domingo, 4 de julho de 2010

Ainda os fechos e desactivações

Jornal Público – Cartas à Directora – 4.7.2010



Nunca tinha reparado mas agora, com a tão clara e precisa informação destes últimos anos, tomei consciência que este meu País tinha sido “povoado” de milhares de coisas sem nexo que o estão a atravancar, obrigando estes tão preclaros membros de governos a mandarem fazer levantamentos exaustivos “do que não serve para nada”, e mandar fechar.

Eles foram e são os ramais de comboio. Pronto: desactiva-se e lá ficam uns casinhotos a apodrecer e as populações mais isoladas. Abandonaram-se também as casas dos cantoneiros. Há, nesta área alguns pequenos exemplos de aproveitamento para turismo rural ou restaurantes mas há muito também perdido para sempre. Centros de saúde, incluindo hospitais e maternidades, é o que se sabe: parece que há umas camionetas que andam por serras à procura dos doentes e vão todos ao mesmo tempo ao médico. Quem tiver pressa chama um carro de praça… se tiver dinheiro.

Quem terá andado a esbanjar dinheiro a construir escolas por esse Portugal tão analfabeto? E agora o Ministério da Educação está a braços com mais de três mil escolas fantasmas. E qualquer dia chegará a desactivação em massa de cursos universitários. Mas estudarem a sério e ouvirem vozes avisadas das reais necessidades de instrução dos nossos jovens parece que tarda e não teremos a curto prazo canalizadores, electricistas etc. bem habilitados mas apenas putativos doutores. E politicas de desenvolvimento do nosso interior? Quando poderemos dizer como a Deolinda: - Agora sim, já ouço a liberdade! Vamos em frente, é esta a direcção!


Maria Clotilde Moreira, Algés

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