terça-feira, 27 de abril de 2010

PJ investiga 'comboio-fantasma'



Polícia fez buscas na sede da SATU e na construtora Teixeira&Duarte

A Polícia Judiciária realizou, há poucas semanas, buscas na sede da empresa municipal SATU (Serviço Automático de Transporte Urbano de Oeiras) e na empresa Teixeira&Duarte. De acordo com informações recolhidas pelo DN, a Judiciária está a investigar os contornos da relação entre a empresa municipal e a construtora que gere o chamado "comboio-fantasma" de Oeiras.

O inquérito em causa foi aberto em 2007 pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), sendo que a investigação está a cargo da Unidade Nacional contra a Corrupção. Até à hora de fecho desta edição, não foi possível confirmar quais os eventuais crimes em causa. Contactado pelo DN, Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, garantiu desconhecer completamente a realização de buscas à SATU. "Para mim, é uma novidade", declarou.

O projecto SATU começou com Isaltino Morais e foi desenvolvido por Teresa Zambujo. O capital da empresa está dividido entre a Câmara de Oeiras (51%) e a Teixeira&Duarte (49%). Porém, ao longo dos últimos anos, nunca foi consensual e tem estado debaixo de várias críticas, sobretudo quanto à viabilidade do comboio, cuja ideia terá nascido depois de uma visita de Isaltino Morais a Sydney, Austrália. Actualmente, tem apenas um único troço: a ligação da estação ferroviária de Paço d'Arcos ao Centro Comercial Oeiras Parque.

Em Junho do ano passado, o vice-presidente da câmara municipal, Paulo Vistas, disse à agência Lusa que a Teixeira&Duarte, que detém 49% da empresa do SATU, "está num impasse" e que a autarquia estava "disponível para assumir a totalidade da empresa".

De acordo com as informações prestadas por Paulo Vistas, em 2008, o prejuízo do SATU situou -se em cerca de três milhões de euros, segundo um relatório de contas apreciado no ano passado pela Assembleia Municipal de Oeiras.

"Vai chegar uma altura em que a Teixeira&Duarte vai querer entregar a SATU para não continuar a acumular prejuízo", acrescentou o vice-presidente da autarquia.

No relatório apreciado pelos partidos com representação na Assembleia Municipal foi sublinhado, além do prejuízo que o transporte tem acumulado, um parecer da Inspecção-Geral de Finanças que conclui que o SATU "apresenta dúvidas de natureza fiscal e empresarial".

Para a segunda e terceira fases do projecto, que ligarão o Centro Comercial Oeiras Parque ao Lagoas Park e, depois, ao Taguspark, serão necessários 30 milhões de euros.

1 comentário:

Anónimo disse...

Este elevador devia pura e simplesmente ser encerrado. É inadmissível que no estado em que o País está haja uma empresa que dá estes prejuízos. Aliás todas as empresas municipais deveriam encerrar pois só servem para dar prejuízo e lugar a alguns amigalhaços.