segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Oh mãe, quero fazer xixi...

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Em tempos de antanho — há quem os denomine 'da outra senhora' — todas as estações do caminho-de-ferro da CP tinham WCs públicos. Pelo menos, não recordo nenhuma que não estivesse equipada com esse indispensável espaço de alívio, consolo e 'convívio'.
A do Cais do Sodré, por exemplo, fica na história metropolitana como uma das que mais contribuiu para aliviar as tensões mais íntimas de muitos portugueses aflitos, que não é de hoje e sempre os houve.

Mas adiante.
As necessidades fisiológicas não escolhem hora nem lugar e podem assaltar o mais incauto de súbito, num repente que o deixa ante um problema de solução anunciada. um problema que apenas comporta uma solução, que interiorizámos desde pequerruchos, à força de muita cueca mijada e calção borrado.

A solução é apenas e só, adivinha-se, ir ao WC fazer o 'servicito', líquido, sólido ou combinado.
Era para esse efeito que existiam os já referidos WCs nas estações. Eram gratuitos. A porta estava aberta e qualquer um os podia utilizar.
De há uns tempos para cá, as casas de banho públicas das estações têm vindo a ser substituídas por outras de 'meter moeda'. Ou tipo-cabina ou integradas nos próprios edifícios.
Quanto a isto nada vejo de errado. Assumo que o dinheiro seja utilizado para as despesas de manutenção das ditas. E é verdade que são bem mais higiénicas.

Agora o que me parece errado, é que os WCs estejam fora de serviço tempos e tempos a fio, como acontece na Estação de Oeiras.
Claro que para os homens, se a necessidade for apenas um chichizinho, lá estão os WCs alternativos, como é o caso das traseiras dos quiosques à saída da estação (se for de noite, é claro; mas já os vi serem utilizados de dia). As árvores, os contentores de lixo, as moitas do jardim próximo, tudo serve de WC. O que não deixa de ser uma badalhoquice, porque fica o chão sujo, atrai moscas e cheira mal, mas quando a vontade aperta...
Para as mulheres é que as coisas são um pouco mais complicadas, como sabemos.

Não se argumente que há WCs nos cafés próximos. Há. Mas os estabelecimentos de restauração tem WCs para uso dos seus clientes e porque a isso são obrigados pela lei, e não têm a 'obrigação' de prestar esse serviço público. Além de nem sempre estarem abertos e/ou assim tão próximos e ser confrangedor ir a um café pedir 'por favor' para deixarem usar o WC (sei de casos de recusa, não em Oeiras).

Acontece que o WC da Estação de Oeiras está AVARIADO há muito tempo. Não posso precisar exactamente quanto mas, se não me falha a memória, dei por isso pela primeira vez pelo menos há um mês.



Durante quanto tempo mais a CP irá manter esta situação?

Não basta ter um WC e cobrar dinheiro pela sua utilização. É necessário e imperativo que ele funcione.

A esta situação acresce que na Estação do Cais do Sodré, onde existiiam duas cabinas WC, agora não existe nada. Quem necessitar de WC tem que se deslocar à Estação Fluvial e utilizar os que nesta existem. E esta situação verifica-se também há muito tempo. Anos, desde que a zona interior posterior à entrada principal da estação se encontra encerrada por motivo de obras (infinitas).

Saindo de Lisboa e voltando ao nosso Concelho de Oeiras verifiquei há poucos dias uma situação idêntica no WC da Estação de Paço de Arcos. Estava também 'avariado'. O que me salvou foi a casa de banho do café que existe no interior da estação.

imagens: © josé antónio / comunicação visual - CLIQUE PARA AMPLIAR.
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2 comentários:

Anónimo disse...

Isto de fazer xixi no Concelho de Oeiras já tem história. No Jardim de Algés não há casas de banho: ou se vai ao café quando funcionam ou os homens da carris e outros fazem junto à "estação saneamento?". E as crianças? que façam por aí... E no Jardim novo da Quinta de Santo António também não havia e tinha de se ir ao Doce Vita. Sabe lá o trabalho que deu pôr uma Cabine WC para os motoristas dos taxis na Pr. D. Manuel? Colocaram uns WC's com moeda, mas muitas pessoas têm medo de lá ficar dentro.
Estou farta de chamar a atenção na Junta da Freg. de Algés e até em reuniões publicas da C M O, mas parece que aqueles responsáveis não têm qualquer necessidade.

Clotilde - Algés

Unknown disse...

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Cara Sra. Maria Clotilde Moreira,

Imagino que Algés seja como o resto do concelho, nesta matéria.

Decidiram encerrar as casas de banho públicas que existiam por todo o lado, mas convenientemente 'esqueceram-se' de as substituir por cabinas destas modernas.

Agora, esperam. Esperam que haja reclamações dos munícipes e que estes as exijam para, ao fim de uma longa 'luta', finalmente as colocarem.

Esta questão faz-me lembrar a dos ecopontos, sobre a qual já aqui falei uma vez.
Também estes fazem falta em muitos bairros, mas enquanto os munícipes não começarem a atirar o lixo pelas janelas, a autarquia nada faz.

Qualquer dia temos que voltar ao 'LÁ VAI ÁGUA!!'...

Cumprimentos,

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