terça-feira, 5 de setembro de 2006

conferência "Os Faróis de Oeiras e da Barra do Tejo"


Tinhamos a certeza. Fomos lá para a confirmar.
Tinhamos a certeza que o Dr. Joaquim Boiça nos iria encantar com uma brilhante exposição sobre os Faróis. Fomos lá para o confirmar e confirmámos.

Esta conferência, programada pela Associação Cultural de Oeiras ESPAÇO e MEMÓRIA, decorreu nesta última segunda-feira na simpática esplanada da Casa das Queijadas de Oeiras.

O conferencista começou por fazer uma breve introdução sobre as origens dos faróis e da sua necessidade de existência. De seguida fez um historial da implantação de faróis em Portugal, passando depois à barra do Tejo, aquela que nos diz directamente respeito, sendo que muitos dos faróis referenciados pertencem ao Concelho de Oeiras.

Entre outros elementos históricos, comunicou-nos o atraso que a evolução dos faróis no nosso país teve e que levou a que o litoral deste fosse durante muito tempo apelidado de "Costa Negra"...
Falou-nos da construção de faróis ao longo da costa portuguesa, desde o séc. XVI, e da evolução arquitectónica e dos diversos mecanismos e sistemas de alumiamento dos mesmos, da sua progressão no tempo, dos diversos modelos adoptados, do estado actual de muitos deles, alguns ao abandono e arruinados, etc.

Falou-nos da história de diversos faróis, nomeadamente da nossa barra do Tejo, alguns ainda existentes e em funcionamento, outros que desapareceram, sendo que de alguns ainda subsistem decrépitos vestígios, ainda de outros que sofreram remodelações e transformações várias, etc.

Esclareceu-nos sobretudo a respeito do gigantesco e insuspeito património histórico, cultural e humano que os faróis representam, nomeadamente num aspecto que habitualmente passa despercebido. O plano industrial, isto é, o dos sistemas de iluminação, e a maquinaria utilizada para que eles funcionassem.

Falou-nos ainda da vida dos faroleiros, um ofício em declínio, com o crescente automatizar dos faróis. O que tem conduzido ao despojar dos faróis da presença humana, tão cara aos mareantes, para quem a presença de alguém no farol é sinónimo de confiança.

Sem dúvida uma magnífica lição de História que certamente não deixou indiferente nenhum dos presentes. E que fará com que da próxima vez que olhemos para um farol, do mar ou de terra, o vejamos com outros olhos. Com admiração e, porque não, com verdadeiro CARINHO!

imagem: © cv comunicação visual 2006

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