Gosto de ouvir o Martinho da Vila.
Gosto daquele balanço da música dele. Apesar de me estar vedada a dança, por razões que não vêm ao caso.
Aquele ritmo entranha-se facilmente no nosso sistema nervoso, ataca as sinapses, salta para os músculos, que num frenesi resolvem expandir a alegria da vida.
É irresistível.
Por isso, lá combinei com a minha esposa, que também gosta de ouvir o Martinho, e um casal amigo, que gentilmente nos proporcionou não só a boleia automóvel, como a companhia auditiva e um posterior e delicioso Pita Shoarma para acabar bem a noite e encher o estômago do qual o jantar se ausentara. Coisas de quem trabalha até tarde.
Combinámos o encontro para as 21:45 na Escola Secundária Sebastião e Silva, tendo em conta o programado começo às 22:00.
Assim foi, assim partimos para o Parque dos Poetas, calculando que o encontraríamos repleto de gente.
De facto, quando lá chegámos pelas 22:15, deparámos com o recinto completamente à cunha.
A única alternativa que tivemos foi ficar no topo da escadaria que sobe até ao jogo de água próximo à estátua de Teixeira de Pascoaes (desculpem alguma imprecisão topológica, mas foi a primeira vez que lá fui e era de noite.)
Foi assim de muito longe que 'assisti' ao concerto.
A primeira coisa negativa que notei foi o excesso de gente para a dimensão do espaço (que não conheço bem, repito). Pareceu-me que um concerto desta natureza, a adivinhar forte adesão do público, melhor ficaria num espaço mais amplo, como a praia de Sto. Amaro, p.ex. É pena que não tenha sido considerado que o Martinho, apesar de não ser santo, chama muito povo...
A segunda constatação que fiz, infelizmente também negativa, foi o 'som'. Pareceu-me de péssima qualidade, o que é estranho com um artista profissional.
Admito que pelo facto de eu estar longe e ter feito algum vento na zona, o meu juízo possa estar a pecar por exagero. Mas algumas pessoas, que estavam próximo do palco, queixaram-se-me do mesmo.
Devo ainda referir, e isto é talvez o mais grave, pelo desprezo pelo público e população de Oeiras, demonstrado pelo(s) responsável(eis), que o concerto começou com cerca de 40 minutos de atraso. Ou então alguém acha que pelo facto de as coisas serem 'à borlix', que não é necessário profissionalismo.
Ouvi também testemunhos de pessoas que chegaram cedo e por isso conseguiram ficar perto do palco, que a 'bagunça' lá era enorme e um caos terrível. Talvez isso seja a justificação para que eu tenha visto imensa gente a 'levantar ferro' muito antes de terminar o concerto.
Em resumo, o que podia ter sido um excelente momento cultural em Oeiras, de levar até à população um momento de música e de prazer gratuito, em especial para os que não têm possibilidades de pagar os preços que hoje se praticam em concertos ao vivo, transformou-se assim numa 'miséria franciscana'.
Salvou-se disto o clássico "Mulheres", que como de costume, não desiludiu e pôs algumas pessoas a soltar a voz e a dar ao pé.
De quem foi a ir-responsabilidade? Do artista, dos técnicos, da organização, da Câmara? Do povo de Oeiras não foi certamente. E não me venham falar de euros... O concerto dos D'zert na praia de Sto. Amaro não deve ter custado muito mais (O.K., a TVI, que o transmitiu em directo, deve ter pago o 'grosso'.)
Enfim, desiludiu-me. Gostei muito mais do Rui Veloso e dos Adiafa, no ano passado.
Volta Teresa, que está 'aperdoada' :)
Deixo aqui duas fotografias do pouco que consegui 'ver'. Uma do recinto, com zoom, que o palco, oculto pela cúpula translúcida, estava muito longe, e outra com um exemplo de boa educação...
Gosto daquele balanço da música dele. Apesar de me estar vedada a dança, por razões que não vêm ao caso.
