Desde há algum tempo tenho-me interessado pelo mundo asiático, bem diferente do nosso mundo ocidental, com uma nova perspectiva sobre a simbiose indivíduo-ambiente, com as suas coisas boas e más, não obstante a perfeição ser impossível de alcançar, mas pelo sim ou pelo não, coisa que eles bem tentam, a nível paisagístico, funcional e ambiental.
Não são as diferenças culturais que nos colocam à-parte, mas o facto de a dimensão dos seus projectos, ao servirem como exemplo motivador das bases da sociedade, ser em grande parte de uma grandeza avassaladora. Nunca nos passaria pela cabeça construir de raiz uma cidade auto-sustentável ou fazer uma ponte que cruze um mar. Mas eles fazem-no.
A China é um “novo-mundo” onde os negócios e a bela-arte florescem a um ritmo vertiginoso que assusta a nossa apascentada tranquilidade. De tal modo que até origina rupturas e conflitos internos com a sua sociedade, onde os mais básicos instrumentos de respeito pela dignidade da pessoa são colocados à-parte, por serem uma ameaça ao progresso societário.
Com os novos jogos olímpicos de Pequim em 2008, a China transforma-se para se tornar num “simpático” anfitrião além de potenciar os seus recursos internos – um evento global como este levará a uma projecção enorme dos projectos turísticos recentes e numa maior dinamização da sua economia.
Constate-se estes 10 empreendimentos-maravilha na nova China:
A Comuna em Beijing. Um novo conceito de hotel residencial em que cada casa é uma maravilha arquitectural de conceituados arquitectos mundiais. Já está em exploração comercial, por meio de uma cadeia alemã de hotéis de luxo. Espera-se uma expansão futura.
O futuro maior aeroporto internacional do mundo em Beijing, a abrir no final deste ano, 1 dos 108 que a China vai construir até 2009. Têm uma arquitectura bio-climática e que preza a harmonia e integração funcional.
O CCTV em Beijing. Um desafio às leis de arquitectura e engenharia civil, o novo mega-centro de televisão estatal, e que mostra bem o espírito de "sem-barreiras" dos chineses.
"Linked Hybrid" em Beijing. Uma pequena cidade interligada com serviços comerciais entre pisos, introduzindo o conceito arquitectónico de sustentabilidade a larga escala. Com sistema geotérmico próprio de climatização, não precisa de ar-condicionado – este propicia alergias e infecções respiratórias – nem de caldeiras – assim poupa-se na factura energética. Têm um sistema próprio que recicla a água residual das cozinhas e dos lavatórios e direccionada para a água de descarga sanitária nos WC. Pronta em 2008.
Dongtan Eco City, agora uma ilha de campos agrícolas perto de Shangai e que se vai tornar numa metrópole tecnológica auto-sustentável e energeticamente independente. Lá para 2010.
O novo estádio em Beijing, conhecido como o “ninho de pássaro”, o maior estádio “amigo-do-ambiente” em termos de gastos energéticos e que consome uma quantidade brutal de aço. Com 91.000 lugares sentados. Já em 2008.
A actual ponte DongHai que liga Shangai ao futuro maior porto marítimo de contentores do mundo, com 32 km de comprimento, construída para aguentar tufões e tempestades de mar. Uma das maiores em comprimento a esta altura, que será suplantada por uma outra de 35 km, também na China e em Shangai e que é inaugurada em 2008.
O futuro teatro nacional em Beijing, pronto em 2008, com uma filosofia “aberta” onde o público pode ter uma ideia do espectáculo no exterior. Com Casa de Ópera, Sala de Concertos e de Teatro. Um investimento na cultura nacional.
Aliado a um fulgor económico e mega-empresarial, a China consegue aliar esta transformação radical com o preservar da sua cultura, promovendo as artes milenares e os recursos naturais. Porém, nem tudo é perfeito, e mesmo com a realização destes projectos, muitas pessoas serão afectadas na sua vida e rotinas diárias.
A China, daqui a 25 anos, o tempo de crescimento de uma nova geração, será muito diferente da ideia de gigante pachorrento e dócil que nos habituámos a ter do século XX. Um dado alarmante: a China já forma 25% de especialistas científicos e técnicos do mundo.
A terminar, um brilhante livro para ler descontraidamente nestas férias: "Architecture in China", de Philip Jodidio, da Taschen.
Uma leitura que recomendo a quem decidiu levar para a frente o Mamarracho dos Poetas tal como os já embargados projectos urbanísticos por violarem o Plano Director Municipal perto do Parque dos Poetas, um atentado ao equilíbrio estético e desintegrador do ambiente local.
