sábado, 17 de julho de 2010

O Pais da fantasia

O País da fantasia

A Voz da Razão

O Parlamento anda entretido com os subsídios para a cultura: será que o ex-responsável pela Direcção-Geral das Artes gastou tudo no primeiro semestre e não deixou nada para o segundo? Entendo a gravidade do tema. Pena que os nossos parlamentares não aprofundem um outro: a demissão do cavalheiro e a reacção da ministra.

Reacção efusiva, entenda-se: a demissão liberta o sector de ‘constrangimentos’, ‘atrasos’, ‘ineficácias’, ‘irresponsabilidades’ e ‘barreiras’ entre os criadores e a tutela.

Perante este quadro, ao qual só falta mesmo o vandalismo,a srª Canavilhas não explicou por que motivo manteve um incompetente no lugar. Ou explicou, mas seria melhor que não: para a ministra, alguém que dá mostras de uma conduta tão lesiva para o interesse público foi mantido no sítio para preservar ‘um mínimo de estabilidade’ no sector.

Não sei se é precisamente esse ‘mínimo de estabilidade’ que justifica a manutenção da própria ministra no cargo. Mas esta anedota, que não perturba os nossos tribunos, é a prova acabada de que Sócrates não está sozinho no país da fantasia.


Por: João Pereira Coutinho, Colunista

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