sábado, 19 de junho de 2010

Betão ataca Marvão











(foto site MpM)

Quem já teve o prazer de visitar a bonita vila de Marvão no norte Alentejano e desfrutar do ambiente e paisagem únicos que nos é oferecido (partilho algumas fotos que captei na minha última visita) facilmente percebe a preocupação do Movimento de Cidadãos por Marvão face à intenção do executivo camarário de colocar em venda um terreno situado numa das suas encostas.

Abrir a possibilidade a um qualquer pato bravo de encher a encosta de betão a que irá chamar um daqueles nomes que estão agora na moda (Resort, Spa, Villas, Luxury...) poderá vir a ser o início da destruição de uma das mais belas paisagens do país.

Descobre-se esta pérola no site (
ver aqui)do Movimento de Cidadãos por Marvão:

"Nas palavras do Sr. Presidente não há qualquer problema na venda deste prédio visto que “a zona onde se insere a «Coutada» é uma zona protegida abrangida pela Reserva Ecológica Nacional e ainda pelo Plano de Ordenamento do PNSSM. Tratando-se de uma zona de protecção, não espera que o eventual investidor venha a construir nesse prédio”.

Neste sentido lançamos duas perguntas: quem é o investidor inocente que está disponível para comprar este terreno sem ter qualquer tipo de permissão para construir? Com o terreno onde nasceu o aldeamento do Golfe não se passava exactamente a mesma coisa?"

Acrescento eu: - se a venda se concretizar e quando a poeira assentar, os terrenos serão desafectos da REN por um requerimento oportuno ou um qualquer PIN e a encosta já era.

Boa sorte para o Movimento de Cidadãos Por Marvão e parabéns pela iniciativa e exercício de cidadania de que só recentemente tomei conhecimento.


13 comentários:

Anónimo disse...

Acho muito bem que modernizem (lixem) com betão o MARVÃO e tudo o resto, ou só quiseram destruir o concelho de Oeiras e a átrea metropolitana de Lisboa.

Os provincianos tem essa mania, colonizam as grandes metrópoles de Lisboa e Porto, e depois querem deixar intactas as «santas terrinhas ...»

Façam no Marão aranha-céus e bairros sociais iguais aos de Porto-Salvo, cheios de africanos que merecem ser apoiados pelos portugueses, depois dos 500 anos de colonialismo em África, Índia e Brasil.

João Salgueiro disse...

Caro anónimo (20 de Junho de 2010 11:20);

É óbvio que se esqueceu de tomar a medicamentação da manhã pelo que o aconselho vivamente a não se esquecer de a tomar em dobro ao almoço caso contrário não há programa de reabilitação que resista.

Já cá faltava a estória dos colonos...

Anónimo disse...

Os oeirenses que com desespero viram ser destruída a sua Terra Natal (nos últimos 75 a 100 anos, nomeadamente o concelho de Oeiras (e toda a região de Lisboa e Porto), lutaram veementemente com sentido elevação e sentido cívico (igual ao desses cidadãos do Marão …e outros lados …), apelando igualmente à conservação e mais, ao desenvolvimento sustentado do seu território natal.

Mas como resposta, esses colonos (exploradores) vindos de todas as partes do país e do estrangeiro, nunca os quiseram ouvir, exploraram, enriquecerem, roubaram até, ao limite e à exaustão…

Assim vimos os nosso rios destruídos, as nossas terras invadidas, as nossa casas destruídas, enterradas no betão, por tanto, acho bem que construam (destruam…) da mesma maneira, as terras dessa gentes provincianas que nunca Nos respeitaram nem à nossa herança, aqueles que nos afinal destruíram a nós antes de tudo e de todos.

Anónimo disse...

Caro jovem João Salgueiro,

Na minha Terra Natal também existe por parte dos seus povos nativos iguais preocupações cívicas, inclusive pelos aspectos ligados ao ordenamento do território, onde existe PDM, REN e RAN (que não são observados …), tal como deverá existir no Marvão e outros lugares do todo nacional, a que chamamos província. Mas aqui debaixo da capa do «desenvolvimento» tudo tem sido atropelado, tudo é destruído, mesmo não sendo permitido, porque a força do dinheiro e o poder político dos partidos mandam e fazem tudo. É o deslumbramento da descoberta dos imigrantes que aqui chegam.

A pessoa que escreveu o primeiro comentário e ironizou este tema, estou certo que o faz com legitima preocupação, pelo que não vejo motivo para ser ofendido, nos termos em que o senhor o apontou. Sabe é que os cidadãos do Marvão valem tanto, como os de Oeiras e outros lugares deste Portugal pobre e descaracterizado.

O desenvolvimento sustentado é tão importante no Marvão, como em Lisboa, e também no concelho de Oeiras. Um concelho onde milhares de oeirenses (nativos uns e residentes outros … também interessados e preocupados) desejam preservar os seus rios, matas, montes e vales, grutas e praias, sem poluição, e ainda, queriam preservar o seu património construído, integrado e requalificado, porque se trata de um património legado, herdado ao longo das nossas múltiplas gerações. Porque este território tem passado e também é português.

