sexta-feira, 30 de abril de 2010

Uma casa em ruínas



Uma casa em ruínas - Opinião - Correio da Manhã


30 Abril 2010 - 00h30
A Voz da Razão



Pedro Passos Coelho telefonou a José Sócrates. Fez bem. Com o país perto da falência, o novo líder da Oposição teria obrigatoriamente uma palavra sobre o assunto. Que palavra?

Exigir, em linguagem prosaica, que o eng. Sócrates enfiasse o seu PEC no caixote (que, pelos vistos, não convenceu os mercados) e optasse por medidas credíveis e austeras desde já. As medidas, sem grande imaginação, oscilariam entre a suspensão dos grandes projectos (aeroporto, TGV, auto-estradas); um ataque sério à gordura e ao desperdício do Estado; e, fatalmente, cortes salariais para evitar uma possível subida de impostos.

Não foi o que sucedeu. Para começar, Passos Coelho subscreveu a cantiga do ‘ataque especulativo’, que por definição isenta o governo Sócrates da crise. E, para terminar, abençoou a redução dos subsídios de desemprego e a fiscalização das prestações sociais, paliativos que não resolvem a doença corrente. Passos Coelho partiu para S. Bento como líder da Oposição. Saiu de lá como cúmplice da irresponsabilidade socialista. Portugal é isto: uma casa em ruínas sem governo nem alternativa.



João Pereira Coutinho, Colunista

1 comentário:

Pedro Coimbra disse...

Passos Coelho resolveu ser tão moderado que acbou por se revelar inerte.
E, doravante, é cúmplica dos disparates que Sócrates fizer.
Reunir com Sócrates, sem um caderno de encargo rigoroso, foi uma decisão precipitada e de custos incalculáveis.
Sim, que Sócrates, se houver problemas, não vai deixar passar a oportuniadde para lembrar a benção de Passos Coelho.