sexta-feira, 14 de julho de 2006

então como é!?



No dia 9 de Julho coloquei aqui a questão da qualidade da água na Praia de Sto. Amaro de Oeiras, alertado por um email que recebi duma leitora.
O post que então fiz reportava-se a uma notícia surgida no Diário de Notícias da véspera.
Nessa notícia, era referido que tinha havido um atraso de 45 dias na comunicação de resultados de análises à qualidade da água da Praia de Sto. Amaro, o que tivera como consequência que os banhistas que nesse período frequentaram a praia, o fizeram sem qualquer garantia da qualidade da água onde se banharam.

Mais, relatava-se nessa notícia que os concessionários tinham estado em assintonia quanto às bandeiras, tendo-se verificado a situação, que só pode ser descrita como caricata, de uns colocarem a bandeira vermelha e outros a bandeira verde!

Mas a questão da qualidade da água na praia de Sto. Amaro parece não ter ficado por essa notícia do DN.




O Jornal da Região - Oeiras, Série II No. 42 Ano X 10 a 16 Julho 06, traz logo na primeira página e como manchete precisamente esta questão: "PRAIA DE SANTO AMARO TEM OU NÃO QUALIDADE?"
A notícia tem um grande desenvolvimento nas páginas 8 e 9.

No essencial a reportagem desenvolve aquilo que o DN tinha já noticiado, esclarecendo com maior rigor algumas questões de datas e a razão da interdição. Esta terá tido a ver com duas descargas de esgotos directamente para a Ribeira da Lage.
Deixa-nos com a desagradável ideia de que efectivamente durante um determinado período - cerca de 45 dias - as águas da praia de Sto. Amaro estiveram impróprias para banhos, e que durante esse período ninguém avisou os banhistas, que assim correram imensos riscos. O aviso chegou, mas com 45 dias de atraso...

Só no final desta semana se poderá ter notícias que confirmem ou não a boa ou má qualidade da água, visto que ainda durante esta semana serão efectuadas novas análises da água, de acordo com um responsável do Centro Regional de Saúde Pública, segundo adianta a reportagem do JR.

Aguardemos, então, para saber se é seguro frequentar a Praia de Sto. Amaro de Oeiras.

imagens: © cv comunicação visual 2006

6 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Caro J.A.,

exactamente! boa pergunta!

e depois ainda há quem se indigne com a alusão 'terceiro-mundista'.

será 'karma' nosso?

um []

Unknown disse...

Cara Isabel,

Não acho que seja 'karma', acho que é incompetência mesmo!

[]

Isabel Magalhães disse...

......... pois! :)

e já agora, uma pergunta de leiga...

a haver descargas, que as há, elas têm origem nos concelhos a montante, amadora e sintra...

será que as entidades responsáveis já terão tentado averiguar quais os causadores do crime ecológico?

[]

Anónimo disse...

Não sei a que ponto os causadores das descargas são localizados e penalizados. Também não sei se as coimas são desencorajadoras e inibidoras de futuros crimes ecológicos. Também não sei se quem de direito exerce as funções de fiscalização para as quais está a ser pago.
O que sei, mesmo correndo o risco de ser considerado ingénuo, é que este tipo de situações não pode ficar impune nem sujeita a demoras.

Unknown disse...

Cara Isabel,

Essa questão 'concelhia' da poluição lembra-me o problema dos nossos rios que nascem em Espanha.
Não tenho resposta porque nada sei. Ouvem-se uns zunzuns...

Um dos grandes responsáveis pela poluição da Ribeira da Lage era a Tabaqueira. Mas este problema parece-me que foi resolvido há anos.

Quanto a outros poluidores, situados nos concelhos limítrofes, nada sei.

[]

Unknown disse...

Caro Anónimo,

As questões que coloca são muito pertinentes.
A julgar pelo que li numa 'cacha' da reportagem do JR que deu origem a este post, a situação foi identificada. Tratou-se de duas descargas ilegais de esgotos directas para a ribeira. Segundo a mesma 'cacha', que cita fonte da câmara, esta resolveu de imediato e no próprio dia o problema. Só não diz é como foi resolvido...

Quanto à sua suposta 'ingenuidade', meu Caro, parece que estas situações ficam de facto impunes e nunca se resolvem. Elas são recorrentes, e todos os anos ouvimos falar de casos, o que leva a pensar que se tratem sempre dos mesmos prevaricadores.

Curioso é o facto da 'cacha' citar um responsável do CRSPLVT que afirma que "existem ligações de esgotos mal feitas e pontuais", que as descargas poluentes são "questões imprevisíveis", o que parece indiciar que o problema está identificado e que não há é vontade de o resolver.

Cumprimentos,