sexta-feira, 11 de setembro de 2009

PSD quer substituir o actual sistema de avaliação de professores mas não sabe por qual

Pedro Rodrigues, presidente da Juventude Social Democrata, JSD, frisou, em declarações à Rádio Renascença, que, tal como Manuela Ferreira Leite já afirmou, se o partido ganhar as eleições o actual sistema de avaliação dos professores é para suspender “o mais rápido possível”. Só não sabe é por qual.
“Ainda não temos modelo alternativo a apresentar, porque o Partido Social-Democrata está a reflectir sobre ele e a discutir com os parceiros de educação”, disse Pedro Rodrigues.
Segundo a Renascença, o programa eleitoral do PSD sugere outros modelos internacionais como fonte de inspiração. Paulo Mota Pinto, coordenador do programa eleitoral, acrescenta que o partido vai fomentar o diálogo com as partes envolvidas para definir um modelo de transição, reconhecendo que não há uma estratégia definida e que tal pode levar um ano a alcançar.

O cheque em branco. O vazio.

7 comentários:

Peter disse...

Ora portanto, daqui depreendo que ir estudar um assunto antes de apresentar uma solução é pior do que prometer coisas antes de fazer ideia se são executáveis ou se são sequer boas?
Bela maneira de pensar, realmente.

AFS disse...

Peter,

Primeiro, bem-vindo :)

Depois: a confusão com o processo de avaliação dos professores arrasta-se já há mais de um ano. O PS teimou, erradamente, no mesmo. A oposição esbracejou. Em ano e meio não tiveram tempo? O PSD não tem ninguém que perceba de educação e apresente, antes das eleições, o modelo de avaliação que defende? Não teve já tempo suficiente para ter algo para apresentar para além do "suspende-se e pronto"?

Assim qualquer um é bom candidato a primeiro-ministro, porque quanto a medidas concretas "vamos estudar e logo se vê".

Peter disse...

Se o PS esteve tanto tempo no governo, e não conseguiu arranjar melhor, porque é que a exigência para a oposição há de ser maior?
Não quer dizer que o PSD não tenha soluções para o problema, simplesmente não estão suficientemente detalhadas para serem apresentadas. A isto, chama-se responsabilidade.
Não se queria que se dialogasse com os professores? Então não se pode exigir já propostas concretas.

A prometer coisas que qualquer pessoa sabe que são impossíveis de concretizar, é que é fácil ser primeiro-ministro. Ter a humildade de dizer "Eu ainda não sei como vou resolver isto, tenho que estudar o assunto", é que é díficil.

Anónimo disse...

Sabia que... a Drª Manuela Ferreira Leite propõe-se:
- Extinguir o imposto “pagamento especial por conta (PEC)”
Quando no Orçamento do Estado para 2003 o Governo e a maioria PSD/CDS-PP impuseram um brutal agravamento da carga fiscal sobre as micro, pequenas e médias empresas com o aumento de 28% da tributação em regime simplificado que passou, no IRS, de € 2436 para € 3125 e no IRC, de € 4872,14 para € 6250 e, sobretudo, com o enorme aumento do Pagamento Especial por Conta. Assim, o limite mínimo do PEC aumentou de € 498,80 para € 1250 e o limite máximo de € 1496,39 para € 200000.
Obs: Ministra de Estado e das Finanças (2002/2004)

- Alterar o regime do IVA.
Foi por ela alterado em 2002, aumentando a taxa de 17% para 19%.
Obs: Ministra de Estado e das Finanças (2002/2004)

- Promover a motivação e valorização dos funcionários públicos.
O aumento dos salários na função pública, foram por ela congelados em 2003.
Obs: Ministra de Estado e das Finanças (2002/2004)

- Consolidar efectiva e não aparentemente, o défice.
Que ela maquilhou com receitas extraordinárias em 2002, 2003 e 2004.
O défice no final do seu mandato era superior a 6,4% e não existia nenhuma crise internacional.
Obs: Ministra de Estado e das Finanças (2002/2004)

- Levar a paz às escolas.
Onde o desagrado dos alunos com a ministra da Educação dra. Ferreira Leite chegou, em 1994, ao ponto de lhe exibirem os traseiros.
Obs: Ministra da Educação do Governo de Cavaco Silva entre 1993 e 1995

Sabia que...
No governo da dra. Manuela Ferreira Leite o Défice da balança comercial aumentou 19,2% em 2004?
Obs: Ministra de Estado e das Finanças (2002/2004)

Ah pois é....

AFS disse...

"Se o PS esteve tanto tempo no governo, e não conseguiu arranjar melhor, porque é que a exigência para a oposição há de ser maior?"

Porque o PS acha que está a seguir o rumo correcto, o PS acha que a solução actual é para continuar. O PSD (e o resto da oposição) discordam - e bem. Mas qual a alternativa que o partido da oposição que poderá ser eleito dia 27 tem? Eu só queria saber, antes de votar, em que é que vou votar. No PS, nesse aspecto, sei com o que conto.

Será pedir muito?

Unknown disse...

Pois o grande problema da MFL é ter um Cheque em Branco.

Não considero boa política nos dias de hoje.

Votar em alguém que não têm uma ideia alternativa é complicado...

Peter disse...

Para já pergunto: acham sinceramente que é realista exigir a alguém que tenha à partida soluções definidas para todos os problemas do pais? É que se sim, nunca irão encontrar ninguém no mundo em quem votar.
O que é exigível é ter as competências necessárias para conseguir ir arranjando essas soluções.

Qual é a vantagem de apresentar ao eleitorado soluções que ainda não estão totalmente estudadas? É a oposição ter a oportunidade de lhes cair em cima, porque obviamente terão falhas? E, caso ganhem, e as soluções tenham que ser alteradas, serem acusados de não cumprirem as promessas?
Há 2 maneiras de agir. Uma é pegar na 1ª solução que se encontra, apresenta-la e manter-se fiel a ela, mesmo que se revele errada. A outra é estudar o problema a fundo antes de se apresentar uma solução.
Qual será a mais responsável?
Parece-me óbvio.

Não percebo as pessoas. Passam a vida a queixar-se que os políticos só fazem promessas que não cumprem, mas quando alguém tenta prometer apenas aquilo que sabe poder cumprir, queixam-se na mesma.

E essa conversa do cheque em branco não passa de mais uma palavra-chave repetida vezes sem conta pela propaganda socialista. Ninguém está a passar um cheque em branco a MFL. Toda a gente a conhece. Toda a gente sabe a direcção da sua política. Podem concordar ou não. Mas ninguém vai para o desconhecido.