quinta-feira, 13 de julho de 2006


PSD/Lisboa em obras

Judite França e Sara Marques

Paula Teixeira da Cruz e Carlos Carreiras concorrem à liderança

Paula Teixeira da Cruz e Carlos Carreiras são os dois rostos das eleições desta quinta-feira, na distrital de Lisboa. A vice-presidente, que abandona o cargo na direcção do partido para assumir esta candidatura à presidência do PSD/Lisboa, e o vereador da câmara de Lisboa, disputam a cadeira do poder. Uma peça fundamental para vencer o país, diz a social-democrata: «Sem vencer em Lisboa, o PSD nunca vencerá no país».

Sem papas na língua, Teixeira da Cruz quer devolver à distrital «uma mística especial», cativando os cidadãos comuns para os partidos. Para reintroduzir o prestígio político é necessário insistir na formação política na distrital e nas secções, garante.

A presidente da Assembleia Municipal de Lisboa está preocupada com a periferia de Lisboa, onde vivem os mais desprotegidos, como os emigrantes, «sem voz nem voto», num «país que continua a empobrecer».

Na união vê a força e não perde tempo a «olhar para o passado», quando questionada pelo PortugalDiário sobre as divisões internas do partido. O futuro é já ali, e com ele Teixeira da Cruz quer «reganhar o magma ideológico», «devolver a dimensão nobre à política» e cativar os cidadãos comuns para a vida partidária.

Nos apoios que Teixeira Cruz conta como seus, está o deputado José Freire Antunes, conotado como um crítico do rumo que o partido está a levar. Contactado pelo PortugalDiário, o historiador foi claro: «Dou o meu apoio a Paula Teixeira da Cruz porque ela é uma esperança de regresso da qualidade política à Distrital de Lisboa do PSD». O deputado, que já na passada semana foi polémico ao enaltecer o regresso de Santana Lopes ao Parlamento, considera que Teixeira da Cruz «é uma mulher determinada», e «consciente da mediocridade em que tombou esta estrutura do partido».

Para o parlamentar, que considera que o ex-primeiro-ministro foi injustiçado e que a sua ausência faz falta ao PSD, se os sociais-democratas quiserem «ser uma alternativa de Governo, terão de construir propostas sérias que não existem. Podemos começar pela distrital de Lisboa».

Porque «Portugal espera muito do PSD ¿ mas Portugal não vai ficar à espera do PSD», diz o historiador, o seu apoio vai para Teixeira de Cruz que se junta aos de Manuela Ferreira Leite, que será mandatária da candidatura, e Ferreira do Amaral, que vai liderar a mesa da assembleia geral. Também o líder cessante da distrital, António Preto, manifestou estar ao lado do homem forte do BCP.

A distrital de Lisboa «não existe»

Carlos Carreiras, opositor de Paula Teixeira da Cruz na corrida à liderança do PSD/Lisboa, afirma que «politicamente, a distrital de Lisboa não existe». Em declarações ao PortugalDiário, o vereador da Câmara Municipal de Cascais, critica a postura que tem vindo a ser assumida: «os militantes só são chamados para jantares e para encher salas, não têm voz activa».

E as críticas de Carlos Carreiras não param por aqui. O social-democrata considera que «a distrital é um órgão independente e não pode ser apenas uma correia de transmissão das ideias da comissão politica nacional». Assim, não concorda com a candidatura de Paula Teixeira da Cruz, ainda vice-presidente do partido, à liderança do PSD/Lisboa.

O candidato desvaloriza o facto de a sua opositora ter sido apoiada pelo líder do partido. «O importante é o apoio dos militantes, são eles que vão votar», frisa Carlos Carreiras, que recorda que a sua candidatura conta com apoio de nomes como Fernando Seara, Helena Lopes da Costa, António Capucho, José Motta Veiga, Ângelo Correia, Carlos Pimenta e Luís Todo Bom.

O Portugal Diário sabe ainda que Henrique Rocha de Freitas apoia a candidatura de Carlos Carreiras. O ex-secretário de Estado considera que o vereador «reuniu uma equipa (...) capaz de ultrapassar a lógica de facção».

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=706751&sec=3

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