quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Oeiras: mais de uma centena de árvores cinquentenárias cortadas

Ambiente

Professores, alunos e funcionários queixam-se da medida

Mais de uma centena de árvores cinquentenárias foram cortadas em Setembro na Escola Secundária de Oeiras. A decisão, tomada no âmbito de um projecto de requalificação paisagístico do espaço, está a levantar protestos por parte de professores e alunos.

De acordo com a agência Lusa, o novo projecto prevê a duplicação do espaço verde, em 18 meses, com a plantação de 257 novas árvores e quase 16 mil arbustos e herbáceas, num investimento de 24 mil euros.

«Sempre que faltava alguma coisa no liceu respondiam-nos que não tinham dinheiro. Agora é esta obra megalómana», disse à agência Lusa a professora Helena Simões, um dos docentes que lançou um abaixo-assinado contra o projecto.

«Aquilo de que o liceu precisava era de obras de consolidação do edifício (...) não de novas árvores. O projecto revela uma falta de respeito pelo património e não é educativo. Como é que ensinamos os alunos a terem respeito pelo património?», realçou.

O abaixo-assinado, entregue ao Ministério da Educação, conta com 300 assinaturas de alunos, ex-alunos, professores e funcionários.

A Parque Escolar referiu que estas obras «decorrem em estreita colaboração com a Escola» e que o processo foi «iniciado com a elaboração de um Plano Estratégico, cuja responsabilidade compete à direcção das escolas».

Fonte da Parque Escolar explicou à Lusa que a doença e mal formação de parte das árvores, a expansão do edifício escolar e a existência de espécies invasoras, algumas delas tóxicas, motivaram o abate. A Lusa tentou contactar a direcção da escola, que não se esteve disponível.

Justificações não calam queixas

«Mostrem-nos os relatórios, os estudos, os levantamentos. Nunca cá vimos ninguém. Tem de haver transparência no acesso aos projectos. Uma obra do Estado tem de ser exemplar, definida com transparência e no direito à informação», referiu Helena Simões.

Alguns alunos, contactados pela Lusa junto à Escola, questionaram também a necessidade do abate das árvores, já que «não pareciam estar doentes, nem em risco de queda em cima de nada».

O projecto arquitectónico de requalificação da escola prevê a construção de dois novos campos de jogos, um deles coberto e novos refeitório, cafetaria e laboratório. A biblioteca, as salas de artes e o salão nobre serão «melhorados».

TVi 24

8 comentários:

Jorge Pinheiro disse...

As habituais reclamações. Tem-se sempre a sensação que estes processos são pouco participativos ou, então, as pessoas acordam tarde.

Unknown disse...

INQUALIFICÁVEL !!!

Alertados por um dramático e pungente email duma amiga, docente no Liceu de Oeiras, ilustrado com tristes fotografias, atempadamente - 30-09-2009 - compusemos uma peça com o objectivo de divulgar e alertar para o sucedido, peça que difundimos por email e em várias redes sociais, e simultaneamente publicámos em vários blogs, entre eles o Espaço e Memória - aqui.

Para quem possa estar interessado em conhecer os detalhes deste absurdo e incompreensível acontecimento:

Em 30-09-2009, sob o título «atentado terrorista de lesa-património natural e paisagístico» publicámos a nossa peça original, que pode ser lida aqui.

Na sequência da nossa peça surgiu um comentário relevante e esclarecedor, que em 03-10-2009 publicámos na peça «Liceu de Oeiras - um comentário» que pode ser lida aqui.

Em 17-10-2009 publicámos a peça «Liceu de Oeiras - opinião duma leitora» de extremo interesse pelo conteúdo emotivo e dramático, que pode ser lida aqui.

Em 31-10-2009 publicámos a peça «O Liceu de Oeiras no 'nós por cá'» com a reportagem (video c/ audio) efectuada e emitida em 27-10-2009 pelo respectivo programa da SIC, sob a designação «Sol ou sombra? Requalificação da Escola Secundária de Oeiras arranca todas as árvores», e que pode ser vista aqui.

Para quem tiver curiosidade 'visual', pode ver fotografias de como o Liceu era antes do abate das árvores - aqui - e fotografias e videos do abate das árvores - aqui.

post scriptum: Qualquer colaboração alusiva a este tema ( opiniões, testemunhos, fotografias, etc. ) será bem-vinda e pode ser endereçada para os emails: zetolas@mac.com ou espacoememoria@gmail.com

Cumprimentos
José António Baptista

Pedro Coimbra disse...

Podiam aproveitar para "cortar" o Isaltino também.
É só uma ideia....

Anónimo disse...

Adoro a ideia de cortar o Isaltino tb. Eheheheh

Isabel Magalhães disse...

J;

O e-mail acima referido também foi, atempadamente, publicado no OL.

I.


NB - Ontem, a Rádio Miramar, deu destaque ao assunto.

Isabel Magalhães disse...

Resposta 4:29 e 13:03;

Quando publico estes pseudo comentários questiono-me sempre se não faria melhor enviá-los para a 'cesta secção'.

j. manuel cordeiro disse...

Acho impressionate que se precisem sistemeatica de abater árvores para fazer isso que se chama, modernamente, de requalificação. É uma sina.

Anónimo disse...

Gostaria de dizer ao "bloguer expressodalinha" que nem sempre as reclamações são habituais e que, neste caso, as pessoas não acordaram tarde. Que conclusões tiraria do facto de, no final do ano lectivo passado, ter sido apresentado à escola o projecto de requalificação da parte física do edifício... apenas. E nas muitas reuniões que os professores tiveram , a resposta à pergunta sobre o que aconteceria às árvores foi sempre que só seriam abatidas as árvores doentes ou que estivessem em sítios correspondentes à construção de novos edifícios? Que motivo levou à apresentação do projecto relativo à parte física da escola, com pompa e circunstância e ignorou os espaços verdes? Que motivo fez com que o abate de árvores fosse feito mesmo em cima da hora dos professores se apresentarem ao serviço, no início de Setembro? É que os professores só podem ter férias na época balneária alta... Que motivo levou ao abate de árvores saudáveis, de grande porte algumas, cinquentenárias umas, outras menos mas que não faziam mal a ninguém?

As pessoas não acordaram tarde, foram muito bem enganadas... Concorda?