segunda-feira, 24 de maio de 2010

Raposas no galinheiro

Raposas no galinheiro - JN


Opinião



A notícia tem uma semana, o que não será tempo de mais considerando que não é, apesar de tudo (principalmente apesar daquilo em que se tornou a ONU), de fácil digestão: a Líbia foi eleita pela Assembleia Geral da mesma ONU, presidida por um líbio, como membro efectivo do Conselho dos... Direitos do Homem. Acompanham-na outros regimes igualmente, como a Jamahiriya líbia, conhecidos como defensores estrénuos dos direitos e das liberdades individuais (e os seus cidadãos que o digam), como Angola e o Uganda. Infelizmente o Irão, que chegou a candidatar-se, desistiu e a Coreia do Norte, a China, o Zimbabwe ou a Birmânia não se apresentaram a votos, pelo que o leque não fica completo; mas, ao menos, foi também eleita a Tailândia. Nos próximos três anos veremos, pois, José Eduardo dos Santos, o coronel Kadhafi e o general Museveni a aconselharem o mundo sobre o respeito dos direitos humanos. Meter as raposas no galinheiro sempre foi, como se sabe, a melhor forma de proteger as galinhas e a ONU reconquista assim o prestígio perdido com a recente não eleição de um censor para director-geral da UNESCO.


Manuel António Pina

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