O vestido de Gama - Opinião - Correio da Manhã
23 Abril 2010 - 00h30
A Voz da Razão
Inês de Medeiros foi eleita para o Parlamento pelo círculo de Lisboa. Mas com a família a viver em Paris, surgiu a questão sacramental: quem paga as viagens semanais da deputada?
A resposta evidente seria: a própria. Inês discordou. E Jaime Gama, munido com um apropriado parecer ‘jurídico’, concorda. Os portugueses que paguem, disse Gama. Mas avisou: o caso não abre precedentes. O despacho presidencial é como certos vestidos de alfaiate: peça única para uma cliente só. Se amanhã um deputado eleito por Lisboa instalar a família nas Caraíbas, não há borlas para ninguém. Injusto.
Resta acrescentar que o Conselho de Administração da Assembleia aprovou o despacho com votos favoráveis do PS e contra do PSD e do Bloco. O PCP não apareceu (há burgueses e burgueses). E o CDS ficou-se pelo grotesco: absteve-se. E Inês? Inês devia aproveitar o seu estatuto singular para dar a volta ao mundo, saltitando de capital em capital. E com os portugueses alegremente a pagar. O país pode caminhar para o abismo, mas é importante que, no meio da desgraça, haja alguém que se divirta.
João Pereira Coutinho, Colunista
23 Abril 2010 - 00h30
A Voz da Razão
Inês de Medeiros foi eleita para o Parlamento pelo círculo de Lisboa. Mas com a família a viver em Paris, surgiu a questão sacramental: quem paga as viagens semanais da deputada?
A resposta evidente seria: a própria. Inês discordou. E Jaime Gama, munido com um apropriado parecer ‘jurídico’, concorda. Os portugueses que paguem, disse Gama. Mas avisou: o caso não abre precedentes. O despacho presidencial é como certos vestidos de alfaiate: peça única para uma cliente só. Se amanhã um deputado eleito por Lisboa instalar a família nas Caraíbas, não há borlas para ninguém. Injusto.
Resta acrescentar que o Conselho de Administração da Assembleia aprovou o despacho com votos favoráveis do PS e contra do PSD e do Bloco. O PCP não apareceu (há burgueses e burgueses). E o CDS ficou-se pelo grotesco: absteve-se. E Inês? Inês devia aproveitar o seu estatuto singular para dar a volta ao mundo, saltitando de capital em capital. E com os portugueses alegremente a pagar. O país pode caminhar para o abismo, mas é importante que, no meio da desgraça, haja alguém que se divirta.
João Pereira Coutinho, Colunista
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