segunda-feira, 26 de junho de 2006


QUANDO COMPRAR UM OPEL VISTA A CAMISOLA DA SELECÇÃO!

Imagino que os senhores da General Motors quando equacionaram a possibilidade de fechar a fábrica na Azambuja equacionaram todas as hipóteses, incluindo a reacção do mercado português aos seus produtos (Vauxhall, Saab, Holden, Opel, Chevrolet, Buick, Pontiac, GMC, Saturn, Hummer e Cadillac). Mas pela forma indecente como avisaram os seu trabalhadores de que iam fechar a porta, não é difícil de perceber a conclusão a que chegaram.
Imagino os administradores a concluir que os portugueses são um povo que esgotam o seu nacionalismo na bola e na maternidade de Badajoz, incapazes de gostar e defender o seu país. Chegaram à conclusão que com os portugueses nem precisavam de ter cuidado com a linguagem, que podiam conduzir um processo como se estivessem a gozar com a economia e os decisores do país.
E têm toda a razão, mais logo vamos todos vestir a camisola do Figo ou do Deco, pintar as fronhas e gritar bem alto o nosso nacionalismo hipócrita, para depois continuarmos a comprar os carros da General Motors.
Começamos a parecer um povo que não merece ser a nação que é. Lembre-se disso quando comprar um carro da General Motors.


in http://jumento.blogdrive.com/

5 comentários:

Anónimo disse...

Ponham-se na pele dum director executivo da GM, que tem que apresentar resultados e chega à conclusão que mudar a fábrica rende mais à empresa do que mantê-la onde está. O que fariam?

O mundo dos negócios é mesmo assim, não há nada a fazer. O que acham que se passa na construção civil com as Teixeiras Duartes, Engis e companhia? Está tudo a virar-se para Angola porquê, é pelos linds olhos dos angolanos ou porque são nossos irmãos? NÃO, é porque lá começa a ganhar-se mais dinheiro na construção do que cá.

Não se esqueçam que a Suíça também é um país de serviços, quase não tem indústria a não ser os relógios e os chocolates, e é o país que é porque nunca quis dar um passo maior do que a perna.

Com o nosso tamanho actual, sem colónias nem império, não podemos ser mais do que um país de serviços. A indústria, as pescas, a agricultura, nunca mais poderão ter um papel preponderante na nossa economia...

Anónimo disse...

resta-nos o Turismo mas o icep não promove o turismo nem vende sapatos.

MS

clarinda disse...

O que é pena é que os portugueses não sejam todos directores executivos, assim compreenderiam tudo muito bem.
Para além de ficarem sem emprego, sem nada, ainda têm de compreender as grandes jogadas financeiras? Não, não compreendam! Lutem! Com ou sem a camisola do Figo.

Anónimo disse...

Hoje como ontem. Na década de 70 ou 80 já nem sei bem, a Timex também fechou a fábrica da Charneca da Caparica e foi fabricar relógios onde podia pagar aos trabalhadores com sacos de arroz.

É sempre o povo que explora o povo!

Unknown disse...

Caro Anónimo do 1.º comentário a este post,

A Suíça não quis ou NÃO PÔDE !?

Não podemos ficar pelas aparências e olharmos só para o 'hoje'.
A Suíça de há muito - séculos? - que é um país de banqueiros.
A Suíça não criou indústria porque não precisava dela para coisa nenhuma. Bastava-lhe 'cobrar' aos depositantes e investidores, e investir no mercado financeiro mundial, para enriquecer à fartazana! Foi o que a Suíça fez, ou já se esqueceu, p.ex., do ouro dos nazis, entre outros 'depositantes' estrangeiros?
A Suíça é o pior exemplo que poderia ter arranjado.

Isto não significa que eu não esteja de acordo consigo num ponto (mas deixe a Suíça de lado). Refiro-me aos 'Serviços'. Ando há muitos anos a dizer que perdemos o sector Primário e que o Secundário está pela hora da morte... (abstenho-me de dizer quem os destruiu porque não é essa a questão) e que, tendo em conta o ainda enorme potencial turístico do nosso país, nos devíamos voltar para esse lado.

O problema é que não é para quem quer mas para quem pode.
Os sucessivos governos que temos tido, nada de bom têm feito nesse sentido.
Conheço gente que tem projectos, p.ex. de turismo rural, e que está há mais de 3 anos à espera 'disto e daquilo'.
Os únicos que se vão 'safando' são os investidores estrangeiros, que se aproveitam - bem - de certas facilidades que o estado lhes concede por serem estrangeiros.
Chego a pensar que a maneira mais rápida de 'montar' uma empresa ou um negócio nesta área é uma pessoa naturalizar-se, p.ex., espanhol...!

Nota: Repare no disparate que se fez com os estádios para o Euro2004. Eu gostava de saber para que é que Leiria, p.ex., quer um estádio que leva algumas 40.000 pessoas. Deve meter a população toda da cidade mais alguns emprestados por cidades vizinhas. Não se poderia ter feito um estádio um pouco mais pequeno - sei que a federação impôs normas - e investir o restante noutras coisas mais produtivas economicamente? Agora Leiria tem um grande estádio, 'fantasma'... e horrível! Devem estar satisfeitíssimos...

Cumprimentos,