quinta-feira, 1 de abril de 2010

O exemplo da Assembleia da Republica

A Televisão mete-nos dentro da Assembleia e facilmente acompanhamos as várias sessões de trabalho. E também os trabalhos das várias Comissões, contactos que podem ser complementados através da Internet. E somos confrontados com mesas repletas de garrafinhas de plástico de água. Porquê garrafinhas? Porque não utilizar a água da torneira de Lisboa? A água de Lisboa não é boa? Todos dizem que sim. Talvez o gasto com água não sofresse grande poupança, mas evitava-se o lixo de plástico indo ao encontro dos vários alertas sobre este assunto.


No Jornal Público (página 25) de 23 de Março, ficamos a saber que dois deputados se aperceberam que as laranjas utilizadas nos bares e restaurantes do Parlamento são importadas. E a nossa laranja, principalmente do nosso Algarve, jaz esquecida e abandonada. Propuseram a aquisição de laranja do Algarve.


Eu proponho irmos mais longe: no Parlamento e em todos os serviços oficiais deve ser obrigatório o consumo de produtos portugueses e, como consequência directa, que seja incentivada a nossa agricultura seja de grande extensão ou das pequenas hortas citadinas.


Maria Clotilde Moreira, Algés


(Artigo publicado hoje em Cartas à Directora do Jornal Público)

Imagem: da net

4 comentários:

Isabel Magalhães disse...

O único (mas não pequeno) problema que vejo é o do lixo plástico porque o produto é nacional - não é 'Evian' nem 'Vichy'.

'Dinheiro gera dinheiro', a empresa da água vende, mantém postos de trabalho, tem lucro, paga impostos, o estado recebe...

AFS disse...

Concordo com a Clotilde, embora perceba que é mais prático cada um ter a sua garrafinha do que terem vários jarros no meio dos papéis.

Quanto ao resto, 100% de acordo. A Assembleia tem obrigação moral de investir priotariamente em produtos portugueses, desde que de boa qualidade, como é o caso das laranjas.

Clotilde Moreira disse...

Isabel,
Realmente o produto é nacional, mas fazer garrafinhas de plástico talvez não seja uma produção saudável. Além disso tantas nascentes de água (?). É prático termos uma garrafinha de água num sítio onde não sabemos a qualidade da água, mas dantes levávamos de casa... Eu sou do tempo da água de Caneças vendida em bilhas de barro em Lisboa.

É claro que tem razão na vertente de ser uma geradora de postos de trabalho etc...

AFS

O SMAS de Oeiras entregou na Assembleia Municipal de Oeiras uns jarrinhos e os Deputados Municipais vão bebendo água da torneira.

Boa Páscoa a Todos.
Clotilde

A. João Soares disse...

Recebi de um mestre experiente que na nossa localidade devemos beber água da torneira, mas fora dela noutra região distante, onde o tratamento da água da rede municipal certamente não será igual, convém a água de garrafa para que o aparelho digestivo não se sensibiliza com a diferença.
Mas os deputados, dada a sua origem e o currículo académico e cívico, e as suas atitudes e comportamentos recentes não são pessoas a ser apresentadas como exemplo a seguir.
Partindo destes dados, nada neles surpreende.

João
Sempre Jovens