quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Vivenda 14

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MEMÓRIAS DE ALGÉS DESTRUÍDAS

Em Algés têm estado a ser destruídas as vivendas e pequenos prédios que constituíam o seu núcleo antigo. Primeiro ficam abandonadas, janelas mal fechadas, bocados arrancados, sem que os seus proprietários sejam responsabilizados.. Ou então arrasam-nas e surge prédios destruindo as áreas de quintal, densificando a zona e aumentando os problemas de estacionamento e mobilidade.

Um caso paradigmático é na Rua Manuel Arriaga; a vivenda nº. 14 está há anos abandonada servindo apenas para a proliferação de gatos e maus cheiros. Fala-se que foi doada à Santa Casa e que um morador de Algés se terá candidatado para a sua recuperação. O certo é que ali está abandonada...

As memórias estão a ser destruídas e o centro desta terra será dentro em pouco tempo apenas betão e mais carros em cima dos passeios.

Maria Clotilde Moreira, 02 Abril 2007 Algés

(Texto recebido por e-mail com pedido de publicação)


Nota da nossa responsabilidade: Visitámos há dias a referida moradia e constatámos que se trata dum edifício térreo, provavelmente de finais do Séc. XIX ou princípio do XX, talvez um dos últimos vestígios duma época já desaparecida em que o litoral de Oeiras estava prenhe de pequenas e singelas vivendas, quiçá neste caso construída a mando de alguém ligado à faina do mar, pela profusão de representações da actividade marítima e piscatória. Constatámos ainda a presença no local de um andaime a ser erigido, ao que julgamos saber para reparação do telhado.

imagem: © josé antónio / comunicação visual - CLIQUE PARA AMPLIAR
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4 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Amigo J.A.;

Como disse alguém que nós conhecemos, o betão é a 'planta' que - actualmente - mais cresce no concelho de Oeiras.

(Isto porque Oeiras foi, em tempos, uma zona rural)


Maria Clotilde;

Sempre atenta com mais este pertinente texto.

Unknown disse...

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... E nem é preciso regar !

Uma autêntica árvore das patacas - para alguns...

[]

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Anónimo disse...

Eu cheguei a ver o casal que lá viveu.Ao ver o abandono a que estava votada andei a perguntar a quem tinha sido doada. Ao reparar que estavam a colocar uns andaimes para obras no telhado do prédio ao lado avisei a Junta de Freguesia, a C M O e a Polícia Municipal a ver se não ia cair um tijolo para esburacar mais a vivenda. Entretanto na porta do prédio em obras foram afixadas duas cartas a autorizar estes andaimes na vivenda.

Clotilde Moreira

Unknown disse...

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Cara Clotilde,

A Amiga é uma inestimável 'fonte' de informações.

Porque não falar-nos dessas memórias?
Como era esse casal? Velhos, meia-idade, novos? Magros, gordos?
Tinham 'ar' de ser pessoas de que género? Modestas, assim-assim ou um pouco mais abastada?

Essas memórias são maravilhosas para configurar um tipo de habitante de Algés (e do nosso concelho) e podem dar-nos pistas para compreender as culturas e mentalidades daqueles que habitaram o espaço que herdámos e que hoje é nossa responsabilidade.

Venham de lá esses escritos! :)

Abraço

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