funciona só com pessoas que trabalham das 9h às 17h.
E já agora, eu também desejo - e espero - um mundo mais justo.
Votos de que as v/ condições de trabalho melhorem.
Desculpe lá eu continuar a insistir consigo,mas o que nós fazemos não é chamado de turnos,é trabalho noturno,é das 11 da noite ás 5 da manhã e muito mal pago e muito mal compreendido pelos munícipes.Mas o tipo de horários tem de ser perguntados aos funcionários e não impostos como é feito pela CMO como também pelo sr Belmiro de Azevedo e é muito triste ver filhos a crescer,não poder acompanhar o crescimento.
E onde é que eu disse isso, que o trabalho de recolha dos RSU é por turnos?
A minha resposta referia-se ao seu comentário [30 de Setembro de 2011 13:46] em que me criticou por eu não ser contra os Hiper abertos ao domingo e feriado, e serviu também para lhe dizer que a lista dos que não descansam nesses dias é longa...
Depois é que surgiu o seu comentário onde se assume trabalhador da CMO.
A Sra Isabel Magalhães referiu que trabalhou muito tempo por turnos e aprecio muito essa coragem.Eu assumi-me como funcionário da RSU informando simplesmente que nos foi imposto trabalhos por turnos.Os turnos designam-se como vários horários,manhã,tarde e noite mas aqui aos incultos da RSU os turnos é sempre de noite das 11 horas da noite ás 5 da manhã e não pagando com o respetivo horário de turno mais uma cabala do Sr Isaltino!
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