terça-feira, 25 de julho de 2006

DOÇARIA TRADICIONAL OEIRENSE


Realizou-se ontem, na esplanada da Casa das Queijadas de Oeiras, na R. 7 de Junho de 1759, na vila de Oeiras, tal como estava previsto, a primeira conferência do ciclo de conferências "Diálogos em Noites de Verão", promovida pela novel Associação Cultural de Oeiras ESPAÇO E MEMÓRIA.

Conduzidas pela cativante voz e pelo saber profundo do Dr. JORGE MIRANDA, num tom informal, uma esplanada a abarrotar de pessoas interessadas viajou ao longo da História da DOÇARIA TRADICIONAL OEIRENSE.
Conhecemos as raízes da doçaria no Concelho. Ficámos sabedores de alguns dos afamados doces que aqui se produziam no passado, a maioria, senão todos, comercialmente: PALITOS de OEIRAS, BISCOITOS de OEIRAS, LAÇOS (Oeiras), BOLACHAS finas (Oeiras), BOLOS de AMÊNDOA (Oeiras), SUSPIROS (Paço de Arcos), AIS (Paço de Arcos), CASSETES (Paço de Arcos), MIMOSOS (Paço de Arcos), BISCOITOS (Algés), BOLACHAS (Algés), FOGAÇAS (Leceia e Leião) e o FAMOSÍSSIMO PÃO-DE-LÓ de LINDA-A-VELHA, cuja receita, infelizmente, se perdeu na tenebrosa e impiedosa noite dos tempos.
Ficámos também a conhecer algumas das, poucas, sobreviventes receitas desta fantástica, fascinante e diversificada doçaria.
Infelizmente, como ficámos também a saber, todo este património está hoje reduzido à quase total extinção, senão mesmo total, nomeadamente comercial, na medida em que já não existem fábricas que o produzam, além de terem desaparecido a maioria das receitas.

Podemos dizer com agrado que foi uma das mais "doces" e "saborosas" conferências a que nos foi dado assistir nos últimos tempos!

nota: A Casa das Queijadas de Oeiras, que serve de excelente e aprazível palco a estas conferências, está apostada em inovar neste universo da doçaria. Para isso, deu início a um projecto interessante e lançou as Queijadas de Oeiras que, não sendo tradicionais, talvez um dia o venham a ser. Quem sabe? Oxalá assim aconteça. O Concelho só tem a ganhar!!


A próxima conferência, dia 31 de Julho, pelas 21:30 e no mesmo local, está subordinada ao título "Os Romanos Já Morreram?" e será proferida por José d' Encarnação. Convidamo-lo a assistir a ela. O tema promete, sem dúvida.
Recordo também que, para o dia 29 de Julho, sábado, está já programada uma visita guiada ao "Centro Histórico de Oeiras", conduzida pelo Dr. Jorge Miranda. A concentração tem lugar às 09:30, na esplanada referenciada para as conferências.

Informações e Inscrições: Junta de Freguesia de Oeiras e São Julião da Barra, tel. 21 441 64 64.

Imagem: Um aspecto da conferência de hoje © cv comunicação visual 2006

7 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Este excelente e 'doce' artigo deixou-me com imensa fome...! :)))

Já agora... fiquei super curiosa com a informação do 'Pão-de-Ló' de Linda-a-Velha!

pena não haver registos!

Um abraço.

Unknown disse...

Olá Isabel,

Registos há e muitos, sobre a existência e fama do dito Pão-de-Ló.
O que infelizmente se perdeu foi a receita. Já ninguém a conhece e já ninguém o faz.

Agora não posso, mas mais longo vou ver as referências literárias e envio-tas.

bjs,

Isabel Magalhães disse...

J.A.;

lapso meu... queria escrever receita...! :)

aguardo, então, as informações.

obrigada.
* I.

Unknown disse...

Cara Isabel,

O melhor mesmo, para não só dar a referência literária mas também para transmitir um pouco do 'sabor' do referido manjar e da época é, pedindo licença ao autor, Dr. Jorge Miranda, citar as palavras que ele usa no texto do documento distribuído na conferência:

(...) célebre pão-de-ló de Linda-a-Velha. Quem nos dá encomiástica conta da sua existência e excelência é Vítor Ribeiro, no artigo que publicou na revista "Serões" (nº 62, de 1910 - "Arredores pittorescos de Lisboa - Linda-a-Velha, Carnaxide, Senhora da Rocha à Cruz Quebrada").
Produzia, então, a especialidade, já de há muito, uma "boa e agradavel velhinha, sempre affavel e risonha", numa das casas contíguas à antiga ermida de Linda-a-Velha.
Segundo regista, era imensa a freguesia que acorria, "a pé, de trem, de automovel", a fim de adquirir os pães-de-ló que considera "incomparaveis". Mas a demanda não se restringia a esta iguaria: havia ainda "mil outros productos da sua confeitaria". (...)


Parece que Linda-a-Velha era uma localidade muito concorrida, muito por conta do seu célebre pão-de-ló que, como disse, desapareceu para sempre. Não se conhece a receita, lamentavelmente.

Se me é permitida uma sugestão: entre essas senhoras muito idosas aí das redondezas, não haverá uma que tenha lá no baú uma pedaço de papel manuscrito, carcomido e bolorento, herdado da avó dela, onde esteja a receita...? :)

bjs,

Isabel Magalhães disse...

Olá J.A., novamente! :)))

Obrigadíssima. Foi quase como estar presente na conferência! :)

Qto à sugestão... as senhoras idosas que aqui conheço não são 'nativas', no entanto vou começar a indagar pois pode ser quer...

Curiosamente tive na família pessoas com parentes aqui da freguesia, daqueles que até tiveram direito a nome de rua, mas infelizmente já 'não moram cá'! :(((

Um []

Anónimo disse...

É só conversa...

Unknown disse...

Caro anonymous,

Importa-se de explicar o que é que "é só conversa"?

Se é a palestra... de facto é essa a ideia das mesmas... :)
Conversar sobre o passado histórico do Concelho de Oeiras.

Cumprimentos,