sábado, 1 de setembro de 2007

Notícias do Mundo

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Nicarágua: Menina de 10 anos grávida impedida de abortar


A gravidez de uma menina de 10 anos da Nicarágua, violada por um primo, está a dividir as autoridades governamentais e religiosas e a sociedade civil do país, e a despertar a polémica sobre a penalização do aborto terapeutico imposta na Nicarágua.


Enquanto as organizações não governamentais reclamam que Evita, como foi identificada a criança, tenha a possibilidade de praticar um aborto devido ao risco que corre a sua vida, o governo recorda que essa intervenção está proibida no país desde o ano passado.


O aborto terapêutico foi negado a 26 de Outubro de 2006, dez dias antes das eleições lesgislativas, a pedido das igreja católica e evangélica, assim como de outros movimentos anti-aborto do país.


«Evita» ficou grávida aos 9 anos em resultado de abusos alegadamente cometidos pelo primo Alejandro Torres, de 22 anos, em El Tortuero, uma recôndita comunidade numa das zonas mais pobres da Nicarágua.


A menina, agora com 10 anos, está a 12 semanas de dar à luz, segundo os médicos que a acompanham.


As autoridades da Nicarágua reconhecem que a sua gravidez é de «alto risco» e que não está preparada para dar à luz, embora tenham advertido que não podem interromper o processo de gestação.


«Evita» está numa casa de acolhimento de mães na cidade de Bluefields, estando previsto que hoje seja transferida para Managua.


A subdirectora do hospital de Bluefields, Jeaneth López, explicou à imprensa que o corpo da menor «não está apto para o parto» e que vai ser necessário fazer uma cesariana.


Susy Mayorga, funcionária do Ministério da Saúde, sustentou que não se pode interromper a gravidez de «Evita» porque o bébé já tem 27 semanas de gestação e o aborto poderia colocar em perigo a sua vida, e porque o aborto é proibido no país.


A mãe da criança denunciou o caso em Julho, embora só se tenha tornado público esta semana. O presumível violador está desaparecido desde então.


Diário Digital / Lusa

30-08-2007 22:41:00
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2 comentários:

Isabel Magalhães disse...

Nem comento...


(Este é um dos casos que deve ser consignado na lei da IVG)

Unknown disse...

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Também acho.

Este é mais um triste exemplo de que o FUNDAMENTALISMO não é só 'árabe'...

bjs,

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