Oeiras agradece, de facto, obra, mas bem feita.
Não são as diferenças culturais que nos colocam à-parte, mas o facto de a dimensão dos seus projectos, ao servirem como exemplo motivador das bases da sociedade, ser em grande parte de uma grandeza avassaladora. Nunca nos passaria pela cabeça construir de raiz uma cidade auto-sustentável ou fazer uma ponte que cruze um mar. Mas eles fazem-no.
A China é um “novo-mundo” onde os negócios e a bela-arte florescem a um ritmo vertiginoso que assusta a nossa apascentada tranquilidade. De tal modo que até origina rupturas e conflitos internos com a sua sociedade, onde os mais básicos instrumentos de respeito pela dignidade da pessoa são colocados à-parte, por serem uma ameaça ao progresso societário.
Com os novos jogos olímpicos de Pequim em 2008, a China transforma-se para se tornar num “simpático” anfitrião além de potenciar os seus recursos internos – um evento global como este levará a uma projecção enorme dos projectos turísticos recentes e numa maior dinamização da sua economia.
Constate-se estes 10 empreendimentos-maravilha na nova China:
A Comuna em Beijing. Um novo conceito de hotel residencial em que cada casa é uma maravilha arquitectural de conceituados arquitectos mundiais. Já está em exploração comercial, por meio de uma cadeia alemã de hotéis de luxo. Espera-se uma expansão futura.
O futuro maior aeroporto internacional do mundo em Beijing, a abrir no final deste ano, 1 dos 108 que a China vai construir até 2009. Têm uma arquitectura bio-climática e que preza a harmonia e integração funcional.
"World Financial Center" em Shangai, o arranha-céus mais alto do mundo com 100 andares, pronto em 2008. Um desafio da engenharia que conquistou os ventos a alturas inimagináveis há décadas atrás.
O Centro Nacional Olímpico de Natação em Beijing, com extensa utilização da energia solar térmica para aquecimento das águas, captação da água da chuva e sua armazenagem subterrânea para posterior aproveitamento e a própria reciclagem e depuração da mesma para abastecimento das piscinas. Têm um invulgar sistema de suporte estrutural baseado em superfícies minimizadoras de tensão superficial que vai revolucionar o aspecto e design dos edifícios actuais. Abre em 2008.
O CCTV em Beijing. Um desafio às leis de arquitectura e engenharia civil, o novo mega-centro de televisão estatal, e que mostra bem o espírito de "sem-barreiras" dos chineses.
"Linked Hybrid" em Beijing. Uma pequena cidade interligada com serviços comerciais entre pisos, introduzindo o conceito arquitectónico de sustentabilidade a larga escala. Com sistema geotérmico próprio de climatização, não precisa de ar-condicionado – este propicia alergias e infecções respiratórias – nem de caldeiras – assim poupa-se na factura energética. Têm um sistema próprio que recicla a água residual das cozinhas e dos lavatórios e direccionada para a água de descarga sanitária nos WC. Pronta em 2008.
Dongtan Eco City, agora uma ilha de campos agrícolas perto de Shangai e que se vai tornar numa metrópole tecnológica auto-sustentável e energeticamente independente. Lá para 2010.
O novo estádio em Beijing, conhecido como o “ninho de pássaro”, o maior estádio “amigo-do-ambiente” em termos de gastos energéticos e que consome uma quantidade brutal de aço. Com 91.000 lugares sentados. Já em 2008.
A actual ponte DongHai que liga Shangai ao futuro maior porto marítimo de contentores do mundo, com 32 km de comprimento, construída para aguentar tufões e tempestades de mar. Uma das maiores em comprimento a esta altura, que será suplantada por uma outra de 35 km, também na China e em Shangai e que é inaugurada em 2008.
O futuro teatro nacional em Beijing, pronto em 2008, com uma filosofia “aberta” onde o público pode ter uma ideia do espectáculo no exterior. Com Casa de Ópera, Sala de Concertos e de Teatro. Um investimento na cultura nacional.
Aliado a um fulgor económico e mega-empresarial, a China consegue aliar esta transformação radical com o preservar da sua cultura, promovendo as artes milenares e os recursos naturais. Porém, nem tudo é perfeito, e mesmo com a realização destes projectos, muitas pessoas serão afectadas na sua vida e rotinas diárias.
A China, daqui a 25 anos, o tempo de crescimento de uma nova geração, será muito diferente da ideia de gigante pachorrento e dócil que nos habituámos a ter do século XX. Um dado alarmante: a China já forma 25% de especialistas científicos e técnicos do mundo.
A terminar, um brilhante livro para ler descontraidamente nestas férias: "Architecture in China", de Philip Jodidio, da Taschen.
