quinta-feira, 10 de junho de 2010

O médico, o treinador e os exageros


Quem fala do médico pode também falar do enfermeiro, do terapeuta, do investigador, do professor e de muitos outros trabalhadores que mesmo trabalhando por conta própria lutam por melhores condições de equipamentos, equipas mais alargadas e até salários que lhes dêem algum conforto. São anos de espera, de luta e dedicação com uma componente importante ao serviço da comunidade. Mas a paga, a maior parte das vezes, é frustração e desânimo agora agravada pelas orientações decretadas para travar a “crise”.


Porém é com perplexidade e até raiva que ouvimos os milhões movimentados para o futebol: treinadores, jogadores e staff. E ainda as estadias e estágios de luxo com piscinas aquecidas e spa, as equipas médicas, etc. Enquanto fecham atendimentos médicos e escolas desertificando uma grande parte do nosso País, outros têm os melhores cirurgiões, terapeutas e qualquer mazela é logo ali reparada. E é grave é que muitos pensam que estes grupos são a pátria esquecendo que a verdadeira Pátria é feita de povo, de trabalho, de esperança. Como diz Ary: Levanta-te meu Povo. Não é tarde. ( … ) Quando o povo acorda é sempre cedo.


Maria Clotilde Moreira / Algés


(Artigo publicado hoje em 'Cartas à Directora', Jornal Público)

1 comentário:

Isabel Magalhães disse...

Clo;

O mais de acordo possível.

Ando há dias a pensar quanto nos vai custar o 'Mundial'... até fretaram um avião! Não poderiam ir num voo regular? Os aviões tem capacidade para mais de 90 passageiros, que eu saiba! Mas como não gosto de futebol não quero parecer 'suspeita'.