O
secretário de Estado da Cultura admitiu ontem em entrevista à TVI-24
alterar até 2015 algumas regras do novo Acordo Ortográfico, que já está
em vigor nos organismos do Estado desde janeiro deste ano.
Manifestando o seu desacordo com algumas normas,
Francisco José Viegas lembrou que "do ponto de vista teórico, a
ortografia é uma coisa artificial. Portanto, podemos mudá-la. Até 2015
podemos corrigi-la, temos essa possibilidade e vamos usá-la. Nós temos
que aperfeiçoar o que há para aperfeiçoar. Temos três anos para o
fazer".
Questionado sobre a polémica decisão de Vasco Graça
Moura que ordenou aos serviços internos do Centro Cultural de Belém
(CCB) que não apliquem o novo acordo, o responsável pela pasta da
cultura começou por lembrar que o presidente do CCB "é uma das pessoas
que mais refletiu e se empenhou no combate contra o Acordo Ortográfico"
para seguidamente lembrar aqueles que "não têm qualquer intimidade nem
com a escrita, nem com a ortografia, terem vindo criticar e pedir
sanções".
"Para mim é um não-problema. Os materiais impressos e
oficiais do CCB obedecem a uma norma geral que vigora desde 1 de
janeiro em todos os organismos sob tutela do Estado. O Vasco Graça
Moura, um dos grandes autores da nossa língua, escrever como lhe
apetecer", acrescentou o governante.
"Às vezes quando escrevo como escritor tenho dúvidas e
vou fazer uso dessa possibilidade, como todos os portugueses podem
fazer uso dessa possibilidade, isto é, a competência que têm para
escolher a sua ortografia. Não há uma polícia da língua. Há um acordo
que não implica sanções graves para nenhum de nós", rematou Francisco
José Viegas.
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