Licença de cão - Opinião - Correio da Manhã
09 Abril 2010 - 00h30
A Voz da Razão
Quem quer chegar longe em política, nunca se esquece de ter licença de cão. Mesmo que não tenha cão. A frase pertence a uma amiga, que a citou nos últimos dias. Por causa das ‘casinhas’ da Guarda.
As construções que o jovem Sócrates assinou são esteticamente aberrantes? Facto. Mas elas não destoam da média nacional: o país que treme de gozo com semelhantes mostrengos é o mesmo que não tem por hábito olhar-se ao espelho e contemplar a sua miséria patrimonial. O problema das casinhas não é estético; nem sequer é ético, no sentido elevado do termo: assinar uns projectos por amigos (sem cobrar um tostão, claro) faz parte da informalidade nativa. E nunca o deputado Sócrates, em exclusividade parlamentar, imaginou que as ‘casinhas’ e outros ‘casinhos’ fossem reprováveis. Porque nunca o deputado se imaginou primeiro-ministro. Quem se imagina primeiro--ministro, não descura o passado com tamanha displicência. Compra licença de cão, mesmo que não tenha cão. O espanto que o eng. Sócrates sentiu quando chegou a S. Bento só é comparável ao nosso por ainda o vermos lá.
João Pereira Coutinho, Colunista
09 Abril 2010 - 00h30
A Voz da Razão
Quem quer chegar longe em política, nunca se esquece de ter licença de cão. Mesmo que não tenha cão. A frase pertence a uma amiga, que a citou nos últimos dias. Por causa das ‘casinhas’ da Guarda.
As construções que o jovem Sócrates assinou são esteticamente aberrantes? Facto. Mas elas não destoam da média nacional: o país que treme de gozo com semelhantes mostrengos é o mesmo que não tem por hábito olhar-se ao espelho e contemplar a sua miséria patrimonial. O problema das casinhas não é estético; nem sequer é ético, no sentido elevado do termo: assinar uns projectos por amigos (sem cobrar um tostão, claro) faz parte da informalidade nativa. E nunca o deputado Sócrates, em exclusividade parlamentar, imaginou que as ‘casinhas’ e outros ‘casinhos’ fossem reprováveis. Porque nunca o deputado se imaginou primeiro-ministro. Quem se imagina primeiro--ministro, não descura o passado com tamanha displicência. Compra licença de cão, mesmo que não tenha cão. O espanto que o eng. Sócrates sentiu quando chegou a S. Bento só é comparável ao nosso por ainda o vermos lá.
João Pereira Coutinho, Colunista
1 comentário:
Políticos e 'civis' sem ética acham que os muitos 'casinhos' que estão a ver a luz do dia são perfeitamente aceitáveis e lícitos. Pior ainda, querem que todos os outros acreditem que assim é.
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