terça-feira, 15 de março de 2011

Algés – de Vila a Bairro

Num suplemento de fim de semana de um Jornal diário é-nos apresentado um mega projecto para 10 a 20 anos, que enunciando querer trazer a praia para a zona urbana da Vila de Algés, pega até em ideias já referidas há anos por algumas pessoas que pretendiam dar ares de inovação.

Lá vem referida a tal regularização da ribeira que continua adiada, a linha de eléctrico ligeiro (que já foi também chamado de metro de superfície) na Av. dos Bombeiros, e um arranha céus com vista sobre a foz do Tejo; a transferência do S. A. Dafundo e o aproveitamento do actual espaço, tão cobiçado, para escritórios (referem que lá ficaria um “quartinho” perpetuando esta memória). Os acessos viários e pedonais aos terrenos junto ao mar têm sido apenas miragens não se prevendo a sua concretização e, portanto a transferência deste clube será para entreter. Também não esquecem o actual Mercado desenhando-se uma valência comercial, etc. É interessante ver os apoios e as incriminações às entidades por não ligarem já a estas propostas.

Realmente Algés tem uma localização e densidade populacional importantes mas também é verdade que continua a existir um número apreciável de fogos novos por ocupar bem como espaços para escritório vazios (não sendo previsível que a natalidade aumente exponencialmente nem que haja uma invasão de visigodos vai ser difícil ocupar todos este imobiliário edificado)

É também de referir o número de edifícios abandonados e a degradarem-se sem que se veja qualquer actuação concreta em travar este desconsolo principalmente no centro desta Vila. Também o número de lojas fechadas não ajudam a aceitar a vertente comercial para o Mercado. Estes “suspiros” de inovação vêm recordar as tais 22 vivendas de luxo (mais 44 carros) para a Rua Mestre Avis e os problemas do escoamento de trânsito na Rua João Chagas.

E se começassem por apostar na manutenção e reabilitação e reaproveitamento do edificado?



Maria Clotilde Moreira / Algés



in Correio dos Leitores do JO desta data

4 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Clotilde;

22 vivendas de luxo são - pelo menos - 88 carros mas as ditas terão estacionamento privativo. Digo eu!

(Atenção ao índice de viaturas per capita no concelho de Oeiras)

Clotilde Moreira disse...

Isabel
Claro que terão estacionamento diz a Isabel. O problema é que são mais carros a entupir a João Chagas.E teremos também de contar com as visitas dos amigos e fornecedores.
Clotilde

Isabel Magalhães disse...

A Clotilde está certa; eu apenas considerei o estacionamento e o número de viaturas.

Anónimo disse...

A Lei dos Solos está em discussão.
Da revisão do PDM não há nenhuma CCDR que obrigue o seu términus.
Do Ministério do Ordenamento do Território ninguém se preocupa com Algés e com Oeiras.
Logo vamos assistindo a novos loteamentos e novos prédios (Casal das Romeiras?)descaracterizando e não preservando nada de uma Paisagem(existe a Convenção Europeia da Paisagem), continuando a serem eliminados solos fundamentais, para dar lugares a prédios.
Quem para este crime? A actividade económica da construção civil continuará a ganhar dinheiro com a reabilitação urbana e outra obras.
O que fizeram de Carnaxide e Linda-a-Velha não seria permitido fazer por exemplo na Holanda.
Em Algés há ainda muitos terrenos expectantes e muitíssimos actrativos para a construção.
Onde haverá bolsas de terrenos quando o paradigma da agricultura mudar? Convidem o Ribeiro Teles a fazer um trabalho sobre o Concelho na sua totalidade. O Blogue pode começar o peditório, decerto que entre 50 habitantes arranjava-se o dinheiro para o Estudo. Fica a ideia e obrigado pelos alertas.