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Quarta-feira, 27 de Abril de 2011
Qual o prejuízo do SATU? 10 mil euros ao dia
I
O Sistema Automático de Transporte Urbano (SATU) de Oeiras foi inaugurado em 7 de Junho de 2004. Concebido, adjudicado e sustentado pela Câmara Municipal de Oeiras, pretendeu desde o início ser um “inovador sistema de transporte urbano” de relevância regional. Consiste num sistema automático, sem condutor, que funciona como um elevador horizontal. Assenta num viaduto em betão, que percorre um percurso de 1,5 km com 3 estações (Paço de Arcos, Quinta dos Navegantes, Oeiras-Parque). Duas cabinas percorrem então este monocarril, entre as 3 estações existentes. Apresentações feitas.
II
No decorrer da sua existência, enquanto empresa municipal, o seu prejuízo acumulado ultrapassa os 14 milhões de euros, cifrando-se as suas contas num prejuízo diário de 10.000 euros (contas de 2008). Construído em parceria entre a CMO e o grupo Teixeira Duarte, compreenderia mais 2 fases em estudo, ligando a linha ferroviária de Cascais aos parques de escritórios de Porto Salvo. Nenhuma delas saiu do papel, 7 anos após a inauguração da primeira fase. Inovador na sua mecânica e técnica o SATU é um exemplo óbvio de inutilidade e despesismo. O número de passageiros que serve é irrisório já que os preços dos bilhetes (1.00 euro por 1,5 km) tornam a viajem impraticável num registo diário, remetendo-se a curiosidade turística.
III
Inspirado num modelo australiano, pensado para zonas urbanas densas, os seus 1500 metros de viaduto atravessam um vale e uma avenida, não se percebendo a opção de um viaduto sobre terrenos não edificados. A ligação prevista (entre uma estação ferroviária e um centro comercial, maioritariamente usado por automobilistas) também não resulta eficaz, apesar dos estudos prévios. Monumento ao empreendedor autarca Isaltino Morais, o futuro dirá se algum dia tamanho investimento resultará em algo mais do que o presente buraco.
Manuel Rodrigues aqui
Fontes: SATU-Oeiras, E.M., CDU-Oeiras e CMO, Câmara Municipal de Oeiras
O Sistema Automático de Transporte Urbano (SATU) de Oeiras foi inaugurado em 7 de Junho de 2004. Concebido, adjudicado e sustentado pela Câmara Municipal de Oeiras, pretendeu desde o início ser um “inovador sistema de transporte urbano” de relevância regional. Consiste num sistema automático, sem condutor, que funciona como um elevador horizontal. Assenta num viaduto em betão, que percorre um percurso de 1,5 km com 3 estações (Paço de Arcos, Quinta dos Navegantes, Oeiras-Parque). Duas cabinas percorrem então este monocarril, entre as 3 estações existentes. Apresentações feitas.
II
No decorrer da sua existência, enquanto empresa municipal, o seu prejuízo acumulado ultrapassa os 14 milhões de euros, cifrando-se as suas contas num prejuízo diário de 10.000 euros (contas de 2008). Construído em parceria entre a CMO e o grupo Teixeira Duarte, compreenderia mais 2 fases em estudo, ligando a linha ferroviária de Cascais aos parques de escritórios de Porto Salvo. Nenhuma delas saiu do papel, 7 anos após a inauguração da primeira fase. Inovador na sua mecânica e técnica o SATU é um exemplo óbvio de inutilidade e despesismo. O número de passageiros que serve é irrisório já que os preços dos bilhetes (1.00 euro por 1,5 km) tornam a viajem impraticável num registo diário, remetendo-se a curiosidade turística.
III
Inspirado num modelo australiano, pensado para zonas urbanas densas, os seus 1500 metros de viaduto atravessam um vale e uma avenida, não se percebendo a opção de um viaduto sobre terrenos não edificados. A ligação prevista (entre uma estação ferroviária e um centro comercial, maioritariamente usado por automobilistas) também não resulta eficaz, apesar dos estudos prévios. Monumento ao empreendedor autarca Isaltino Morais, o futuro dirá se algum dia tamanho investimento resultará em algo mais do que o presente buraco.
Manuel Rodrigues aqui
Fontes: SATU-Oeiras, E.M., CDU-Oeiras e CMO, Câmara Municipal de Oeiras
4 comentários:
Em visita à cidade de Oeiras, na Coreia do Norte,cidade da qual é originário um conhecido e recente comentador deste blog e, segundo cremos, virtualmente "geminada" com a nossa querida Oeiras de Portugal, surgiram problemas semelhantes com o combóio aéreo lá da zona. A solução foi a habitual naqueles casos. Obrigaram-nos a usar o combóio aéreo e os oeirenses da Coreia do Norte gostam tanto dele que agora, durante as viagens, entoam hinos ao grande líder oeirense pela sua visão iluminada...
O ponto da situação do SATU será - suponho - continuar a andar cheio... de vazio!
Falta saber a opinião dos proprietários de apartamentos e moradias que viram o valor dos imóveis consideravelmente reduzido pelo facto de o SATU lhes entrar literalmente em casa...
É uma obra emblemática do Isaltino embora a inauguração tenha tido lugar no tempo da Teresa Zambujo. Seria bom que alguém se tivesse debruçado no estudo económico que levou a tomar a decisão de construir este elefante branco.
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