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Setenta por cento dos funcionários da nova loja do IKEA, em Loures, são licenciados. Todo o trabalho é digno, sobretudo nos tempos que correm, mas setenta por cento daqueles jovens andaram a estudar para se especializar noutras profissões. Investiram dinheiro, tempo, expectativas de uma vida profissional próxima daquilo que sonharam sem que a economia real os consiga enquadrar em função dos conhecimentos que adquiriram.
Tiveram a sorte de conseguir emprego, é certo, por entre um vastíssimo leque de candidatos, mas engrossam uma fileira estatística que mostra o fosso cada vez maior entre o ensino e a vida activa. Não é só o número de jovens licenciados no desemprego que todos os dias cresce. É também o número de jovens licenciados que não arranja trabalho na área dos seus cursos. É este divórcio entre ensino e economia, este sinal tremendo de uma economia com baixa incorporação de conhecimento, sem inovação tecnológica e sem competitividade, que nos liquida a esperança de sair do buraco em que entrámos nos últimos dois anos. O problema não está só no déficit das contas públicas. Está nesta economia anémica que desvia a sua juventude para um patamar de ambição que se limita à mais elementar das sobrevivências. O sonho, esse, tornou-se proibido!
Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto
Setenta por cento dos funcionários da nova loja do IKEA, em Loures, são licenciados. Todo o trabalho é digno, sobretudo nos tempos que correm, mas setenta por cento daqueles jovens andaram a estudar para se especializar noutras profissões. Investiram dinheiro, tempo, expectativas de uma vida profissional próxima daquilo que sonharam sem que a economia real os consiga enquadrar em função dos conhecimentos que adquiriram.
Tiveram a sorte de conseguir emprego, é certo, por entre um vastíssimo leque de candidatos, mas engrossam uma fileira estatística que mostra o fosso cada vez maior entre o ensino e a vida activa. Não é só o número de jovens licenciados no desemprego que todos os dias cresce. É também o número de jovens licenciados que não arranja trabalho na área dos seus cursos. É este divórcio entre ensino e economia, este sinal tremendo de uma economia com baixa incorporação de conhecimento, sem inovação tecnológica e sem competitividade, que nos liquida a esperança de sair do buraco em que entrámos nos últimos dois anos. O problema não está só no déficit das contas públicas. Está nesta economia anémica que desvia a sua juventude para um patamar de ambição que se limita à mais elementar das sobrevivências. O sonho, esse, tornou-se proibido!
Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto
1 comentário:
O problema também talvez esteja em cursos inventados em universidades inventadas por senhores altamente colocados no poder político que precisam de rendimentos adicionais aos seus lugares de deputados, professores de universidades públicas. Tudo isto acreditado pelas instâncias do Estado, não vá algum ministro ou mais do que isso precisar de "curriculum..."
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