domingo, 16 de maio de 2010

PAU PARA TODA A OBRA: DESAFIO

PAU PARA TODA A OBRA: DESAFIO


Jorge Cabral*



Mexer por mexer, antes nos “MEXIAS” .1

Há dias escrevi algo sob este título. Hoje, após o conhecimento do escandaloso pacote de roubos que o (des)Governo deste delapidado País, anunciou pela calada, em plena visita do Papa e obviamente aproveitando-se da respectiva euforia dos media em torno da mesma.

Sabia o Primeiro Ministro, espertalhão como é nestas manigâncias, que os fraquitos media com que contamos, entretidos com o “concurso” de ruídos que geraram em torno desta visita, pouca ou nenhuma importância dariam a este assunto. E assim foi.

Mas Sua Santidade o Papa, e não Sua Eminência como o ignorante José Sócrates, na qualidade de 1º Ministro, a todos envergonhando, lhe chamou, hoje vai-se embora e então acordaremos todos para este pesadelo.

A proposta do Governo é injusta, desumana e joga na pacatez, para não dizer mesmo na habitual mansidão de um povo que se deixa espezinhar e exaurir a limites impensáveis.

O que se tem feito às camadas economicamente mais débeis deste país é um insulto que raia os limites dos insultos impensáveis, sobretudo quando o comparamos com o regabofe que certas cliques têm posto em prática, escancaradamente e sem qualquer limite ou vergonha, apoderando-se de tudo o que podem em benefício exclusivamente próprio.

O pacote agora anunciado é a prova da mediocridade e desumanidade destes cavalheiros. Irem roubar 1% a quem ganha 500 euros é crime. Gostaria de saber quem é que hoje consegue viver com 500 euros e como.

No sistema que preconizei, o que quis salvaguardar foi a dignidade de todos, indo recorrer a meios alheios, mas pagando-os e remunerando-os, mas, acima de tudo, recorrendo a quem os tem de sobra, cuja participação jamais poria em causa aspectos elementares das suas necessidades. O sistema do Governo não olha a nada disto, muito pelo contrário é cego e actua como um bulldozer num ninho de formigas.

Para que haja uma pequena noção da diferença vou-vos só mostrar um breve exemplo:

Voltemos ao caso de um qualquer “MEXIA”, sabendo, muito embora que este será um caso extremo. Falou-se numa remuneração global bruta de mais de 3 milhões de euros. Pois bem. Num caso destes nós preconizámos uma participação de 40%, ficando o dito contribuinte ainda com 1 milhão e oitocentos mil euros, valor que está acima de qualquer suspeita quanto o tal contribuinte fizer a vida esbanjadora que entender, isto é, a contribuição não poria seguramente em causa nada do que entendesse fazer, a menos que se tratasse de qualquer sindroma compulsivo.

Pois bem, esta contribuição é equivalente, no plano do Governo, à contribuição de 20000 (vinte mil famílias) famintas e com carências de toda a ordem, a quem o Governo ainda tem a pouca vergonha de ir rapinar mais uns cobres. Isto merece comentários???

E quanto ao IVA? Que será feito da tal competitividade de que tanto se fala para aumentarmos as nossas exportações? E o que é que mais se irá agravar nas zonas raianas já tão depauperadas pela diferença entre os IVAs de Portugal e Espanha?

E quanto ao IRC? Tenho algumas dúvidas que a maioria das nossas empresas o suporte, sem graves consequências a médio prazo, sobretudo em matérias de reequipamento e preparação do futuro. Depois acusam os empresários de não se actualizarem, etc., etc..

Infelizmente, nada de bom é possível esperar deste estado de coisas. A menos que sejamos Bancos. Esses, os abutres financeiros, que sugam povos inteiros em prol de índices que cozinham a seu bel-prazer. Esses continuam com razão para sorrir.


*Cronista residente

1 comentário:

Diogo disse...

Sócrates e Teixeira dos Santos são funcionários bancários.