sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A arte da fuga

CM - 05 Fevereiro 2010 - 00h30


A voz da razão

Portugal regressou ao pântano de Guterres. Inevitável: um país que vive acima do que produz não tem futuro. Só passado. E o passado é uma economia no abismo e o escárnio do mundo a olhar para nós. Que fazer?


Simples: o que Guterres fez. Fugir. E existem várias formas de fugir. Uma é bater com a porta. Outra, mais subtil, é aparecer na TV para avisar que o descalabro financeiro não é culpa do governo. É culpa da oposição, que permite à Madeira arruinar o Orçamento. Infelizmente, a propaganda não resiste à realidade.

Para começar, arruinar o Orçamento é uma tarefa impossível quando o próprio Orçamento já é uma confissão de ruína, que nenhum especialista nacional ou internacional levou a sério. E, para terminar, colocar o limite do endividamento da Madeira nos 50 milhões de euros, para além de razoável, é uma perfeita minudência quando só os juros da nossa dívida pública andarão nos 5,5 mil milhões. Na sua comunicação ao país, Teixeira dos Santos montou um espectáculo de desresponsabilização e chantagem. Aconteça o que acontecer, seria bom que os portugueses não esquecessem a farsa.



João Pereira Coutinho, Colunista

1 comentário:

José Fernando O. Neves disse...

Eu não esqueço, sou como os elefantes. O Guterrismo foi o princípio do fosso, a fuga de Barroso mais um passo para o abismo, a tramóia de Jorge Sampaio e Vítor Constâncio (a treta do défice previsional, como é previsonal que eu hoje ganhe os 100 milhões do Euromilhões), as bocas da "má moeda" de Cavaco contra Santana, até cairmos no pântano de corrupção de Socrates e seu "boys", não esquecendo o BDAPSD - Banco de Alguns PSD, mais conhecido por BPN. Que os portugueses não tenham ilusões, que os europeus da UE não tenham ilusões, isto só se endireita com um golpe militar com derramamento de sangue, sem cravos, com baionetas. É possível? É muito difícil, mas não é impossível. Aquilo que a Justiça (?) não quer resolver, tem de ser resolvida pela força das armas, custe o que custar, caso contrário teremos revoltas populares que só poderão ser controladas com recurso às armas e, matar e morrer, que sejam mortos e morram quem nos colocou neste abismo. Os culpados estão assinalados, falta agir. Se os militares o não fizerem, alguém o fará.