A ditadura dos horários
A Voz da Razão
0h30
Viver em Portugal é conhecer a ditadura dos horários. Que o mesmo é dizer: se não seguimos os hábitos do rebanho, será impossível jantar decentemente à meia-noite; ou fazer compras pelo serão adentro.
Felizmente, esta provinciana mentalidade está a mudar e o governo já permite que os hipermercados possam abrir ao domingo, das seis à meia-noite. Custa a crer que se esperou até 2010 para ver reconhecida esta benesse. Mas também custa a crer que o governo ainda admita excepções, consoante os casos, em que o poder local é que sabe. Não, não sabe.
Quem sabe é o dono do negócio, que devia estabelecer o seu horário de acordo com os interesses da clientela. Dizer-se que a liberalização dos horários comerciais reforça o emprego (entre 2 a 8 mil novos postos) e anima o consumo das famílias é passar ao lado do argumento essencial. E o argumento essencial reduz-se na palavra clássica: liberdade. Ou o poder político respeita a liberdade de comerciantes e consumidores; ou persiste no abuso de se imaginar pai dos portugueses, ordenando-lhes xixi e cama quando o relógio manda.
João Pereira Coutinho, Colunista
A Voz da Razão
0h30
Viver em Portugal é conhecer a ditadura dos horários. Que o mesmo é dizer: se não seguimos os hábitos do rebanho, será impossível jantar decentemente à meia-noite; ou fazer compras pelo serão adentro.
Felizmente, esta provinciana mentalidade está a mudar e o governo já permite que os hipermercados possam abrir ao domingo, das seis à meia-noite. Custa a crer que se esperou até 2010 para ver reconhecida esta benesse. Mas também custa a crer que o governo ainda admita excepções, consoante os casos, em que o poder local é que sabe. Não, não sabe.
Quem sabe é o dono do negócio, que devia estabelecer o seu horário de acordo com os interesses da clientela. Dizer-se que a liberalização dos horários comerciais reforça o emprego (entre 2 a 8 mil novos postos) e anima o consumo das famílias é passar ao lado do argumento essencial. E o argumento essencial reduz-se na palavra clássica: liberdade. Ou o poder político respeita a liberdade de comerciantes e consumidores; ou persiste no abuso de se imaginar pai dos portugueses, ordenando-lhes xixi e cama quando o relógio manda.
João Pereira Coutinho, Colunista
11 comentários:
Este senhor Coutinho, não precisava de aparecer numa fotografia tão grande, tipo narcisismo.
A outra coisa, quem sabe dos horários são os patrões e os trabalhadores?
Nem todos são «colunistas» de jornais, para trabalhar de noite e dormir durante o dia, porque não são (provavelmente), capazes de se levantar e trabalhar às 6:00 horas da manhã, quando o dia e a Natureza despontam para a Vida.
Assim foi a Humanidade e as Civilizações Humanas durante dezenas de milhares de anos.
Um povo e um país que estão na miséria, não tem poder económico nem de noite nem de dia, mas de dia tem de trabalhar, para ao menos tentar ganhar o seu sustento, é assim em todo o mundo.
Bastião
Para quê fazer compras à meia-noite?
Horários a horas normais e de acordo com o cariz do serviço. Horários mais curtos que deixem espaço para mais gente ter trabalho. Horários que deixem tempo para ir para a praia e gastar dinheiro nos bares da areia...
Pelo descanso!
Bastião;
"(...) não precisava de aparecer numa fotografia tão grande (...)"
Não me diga que agora quer mandar na paginação do blog! Não me lembro de o ter convidado para co-administrador...! ;)
Vamos então fechar os "bares da areia" ao domingo e feriado... e as roulotes de praia à noite. Quem tem fome à noite vai para casa e faz uma sandes.
Restaurantes iden iden aspas aspas. Farmácias de serviço, Hospitais, Serviços de Urgência, Bombeiros, Polícia, Limpeza urbana e de recolha de lixo, transportes públicos e táxis, estações de serviço, serviços abastecedores de mercados à noite não! Tudo na caminha a horas decentes como manda a lei. Ah! E nada de nascimentos à noite porque o país está na miséria e por Decreto todo o mundo tem que nascer de dia.
Juro que gostaria de saber da coerência da lei (do tempo do Guterres) que permite comprar futilidades nas grandes superfícies até à meia-noite e proíbe comprar alimentos, fraldas, seja lá o que for!
Senhora D. Isabel,
Horários a horas normais e de acordo com o cariz do serviço. - Aqui entram os hospitais... e o que é preciso que funcione nas 24 horas de cada dia. MAS se os horários forem mais humanizados (onde é que eu já ouvi isto) se calhar pode mais gente trabalhar e a ter possibilidade de ir aos "bares da areia". O seu 1º parágrafo não está de acordo com o que eu disse. Não é fechar tudo. É não sobrecarregar os trabalhadores com horários sem fim.
Pelo descanso
E eu a pensar que o alargamento de horários poderia criar mais postos de trabalho... afinal enganei-me!
Mas não respondeu à minha pergunta; continuo sem perceber a lógica de me proibirem a compra de bens essenciais e permitirem comprar útil-fútil. E já agora, então o 'descanso' desses trabalhadores das lojas abertas até à meia-noite? Serão trabalhadores de segunda?! Há ainda outra questão, a dos super e minis - com menos de não sei quantos mil metros quadrados de superfície - que estão abertos 7 dias por semana. Em que categoria 'encaixa' esses trabalhadores?
Aqui só entre nós, passou-se de um extremo a outro; 6:00/24:00 é, nitidamente, um exagero.
Minha Senhora,
Não tenho respostas para tudo, mas conversando um dia pode ser que se encontre um equilibrio. Mas não acho necessário andar a comprar batatas à meia-noite. Já remédios é outra coisa.
Vou de férias.
Pelo descanso
Vejo que estamos de acordo nalgumas coisas. Eu também acho que o novo horário 6:00 / 24:00 é um exagero.
Boas férias.
Descanse bem.
Quem defende abertamente os horários esquece-se que os trabalhadores também têm família. Uns vão passear e comprar, outros ficam a trabalhar. A liberdade de escolha deve ser objecto de negociação entre patronato e trabalhadores. Trabalhando sábado e domingo, e ainda que só um dos membros do casal trabalhe numa grande superfície, é mais uma machadada na Família. Salve-se quem puder.
Não vale a pena Isabel.
Há pessoas, como um tio meu, que são assim e vão ser assim toda a vida.
Qual a razão e a lógica?
Resposta do meu tio - "também sou, e sempre serei, do Benfica".
Mais palavras para quê?
Pedro;
Realmente não vale a pena.
Escreveram linhas e linhas sempre a bater na mesma tecla e não foram capazes de responder a um par de perguntas simples.
Conclusão: a preocupação dos ilustres anónimos exclui todos os trabalhadores de supermercados abertos 7 dias por semana. Aqui, num raio de 600 metros há quatro: o Pingo-Doce, o Modelo Bonjour e dois Lidl. O prejuízo para a família só abrange os trabalhadores dos Hiper. Curioso!
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