Nos últimos 100 anos da República, em particular depois da criação das autarquias (que se seguiu apenas à queda do regime fascista em 1974), a partir dos anos de 1975/1980 nada disso tem sido observado nem cumprido com rigor e sustentabilidade.

Atulharam a grande região de Lisboa e vale do Tejo com mais de 1/3 da população nacional (deslocaram as pessoas), movidos pelo falso argumento de que a estão a desenvolver (desertificando esses lugares), quando deveriam ter repovoado e desenvolvido Portugal como um todo, e não partes dele.

Tenho idade de ser seu avô, sou um velho nativo deste lugar (não tenho outro para onde possa fugir … ou refugiar) assim, pelos anos vividos e tudo aquilo que aqui vejo agora, quando tudo fica destruído e descaracterizado (nesta minha Terra), olho e vejo todos esses imigrantes (nacionais e estrangeiros) que se movimentam ciosos de viver e vingar na vida, sem olhar ao seu redor, eu penso naqueles povos colonos, que com a mesma legitimidade para se libertarem da pobreza, colonizaram e exploram outros lugares, imagino depois, o seu sentimento de libertação, ao regressarem às origens, porque raramente lá ficam.

Movimento por Marvão disse...

Obrigado pelo vosso apoio

Rui Freitas disse...

Sem querer sustentar qualquer polémica, deixo a minha homenagem sincera ao Movimento de Cidadãos Por Marvão, Vila que adoro desde que a conheci (como a todo o imenso Alentejo) e local único "onde se vêm as águias pelas costas". Sabem o que isso significa? Se não, é porque nunca lá estiveram verdadeiramente!

Clotilde Moreira disse...

O meu apoio ao Movimento por Marvão. Conheço, já lá dormi numa pousada há muitos anos. A vista é um mar imenso de olhares. Um dia irei voltar.
Clotilde

Isabel Magalhães disse...

De louvar a iniciativa deste Movimento.
Marvão, uma das vilas brancas do Alentejo que muito bem conheço porque, verdade seja dita, quer a DGT - Direcção Geral do Turismo quer o IPT - Instituto da Promoção Turística (Agora Turismo de Portugal) tinham o maior cuidado na organização das viagens que proporcionavam aos seus Técnicos de Turismo para melhor poderem informar e promover o Turismo nacional.

João Salgueiro disse...

Caro anónimo (20 Junho de 2010 20:36);

Vai desculpar-me mas os comentários que os vários anónimos foram colocando (incluo o seu) nada têm a ver sobre o tema do postal sem esquecer ainda a forma absurda como se referem aos munícipes de Oeiras (nativos e colonos).

Já não é primeira vez que aqui vêm fazer este tipo de comentário que ninguém entende. Devo chamar-lhe xenofobia-local ou micro-xenofobia?

Se pretendiam discutir o modelo de desenvolvimento do país desde o início do século passado não me parece que tenham escolhido o postal nem os termos adequados.

Terão provocado alguns risos e a criação de alguma anedota sobre Oeiras pelos meus amigos alentejanos que aqui e educadamente agradeceram o postal...

Como autor poderia ter ficado embaraçado com o teor dos comentários, mas como bom Alentejano e Oeirense tenho imenso sentido humor.

Não fazem parte do potenciais compradores de um T1 no "Encosta Village Marvão" pois não?

Era só o que faltava.

Anónimo disse...

Senhor Salgueiro,

Por muito que lhe custe, tem de fazer uma oçpção: ou é oeirense (nascido e ou criado de tenra idade numa das freguesias do concelho de Oeiras) ou então é alentejano (colono do concelho de Oeiras), as duas coisas é que não pode ser!

Anónimo disse...

Colono - indivíduo que ocupa novos territórios, que faz parte de uma colónia composta de compatriotas (no seu caso de alentejanos) que emigram ou mesmo de estrangeiros que imigram, e se estabelecem fora do seu território de origem ou país de naturalidade.

Nativo – aquele que está na origem, relativo à proveniência, nasce no lugar onde vive.
Não se vê neste esclarecimento, nada de ofensivo, nem daqui se traduz da sua arrogância em não entender e aceitar com naturalidade factos da Vida.

Não confunda com outras interpretações de má-fé.

Essa rejeição é própria do deslumbramento dos provincianos que abandonaram as terras e lugares onde nasceram, sem nada fazer por elas e pelo seu desenvolvimento.

Outros portugueses mais capazes resistem e lutam pelo direito à defesa da sua herança (seja no concelho de Oeiras, no Marvão ou outros lugares) são os Nativos que não abandonaram as origens.

Anónimo disse...

Não se diz NO Marvão, mas sim EM Marvão...

P.s: a encosta não irá dar lugar a SPA's ou algo do genero... ha coisas designadas de REN, RAN e PDM... sabiam??? Ah pois é...

Isabel Magalhães disse...

«SPA's»

Em Português não fazemos os plurais com «'s» e em Inglês também não (excepto nos plurais possessivos).

Erro típico: *a pair of jean's