Vivemos um período ambiguo no que toca à protecção do meio ambiente. Aparentemente preocupamo-nos cada vez mais com os problemas ambientais não deixando no entanto de aumentar os níveis de poluição de uma forma drástica.
Enfrentam-se as já mais que conhecidas consequências do nosso desrespeito pela natureza de uma forma superficial, negligente e que procura apenas aliviar consciências e fazer publicidade, mas que de pouco serve em termos práticos.
Hoje a moda tem tudo a ver com uma atitude positiva e defensora da natureza. São os produtos naturais e ecológicos, os corpos saudáveis (à custa dos esteróides, plásticas e batoques) as separações dos lixos e por ai fora.
Pessoalmente sinto-me indignado com as iniciativas que se tomam em prol do ambiente e que, por serem superficiais, escamoteiam a origem do problema que é tão só o querer mais e mais e mais e mais inutilidades supérfluas que já ninguém dispensa.
Uma das iniciativas em prol do meio ambiente ocorre em muitas praias na época balnear, trata-se dos pontos de reciclagem colocados em pleno areal que, a meu ver, não são mais do que um exemplo do que é o aliviar de consciências pelos maus tratos que se infligem à natureza.
Esses ecopontos merecem a minha atenção: Em primeiro lugar são feios. A sua dimensão é despropositada e a quantidade destes ecopontos é absurda, provocando uma poluição visual (quet ambém existe) de que ninguém fala. Os ecopontos de praia só lá estão para enganar o cidadão, para dizer que a autarquia, neste caso a de Oeiras, é a favor do meio ambiente. Gostava de saber quantas almas que depositam os lixos no ecoponto de praia não se vão de seguida aliviar ao mar, esse desgraçado que diariamente é presenteado com o fruto mais profundo das nossas entranhas.
Já agora, que tal se colocarem nas ruas ecopontos ao estilo dos de praia no lugar das papeleiras? As papeleiras deveriam estar colocadas nos areais das praias em lugar dos ecopontos, à saída da praia deveria estar o ecoponto. O cidadão responsável com toda a certeza que guardaria as suas embalagens vazias e o seu jornal já lido para, à saída da praia, colocar esses objecto no respectivo orifício do ecoponto.
Pessoalmente não frequento as praias do nosso concelho, isto porque gosto muito de praias com menos gente e com dunas, é por isso que observo o exemplo da Costa da Caparica onde lá estão à saída das praias o papelão, o vidrão ocontentor do lixo, das embalagens e o pilhómetro. No areal pequenos contentores - iguais aos que existem nos prédios - enterrados na areia por metade para se deitar o que não tem lugar nos ecopontos.
António Bento, um cidadão pelo meio ambiente.
recebido por e-mail com pedido de publicação.
4 comentários:
Caro A.B.;
Em essência subscrevo o seu artigo e não vou discutir a parte estética - não vá aparecer alguém que aqui desencadeou uma guerra por causa de uma outra agressão da paisagem - mas gostaria apenas de lembrar que é por causa dos que não respeitam o espaço público que por vezes acontece o que nos poderá parecer um exagero.
É que mesmo com tanto contentor ainda há muito 'boa gente' que deixa o lixo na areia. E não me refiro apenas às pontas dos cigarros...!
s.d.
Caro António Bento,
Há muito tempo que, infelizmente e com muita pena minha, não visito as praias do Concelho.
Em particular a Torre, o Inatel e o 'Catalas' (Catalazete), este praticamente já nem existe, que serão sempre e para todos os efeitos, as praias da minha adolescência em Oeiras. Das chuvadas de inverno, dos sonhos de verão, dos amores proibidos, das escapadelas nocturnas, da nudez à luz da Lua, e mais coisas que não conto.
Por isso não disponho neste instante de informação suficiente para fazer um comentário ao seu texto.
Apenas posso dizer que no geral concordo com o que diz e com os valores, cívicos e ecológicos, que defende.
Se as coisas são assim tão más, de facto devem ser alteradas e melhoradas.
Agora, a 'nossa' Isabel Magalhães não deixa de ter razão num ponto. A questão tem muito a ver com o comportamento cívico dos cidadãos.
Quantas pessoas é que efectivamente vão à praia, e se tiverem um contentor à saída, se dão ao trabalho de guardar todo o lixo que produzem (sacos, papéis, paus de gelados, garrafas, etc.), e à saída para partir o colocam no contentor?
Muito poucas, não duvido.
É um problema de consciência individual.
Cumprimentos,
Á porta de minha casa tenho 3Ecopontos,vidro.plástico e cartão e todos os dias assisto à descarga ora de um ora de outro só que há uma situação que me constrange imenso.Porque será que depois de se ter despejado tanto o cartão como o plástico não se limpa o sítio onde está colocado o ecoponto?É tanto o lixo que está por baixo que não seria dificil varrer antes de colocar novamente o ecoponto,penso que a preocupação da limpeza neste sitio também seria necessária,não só varrida mas também de tempos a tempos lavada.Estarei errada?Gostaria de um dia ir à janela e ver limparem e lavarem o espaço que foi roubado ao passeio,ser limpo!Obrigado pela atenção dispensada.Não critiquei apenas fiz uma chamada de atenção que considero util e higiénica.
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