Uma leitura que recomendo a quem decidiu levar para a frente o Mamarracho dos Poetas tal como os já embargados projectos urbanísticos por violarem o Plano Director Municipal perto do Parque dos Poetas, um atentado ao equilíbrio estético e desintegrador do ambiente local.
Oeiras agradece, de facto, obra, mas bem feita.
5 comentários:
.
Foi em 1977 que li o livro de Alan Peyrefitte — Ministro da Justiça sob a Presidência de d'Estaing — cujo título se inspirava na célebre frase de 1816 atribuída a Napoleone di Buonaparte (o Napoléon Bonaparte francês) “Quand la Chine S`Éveillera le Monde Tremblera”.
Na edição portuguesa tem este livro o título "Quando a China Despertar... O Mundo Tremerá" (teve a sua Editio princeps francesa em 1973 e a primeira edição portuguesa em 1975.)
Dessa leitura ficou-me a ideia que lentamente, na sombra, e sem que o Ocidente se apercebesse, a China se transformava no sentido de se transfigurar na maior nação do mundo, não só no número de habitantes, o que era óbvio para qualquer um, mas em todas as linhas de desenvolvimento: Político, Económico, Tecnológico, Científico, Cultural, Desportivo, Social, etc.
A obra de Peyrefitte deixou-me com essa suspeição.
Após ela muitas outras se escreveram sobre a mesma questão. Não as li mas do que sei sobre as mesmas, no essencial apontam no mesmo sentido.
Creio que podemos hoje dizer com toda a convicção que a China já despertou.
Os números estão aí à vista de todos.
Qual é neste momento a área em que a China esteja atrasada em relação ao Ocidente ?
Um aspecto colateral a este desenvolvimento é que para o Ocidente ele pode provocar uma espécie de 'pânico' de ser 'invadido e dominado' pelos chineses...
Isto resulta da mentalidade ocidental, que pensa sempre em termos de invasão bruta e violenta, de agressão pela força.
Este modo de pensar não está na mentalidade chinesa. O chinês é paciente. Gaba-se-lhe essa paciência.
A 'invasão' chinesa tem sido feita sem que quase se dê por ela, e um dia o facto estará definitivamente consumado.
O que não significa necessariamente mau.
Ref. biblio.:
Peyrefitte, Alan, "Quando a China Despertar... O Mundo Tremerá", Col. O Mundo e o Homem n.º 4, Parceria A. M. Pereira, Lda., Lisboa, 1976.
.
Caro DC;
Excelente o teu post.
................
.................
Curiosamente, no noticiário desta manhã voltaram a mencionar a constante violação dos direitos humanos na China, e que não se prevê que a situação mude. Para melhor. Entenda-se.
Está já sobejamente demonstrado que o maior erro da China versus o mundo dito "civilizado" foi o caminho pela conduta politica designada hoje (no actual entendimento do que isso representa) por Comunismo.
O Comunismo é um erro politico, com graves resultados a nivel social,(parafraseando o Sr. P.Macedo,) «onde os piores "ganham" o que nunca ganhariam no privado e os melhores "ganham" muitísimo menos». (e entendam este ganho como o quizerem).
Vésperas de "Olimpiadas", parece (a China) continuar então a querer demonstrar o seu poderío, numa espécie de grandiosidade em si mesma desequelibradamente desmedida.
Dá para pensar: Por que será que tanto querem tão assérrimamente quase provar que são assim tão bons?
Mesmo parecendo estúpida, de facto fico abismada com tanta monstruosidade Chinesa, não concerteza por terem os olhos em bico, senão antes e mesmo tão só por essa espécie de complexo de pilinha pequenina...
Parabens aos povos por se organizarem e mostrarem mais e mais que é possivel, sempre, FAZER melhor.
tudo o resto parece me só ruído.
parabens pelo post,
Maria Luisa
Podem ver a reportagem sobre a matéria deste post no Público de hoje, 4ºfeira.
Abraço a todos e boas férias.
CHINA: RESGATADOS 1.300 ESCRAVOS
«Un total de 1.340 personas, entre ellas 367 con discapacidades psíquicas, han sido rescatadas de los hornos de ladrillos del norte de China donde trabajaban en condiciones de esclavitud, según fuentes oficiales citadas el lunes por la agencia estatal, Xinhua. No precisaron, sin embargo, cuántos niños se encuentran entre los liberados, aunque según informaciones oficiales anteriores decenas de menores eran utilizados como esclavos en las provincias de Shanxi y Henan.» [20 Minutos]
Lido n'O JUMENTO em 14 de Agosto 2007
Enviar um comentário