A Quinta São José Ribamar, antigo convento do século XV, em Algés, vai ser transformada num condomínio de luxo, com investimento de 20 milhões de euros, mas o património recuperado poderá vir a ser visitado pelo público em geral
«O convento era dos frades arrábidos, da serra da Arrábida, no século XV e os documentos mais antigos mostram o convento dando directamente no rio Tejo. Da estrutura conventual ainda existe uma igreja, o claustro e dois jardins: um com peças tropicais como o dragoeiro e um jardim geométrico francês», explicou o arquitecto responsável pelo projecto, Gonçalo Byrne.
«Com o passar do tempo foram sendo construídas casas sem preservar o património onde eram as quintas. E hoje está tudo degradado», acrescentou.
O novo condomínio prevê a construção de 21 apartamentos (com uma altura máxima de três andares térreos), localizados maioritariamente nos terrenos dedicados à agricultura, 78 lugares de estacionamento subterrâneos e piscina.
Da estrutura conventual, o projecto prevê a recuperação da capela, do claustro, de um pátio interior, de uma antiga instalação dedicada à lavoura e às cavalariças, os jardins e a muralha circundante da Quinta (construída mais tarde).
Três habitações vão reutilizar o património histórico: uma habitação será construída à volta do claustro, outra em redor de um antigo pátio, com vista para ele, e uma terceira integrará as cavalariças. Os jardins serão integralmente recuperados.
A promotora da obra, a RAR Imobiliária, disse que o investimento na obra é 20 milhões de euros, incluindo a compra da quinta ao anterior proprietário e as obras de recuperação, e que os trabalhos deverão iniciar-se no segundo semestre de 2010.
Segundo a mesma fonte, a Quinta passará a ser um condomínio de luxo mas «poderá ser pensado um horário para o claustro e a capela serem visitados», embora essa venha a ser uma decisão dos condóminos.
O projecto inclui também a construção de um passadiço entre a Quinta e o terrapleno de Algés, facilitando o acesso dos condóminos e da população em geral ao Tejo, uma contrapartida da Câmara Municipal de Oeiras para aprovar a obra.
O projecto foi aprovado com maioria na última reunião de Câmara, com votos contra do vereador comunista Amílcar Campos e da vereadora social-democrata Isabel Meirelles que salientaram «o atentado patrimonial» e a «falta de espaços verdes na zona», argumentos negados pelo presidente de Câmara, Isaltino Morais.
Lusa / SOL
7 comentários:
Pois é. O Oeiras Local já divulgou o assunto publicando o artigo que saiu no Jornal de Oeiras. Vejam: Terça-feira, Fevereiro 17, 2009
Betão de Luxo para Algés.
Agora essa do tal de passadiço que por muitas vezes foi prometido pela CMO como obra de inovação sem precedentes ter passado para as mãos da contrapartida...
e a tal ligação rodoviária do Alto da Boa Viagem para descongestionar o trânsito onde está?
Quando a Rua João Chagas ficar ainda mais entupida com os moradores dos novos imóveis ali junto a Linda-a-Velha, os moradores do luxo só de Asa-Delta.
Maria Clotilde Moreira
Apetece-me comentar que os promotores é que não serão nada franciscanos....
Betão de Luxo para Algés
http://oeiraslocal.blogspot.com/2009/02/betao-de-luxo-para-alges.html
Com 'cedências e contrapartidas' muito foi feito no nosso concelho (calma! falo apenas do que possa ter sido feito 'by the book' e não tenha constituído 'atropelo') e que de outro modo teria sido pesado encargo ou não teria mesmo sido feito.
Os promotores não são nada franciscanos, constata-se à distância. Trata-se de uma Ordem laica, adoradora de dinheiro fácil cujos seguidores e crentes denominaram por "ordem isaltínica" em homenagem ao seu fundador e protector. Isaltinemos...
Vou seguir o conselho do Anónimo.
Prometo que "Isaltinarei"!!
Vocês estão a esquecer-se de uma coisa: a quinta já era propriedade privada há muito tempo. o espaço estava completamente degradado. Preferiam que o espaço ficasse assim ou que não fosse aproveitado? Preferiam que a quinta fosse comprada pela CMO e depois que a recuperassem e lá fizessem um espaço de lazer? Sim, seria agradável. Mas depois a crítica seria outra: "ai, tanto dinheiro gasto em coisas que não interessam".... Qual é que seria a solução aqui?
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