Aquele ritmo entranha-se facilmente no nosso sistema nervoso, ataca as sinapses, salta para os músculos, que num frenesi resolvem expandir a alegria da vida.
É irresistível.
Por isso, lá combinei com a minha esposa, que também gosta de ouvir o Martinho, e um casal amigo, que gentilmente nos proporcionou não só a boleia automóvel, como a companhia auditiva e um posterior e delicioso Pita Shoarma para acabar bem a noite e encher o estômago do qual o jantar se ausentara. Coisas de quem trabalha até tarde.
Combinámos o encontro para as 21:45 na Escola Secundária Sebastião e Silva, tendo em conta o programado começo às 22:00.
Assim foi, assim partimos para o Parque dos Poetas, calculando que o encontraríamos repleto de gente.
De facto, quando lá chegámos pelas 22:15, deparámos com o recinto completamente à cunha.
A única alternativa que tivemos foi ficar no topo da escadaria que sobe até ao jogo de água próximo à estátua de Teixeira de Pascoaes (desculpem alguma imprecisão topológica, mas foi a primeira vez que lá fui e era de noite.)
Foi assim de muito longe que 'assisti' ao concerto.
A primeira coisa negativa que notei foi o excesso de gente para a dimensão do espaço (que não conheço bem, repito). Pareceu-me que um concerto desta natureza, a adivinhar forte adesão do público, melhor ficaria num espaço mais amplo, como a praia de Sto. Amaro, p.ex. É pena que não tenha sido considerado que o Martinho, apesar de não ser santo, chama muito povo...
A segunda constatação que fiz, infelizmente também negativa, foi o 'som'. Pareceu-me de péssima qualidade, o que é estranho com um artista profissional.
Admito que pelo facto de eu estar longe e ter feito algum vento na zona, o meu juízo possa estar a pecar por exagero. Mas algumas pessoas, que estavam próximo do palco, queixaram-se-me do mesmo.
Devo ainda referir, e isto é talvez o mais grave, pelo desprezo pelo público e população de Oeiras, demonstrado pelo(s) responsável(eis), que o concerto começou com cerca de 40 minutos de atraso. Ou então alguém acha que pelo facto de as coisas serem 'à borlix', que não é necessário profissionalismo.
Ouvi também testemunhos de pessoas que chegaram cedo e por isso conseguiram ficar perto do palco, que a 'bagunça' lá era enorme e um caos terrível. Talvez isso seja a justificação para que eu tenha visto imensa gente a 'levantar ferro' muito antes de terminar o concerto.
Em resumo, o que podia ter sido um excelente momento cultural em Oeiras, de levar até à população um momento de música e de prazer gratuito, em especial para os que não têm possibilidades de pagar os preços que hoje se praticam em concertos ao vivo, transformou-se assim numa 'miséria franciscana'.
Salvou-se disto o clássico "Mulheres", que como de costume, não desiludiu e pôs algumas pessoas a soltar a voz e a dar ao pé.
De quem foi a ir-responsabilidade? Do artista, dos técnicos, da organização, da Câmara? Do povo de Oeiras não foi certamente. E não me venham falar de euros... O concerto dos D'zert na praia de Sto. Amaro não deve ter custado muito mais (O.K., a TVI, que o transmitiu em directo, deve ter pago o 'grosso'.)
Enfim, desiludiu-me. Gostei muito mais do Rui Veloso e dos Adiafa, no ano passado.
Volta Teresa, que está 'aperdoada' :)
Deixo aqui duas fotografias do pouco que consegui 'ver'. Uma do recinto, com zoom, que o palco, oculto pela cúpula translúcida, estava muito longe, e outra com um exemplo de boa educação...
fotos: © josé antónio 2006
José António
2 comentários:
Vou ter que avisar o Nuno Mendes, para oferecer um conjunto de super cola 3 a este Artistartolas Antóinne.
E pode saber-se porquê? ou é segredo?
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