domingo, 8 de janeiro de 2012

AS SOCIEDADES SECRETAS E A POLÍTICA


A polémica sobre as sociedades secretas em geral e a maçonaria em particular, leva-me a considerar que é inadiável exigir-se que os políticos, em homenagem à transparência, declarem publicamente a pertença a qualquer organização daquela natureza.
São simplesmente inaceitáveis as supostas ligações e a alegada influência da maçonaria na vida política e na economia. Importa esclarecer cabalmente as situações em causa.
Desde já aqui declaro que nunca pertenci, não sou membro, nem tenciono aderir a tais entidades.
Sem concordar com o objectivo de uma iniciativa legislativa levada ao Parlamento em 1842, visando proibir as sociedades secretas, não deixo de transcrever duas curiosas passagens da apresentação do diploma no plenário.
Era autor o Deputado e ex-Ministro do Reino, Luís Mouzinho de Albuquerque (um homem de esquerda para a época), avô do herói de Chaimite e meu trisavô, que disse:
"O homem que vive debaixo de um Regimem que lhe diz: - pensa, fala, escreve, discute e obra livremente, porque te dou poder para tudo que não for crime, - para que se esconderá este homem? Que pretexto poderá ele ter para se esconder?"
"Eu quero conceder por um momento, que todas as sociedades secretas que existem entre nós desejem meios conducentes ao bem do País, quero conceder por um momento, que elas sejam incomparavelmente mais ilustradas do que a massa da Nação em geral... Mas se assim é, Senhor Presidente, aqui estamos nós, aí está a Nação inteira com os braços abertos para receber essas doutrinas, venham esses homens ensinar-nos o caminho melhor que devemos trilhar ...; mas para que se escondem?! ... Se é para o crime (o que não quero supor), anatemizadas sejam ...! Se é para o bem, quem são esses monopolistas da ventura da sua Pátria?! Quem são esses homens tão destituídos de patriotismo, que tendo novos caminhos abertos para a Nação, não querem pôr patentes esses caminhos?!
 
 
Via FB

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